Ex-colega de Campos Neto no BC, gestor da Itaú Asset aposta em Copom mais rígido com os cortes na Selic daqui para frente
Ex-diretor de política monetária do BC entre 2019 e 2023 — sob o comando de RCN —, o economista Bruno Serra revelou o que espera para os juros no Brasil
Para um antigo colega de Roberto Campos Neto, o Banco Central deve ser mais cauteloso nas próximas decisões sobre a taxa básica de juros (Selic) após a polêmica na última decisão. Ex-diretor de política monetária do BC e atual gestor da Itaú Asset, Bruno Serra revelou nesta terça-feira (14) as apostas para os próximos passos do Copom.
Para Serra, o Comitê de Política Monetária precisará ser mais rígido daqui para frente se quiser reconquistar a confiança do mercado.
“O Banco Central foi fazendo um ciclo autopilot de 50 bps e acabou não conseguindo entregar. Agora, o ciclo está limitado porque o mercado está questionando essa credibilidade”, disse o gestor, que esteve no BC entre 2019 e 2023 — sob o comando de Campos Neto.
Vale lembrar que, em uma decisão dividida, o Copom reduziu em 0,25 ponto percentual a Selic na última reunião. Com isso, a taxa básica de juros passou para 10,50% ao ano.
- Leia também: Ata do Copom mostra divisão mais sutil entre Campos Neto e diretores escolhidos por Lula
Ainda que o ritmo menor do corte na Selic fosse esperado pelo mercado, no comunicado da reunião anterior o Copom havia sinalizado um corte de magnitude maior, de 0,50 ponto percentual, na reunião de março.
“O cenário ideal para o Banco Central era sinalizar mais cautela. O mercado iria olhar a nova diretoria assumindo e imaginar que eles seriam mais austeros e, assim, a expectativa de inflação ficaria mais contida”, afirmou, durante painel no evento TAG Summit 2024.
Leia Também
Na avaliação de Serra, quanto mais “dovish” a autarquia aparentar, mais ela será obrigada a segurar os juros altos por mais tempo.
Responsável pela família de fundos Janeiro, da Itaú Asset, o gestor não revelou se atualmente possui posição comprada ou tomada. Mas sinalizou estar neutro nesse mercado ao afirmar que “não há prêmio” em juros hoje no Brasil.
Além dos juros, a bolsa barata
Para além dos juros no Brasil, a bolsa de valores também foi tema durante o painel sobre fundos multimercados no evento da TAG Investimentos.
Acontece que falar de otimismo com a bolsa brasileira dificilmente remeteria ao fundo multimesas da Itaú Asset.
Afinal, desde a sua estreia, em outubro de 2023, o Janeiro nunca teve uma posição “long” — equivalente a comprada — no Ibovespa.
Isto é, até o início de maio. Foi só há duas semanas que o portfólio comandado pelo gestor Bruno Serra passou a construir uma posição — ainda que pequena — em renda variável no Brasil. “Nós começamos a ver valor no Ibovespa”, afirmou Serra.
Segundo o gestor, o Ibovespa começou a ficar barato devido a pressões de “muitas notícias ruins” — especialmente em meio a um processo decisório frágil do lado político econômico, com dívida ainda por convergir e expectativas desancoradas em relação à política monetária.
- Leia também: Gestores da Itaú Asset revelam as principais apostas de investimentos para 2024 — e o dólar não está na lista
Para o economista, existe a possibilidade de o fundo Janeiro aumentar a exposição a Brasil.
“Com os preços recentes, começou a saltar aos nossos olhos o desconto do Ibovespa. Mas temos cautela, porque o mercado já queimou muito a mão tentando comprar bolsa. Porém, estamos gostando do case de bolsa brasileira.”
Na visão de Bruno Serra, como o principal índice de ações da bolsa brasileira é o ativo mais alavancado em juros norte-americanos, ele será também o principal beneficiado por um ciclo de cortes de taxas mais profundo.
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
Onde investir 2025: o ano da renda fixa? Onde estão as oportunidades (e os riscos) no Tesouro Direto e no crédito privado com a Selic em alta
Com risco fiscal elevado e cenário externo desfavorável, 2025 exige conservadorismo e proteção contra a inflação; saiba quais títulos públicos e privados comprar
Agora vai? Ibovespa engata alta de mais de 2% junto com Nova York e chega aos 122 mil pontos; dólar fecha em baixa de R$ 6,0252
Dados de inflação e da indústria nos EUA mexem com as bolsas aqui e lá fora, mas tem banco grande dizendo que a euforia pode ser exagerada; entenda os motivos
O Grand Slam do Seu Dinheiro: Vindo de duas leves altas, Ibovespa tenta manter momento em dia de inflação nos EUA
Além da inflação nos EUA, Ibovespa deve reagir a Livro Bege do Fed, dados sobre serviços e resultado do governo
Onde investir 2025: Inflação a 10% e dólar a R$ 10? O que pode salvar a economia enquanto o mercado se prepara para o pior
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset, e Felipe Miranda, fundador e estrategista-chefe da Empiricus, revelam os riscos e oportunidades para o investidor neste ano
Olha nos classificados: Depois da leve alta de ontem, Ibovespa se prepara para mais um dia difícil pela frente hoje
Petróleo acima dos US$ 80 e juros das Treasuries de 10 anos próximos de 5% mantêm pressão sobre os mercados financeiros internacionais
Webmotors, iCarros, NaPista e mais: Por que os bancos estão cada vez mais envolvidos com as plataformas de compra e venda de carros
O lucrativo negócio dos classificados automotivos online vai muito além da renda gerada pelo custo do anúncio e dos financiamentos de carros
IPVA 2025: com Selic nas alturas, vale a pena pagar à vista com desconto, ou melhor parcelar e investir o valor? Fizemos as contas!
