O futuro dos juros no Brasil: o que Campos Neto pensa sobre possíveis cenários, inflação, crescimento e questão fiscal
O presidente do Banco Central também falou sobre os efeitos no Brasil de juros mais elevados nos EUA — o BC de lá anuncia nesta quarta-feira (1) a decisão de política monetária
Desde que o banco central sinalizou que o ciclo de corte da Selic pode estar chegando ao fim, o que muito investidor quer saber é: quando isso vai acontecer de fato — ainda mais em um cenário no qual os juros nos EUA não parecem que não vão cair tão cedo.
Em março, quando cortou a taxa básica em 0,50 ponto percentual, para 10,75% ao ano, o Copom fez uma pequena alteração no comunicado, que colocou em xeque a possibilidade de novas reduções nas próximas reuniões: trocou “redução de mesma magnitude nas próximas reuniões” para “redução de mesma magnitude na próxima reunião”.
Desde então o mercado se questiona o que o banco central fará com os juros a partir de agora — e Roberto Campos Neto, o presidente do BC, voltou a dar pistas sobre os rumos da política monetária brasileira em uma entrevista concedida na terça-feira (3) à noite para a CNN Brasil. O Seu Dinheiro separou os principais pontos do que ele falou.
- Existe renda fixa “imune” à queda da Selic? Analista recomenda títulos que podem render bem mais do que o IPCA e do que CDI. Baixe o relatório gratuito aqui.
A incerteza do mercado sobre os juros
Campos Neto afirmou que os cenários traçados pelo banco central visam guiar o mercado em momentos de incerteza. Segundo ele, recentemente houve um movimento de ajuste de expectativa de preços em meio às dúvidas sobre o cenário externo e sobre a política fiscal no Brasil, com foco inclusive na dinâmica de trajetória da dívida pública.
O chefe do BC voltou a dizer que a volatilidade em mercados emergentes atrapalha a transmissão da política monetária e citou que o cenário global ficou mais complicado após a pandemia.
No caso do Brasil, Campos Neto afirmou que houve um elevado aumento de despesas, mas reconheceu o esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em conter o crescimento dos gastos.
Leia Também
Para cumprir regra fiscal, governo reduz contenção de gastos de ministérios de R$ 12,1 bi para R$ 7,7 bi
Bolsonaro é preso preventivamente a pedido da PF
“No Brasil tem uma forte dificuldade de cortar gastos. O governo obviamente fez alguns aumentos de gastos em relação ao que estava previsto. Aumentou bastante. É verdade também que a Câmara tem feito alguns projetos”, disse ele, reforçando que a política fiscal traz efeito para a curva longa de juros.
- Leia também: O impacto da decisão do Fed: como os juros americanos afetam o Brasil e o futuro da Selic
Juros altos nos EUA, juros baixos aqui
O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anuncia nesta quarta-feira (1) a decisão de política monetária e a tendência é de que os juros sejam mantidos na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano mais uma vez.
Segundo Campos Neto, a manutenção dos juros altos por mais tempo do que esperado nos EUA torna a vida dos países emergentes mais difícil. Ele lembrou que o dólar mais valorizado frente ao real reflete justamente a percepção sobre os juros americanos.
O chefe do BC disse ainda que não existe relação entre a taxa de juros dos EUA e a taxa básica de juros no Brasil. "Não existe relação da taxa de juros americana com a brasileira, mas tem influência nas variáveis que impactam nossa forma de trabalhar", afirmou.
VEJA TAMBÉM - FUNDOS IMOBILIÁRIOS SENTEM O 'EFEITO CAMPOS NETO': AINDA EXISTEM BOAS OPORTUNIDAES?
A inflação de mãos dadas com os juros
Os juros e a inflação andam de mãos dadas, já que a taxa básica é a principal ferramenta do banco central para controlar os preços.
Em março, a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,16%, acumulando uma taxa de 1,42% no ano e de 3,93% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na entrevista, Campos Neto ressaltou o compromisso do BC com a meta de inflação de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. “Lembrando que a meta do Banco Central quem determina é o governo. A gente só executa”, disse.
Ele aproveitou ainda para destacar que o combate à inflação é a melhor política social que existe. “As pessoas não percebem muito porque não temos inflação alta há muito tempo, mas a inflação é a pior coisa para a desigualdade. Por isso, o banco central autônomo é bom, ele vai ter essa visão de controle de preços e ter independência para que isso aconteça”, acrescentou.
- Campos Neto vai mexer com seu dinheiro. Veja como se preparar para as mudanças na taxa de juros e buscar lucros em qualquer cenário, independentemente da Selic cair ou não.
Crescimento econômico e dinâmica fiscal
Para Campos Neto, se o Brasil crescer perto de 3%, a dinâmica fiscal começará a melhorar. Segundo ele, a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) potencial por parte dos economistas, de 1,8% para 2%, é baixa.
“Se o País conseguir sair do crescimento de 2% e ir para perto de 3%, a dinâmica fiscal começa a mudar. Se você colocar 3%, 3,5%, você vê que a dívida converge relativamente rápido”, afirmou.