Considerando a alta da taxa de juros no país, o especialista Guilherme Casagrande avalia quando vale a pena parcelar o IPVA
BTG Pactual (BPAC11) pode saltar 40% em 2025 e ainda pagar bons dividendos, diz JP Morgan — mas há outros bancos na mira dos analistas
BTG e outro gigante do setor bancário são escolhas populares entre os investidores, que hoje preferem ações com rendimentos elevados com proventos ou com menor risco de queda de lucros
BC terá de elevar Selic a níveis “extremamente elevados” ou admitir dominância fiscal, diz SPX
Caso o governo não adote novas medidas fiscais, o ajuste virá pela inflação, que vai aumentar “até que o estoque de dívida perca relevância”, diz a SPX
Tem certeza que nada presta? Ibovespa tenta recuperação em meio a dados fortes na China, prévia do PIB e inflação nos EUA
Além da agenda de indicadores, mercado já se prepara para o início da temporada de balanços nos Estados Unidos
Nem Selic a 15% vai conseguir conter a inflação se a política fiscal não melhorar, diz economista-sênior da gestora de fortunas Julius Baer
No episódio da semana do Touros e Ursos, Gabriel Fongaro fala sobre as perspectivas para 2025
O tombo das bolsas ao redor do mundo: por que o dado de emprego dos EUA fez as ações caírem, o dólar disparar e o mercado de dívida renovar máxima
Enquanto os investidores se reposicionam sobre o número de corte de juros pelo Fed este ano, já tem bancão dizendo que a autoridade monetária vai olhar para outro lugar
Uma cartinha para Haddad e Tebet: a herança de Campos Neto para Galípolo com o IPCA de 2024 fora da meta
IPCA acumulado em 2024 fechou em 4,83%, abaixo do que se esperava, mas acima do teto da meta de inflação estipulada pelo CMN
Não é hora de desistir das ações: Bancão revela cinco empresas que podem tirar vantagem dos tempos incertos na bolsa brasileira
Para o Bradesco BBI, essas companhias têm “alavancas de autoajuda” frequentemente subestimadas que podem ajudá-las a tirar proveito das preocupações macroeconômicas
Anatomia de uma fraude: Ibovespa aguarda IPCA e payroll nos EUA enquanto escândalo da Americanas completa 2 anos
Ibovespa acumula alta de pouco mais de 1% na primeira semana cheia de janeiro, mas resultado final dependerá dos indicadores previstos para hoje
A ‘dor de cabeça’ do governo Lula em 2025: Alckmin diz que o país cumprirá arcabouço fiscal com rigor, mas cita preocupação com juros
Apesar dos desafios monetários, o vice-presidente prevê o ano como promissor, com o crescimento do PIB puxado pelo agronegócio
Após quase dois anos sem pagar proventos, TORD11 anuncia distribuição de dividendos; cotas sobem quase 7% na bolsa hoje
O último pagamento de dividendos realizado pelo FII TORD11 ocorreu em fevereiro de 2023; cotas do fundo vêm patinando na bolsa desde outubro
Vai ficar só na ameaça? Ibovespa busca recuperação, mas feriado em Wall Street drena liquidez
Ibovespa tenta reaver a marca dos 120 mil pontos enquanto EUA se fecham em luto para o funeral de Jimmy Carter
Fundo imobiliário favorito do mês teve retorno de quase 12% no último ano; confira os FIIs mais recomendados para se proteger da alta dos juros em janeiro
Com a alta da Selic desafiando o setor imobiliário, os FIIs de papéis vêm sendo a principal aposta para janeiro – e o fundo mais recomendado para o mês faz parte da classe
A montanha-russa da bolsa: Ibovespa sob pressão, dólar em alta e Treasury na máxima — tudo o que mexeu com os mercados hoje
Aqui, o Ibovespa chegou a ter apenas seis dos 87 componentes da carteira teórica em alta; lá fora, o yield (rendimento) dos títulos do Tesouro norte-americano de 20 anos passaram de 5% pela primeira vez desde 2023