“Se for 2%, aí fica com dificuldade maior. Se for 2%, você precisa ter aumento de carga tributária ou algum tipo de diminuição de gasto por ineficiência”, acrescentou.
Neste sentido, o presidente do BC disse que o tema política fiscal vai dominar o debate internacional e que o mundo estará de olho na agenda interna do Brasil. "Vai ser mais importante fazer o dever de casa", afirmou.
Falcon 7X: como é o jato de R$ 200 milhões no qual dono do Banco Master teria tentado fugir do Brasil
Fabricado pela francesa Dassault Aviation, o Falcon 7X combina autonomia intercontinental, tecnologia derivada da aviação militar e configurações de luxo
Adeus, tarifas: governo Trump retira sobretaxa de 40% sobre importações brasileiras de mais de 200 produtos
EUA retiram a tarifa adicional de 40% sobre carne, café, suco de laranja, petróleo e peças de aeronaves vindos do Brasil
Vai precisar de CNH para andar de bicicleta? Se for ela motorizada, a resposta está aqui
Contran atualiza as regras para bicicletas elétricas, ciclomotores e equipamentos motorizados; entenda quando será obrigatório ter CNH, placa e licenciamento.
Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS final 5
A ordem de pagamento do benefício para famílias de baixa renda é definida pelo último número do NIS
Terceira indicação de Lula ao STF neste mandato: conheça Jorge Messias, o nome escolhido pelo presidente para a vaga de Barroso
Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Messias ocupa o cargo de advogado-geral da União desde de janeiro de 2023
Grande incêndio na COP30: chamas se alastram e levam autoridades a evacuar área; veja vídeo
Chamas atingiram a BlueZone, área que reúne pavilhões de países; segurança evacuou o local e autoridades afirmam que o incêndio já foi controlado
Conselho do BRB elege novo presidente após afastar o antigo em meio à liquidação do Banco Master e prisão de Daniel Vorcaro
O Banco de Brasília (BSLI4) indicou Nelson Antônio de Souza como presidente da instituição bancária e destituiu, com efeito imediato, Paulo Henrique Costa do cargo de presidente
Botijão grátis? Confira se você tem direito ao vale-recarga do novo Programa Gás do Povo
Gás do Povo chega para substituir o Auxílio Gás; meta do governo é atender mais de 50 milhões de pessoas até março de 2026
Fome na colônia, fartura no Quilombo: Como era a economia de Palmares, da qual o líder Zumbi inspirou o Dia da Consciência Negra?
O Quilombo dos Palmares resistiu por quase um século graças à autossuficiência econômica da comunidade; entenda como funcionava a organização
Mais dinheiro e menos trabalho: as ilusões do empreendedorismo no Brasil
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Golpistas surfam no caos do Banco Master; confira passo a passo para não cair nas armadilhas
Investidores do Banco Master agora têm direito ao FGC; saiba como evitar golpes e proteger o bolso
Black Friday: Apple chega a 70% OFF, Samsung bate 60%; quem entrega os melhores descontos?
A Apple entra com 70% OFF, pagamento dividido e entrega rápida; a Samsung equilibra o duelo com 60% OFF, mais categorias e descontos progressivos
Do Rio de Janeiro ao Amapá, ninguém escapou do Banco Master: fundos de pensão se veem com prejuízo de R$ 1,86 bilhão, sem garantia do FGC
Decisão do Banco Central afeta 18 fundos de previdência de estados e municípios; aplicações feitas não têm cobertura do FGC
Lotofácil vacila e Dia de Sorte faz o único milionário da noite; Mega-Sena encalha e volta só no sábado
Lotofácil acumula pelo terceira vez nos últimos cinco concursos e vai para último sorteio antes de pausa para o feriado com R$ 5 milhões em jogo
A B3 também vai ‘feriadar’? Confira o que abre e o que fecha no Dia da Consciência Negra
Bolsa, bancos, Correios, rodízio em São Paulo… desvendamos o que funciona e o que não funciona no dia 20
Caixa paga Bolsa Família nesta quarta (19) para NIS final 4; veja quem recebe
A ordem de pagamento do benefício para famílias de baixa renda é definida pelo último número do NIS
CDBs do Will Bank e do Banco Master de Investimento também serão pagos pelo FGC?
Ambas são subsidiárias do Banco Master S.A., porém somente o braço de investimentos também foi liquidado. Will Bank segue operando
Qual o tamanho da conta do Banco Master que o FGC terá que pagar
Fundo Garantidor de Créditos pode se deparar com o maior ressarcimento da sua história ao ter que restituir os investidores dos CDBs do Banco Master
Liquidação do Banco Master é ‘presente de grego’ nos 30 anos do FGC; veja o histórico do fundo garantidor
Diante da liquidação extrajudicial do Banco Master, FGC fará sua 41ª intervenção em três décadas de existência
Investiu em CDBs do Banco Master? Veja o passo a passo para ser ressarcido pelo FGC
Com a liquidação do Banco Master decretada pelo Banco Central, veja como receber o ressarcimento pelo FGC