Uma ata dura como a decisão: Copom continua desconfortável com inflação desancorada e revisa juro neutro para cima diante de riscos materializados
Economistas de mercado consideram que a ata da última reunião foi tão dura quanto o comunicado que acompanhou a alta dos juros a 12,25% ao ano
O comunicado duro que acompanhou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a taxa de juros a 12,25% refletiu-se na ata da reunião.
O Copom divulgou na manhã desta terça-feira (17) uma ata considerada dura por economistas de mercado.
No documento, o Copom confirma que a decisão de elevar a taxa Selic em um ponto porcentual não foi a única unanimidade entre os diretores do BC.
Os integrantes do colegiado também foram unânimes quanto à retomada do forward guidance, bem como quanto a sua magnitude.
Na reunião da semana passada, o BC já antecipou que, se não houver nenhuma mudança significativa no cenário, elevará a taxa de juros em um ponto porcentual em cada uma das duas próximas reuniões — as primeiras com Gabriel Galípolo como sucessor de Roberto Campos Neto na condição de presidente da autarquia.
- LEIA TAMBÉM: Galípolo não vai ‘chutar o balde’ e é o nome certo para comandar o Banco Central, diz Belluzzo
Copom vê riscos materializados
Hoje, na ata, o Copom informou que a magnitude da deterioração de curto e médio prazos do cenário de inflação exigia uma postura mais tempestiva para manter o firme compromisso de convergência da inflação à meta. Esse mesmo “compromisso” ditará a extensão total do ciclo de alta da taxa Selic.
Leia Também
Os diretores do BC também debateram que os "vários riscos se materializaram". Isso tornou o cenário mais adverso, mas menos incerto, permitindo maior visibilidade para que o Copom antecipasse as próximas decisões.
Além disso, a desancoragem das expectativas de inflação é um "fator de desconforto comum" a todos os integrantes do Copom e “precisa ser combatida”.
Segundo o documento, a percepção dos agentes econômicos sobre o pacote de ajuste fiscal do governo afetou "de forma relevante" os preços de ativos e expectativas.
Diante disso, as expectativas de inflação subiram em todos os prazos, indicando um processo de desancoragem adicional, diz o Copom.
"Concluiu-se que os determinantes de prazo mais curto, como a taxa de câmbio e a inflação corrente, e os determinantes de médio prazo, como o hiato do produto e as expectativas de inflação, se deterioraram de forma relevante", avaliaram os membros da cúpula do BC na última reunião.
Copom vê juro neutro sob pressão
Na ata, o Copom reforça a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento do crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia.
“O descompasso entre a política fiscal expansionista e a política monetária contracionista tem criado um cenário de maior risco macroeconômico, refletido na desancoragem das expectativas inflacionárias e na deterioração da taxa de câmbio”, afirma André Muller, estrategista-chefe da AZ Quest.
Para Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, a principal preocupação do Copom está na combinação da dinâmica atual da inflação e na desancoragem das expectativas.
“Apesar do elevado patamar dos juros, já em território contracionista, o crescimento da economia continua surpreendendo e a inflação de serviços segue alta”, disse ela.
Juro real ainda mais alto
A economista-chefe do Inter disse ainda que a elevação dos preços dos alimentos e a desvalorização cambial adicionam risco ao cenário de inflação futura traçado pelo Copom.
Somado à piora nas expectativas, ela considera que isso justifica a alta dos juros e a sinalização de novas elevações nas próximas reuniões.
“Caminhamos para uma taxa de juros real ainda mais restritiva, que pode chegar próxima de 10%, e ainda assim sem visibilidade de convergência da inflação para a meta”, afirmou Rafaela Vitória.
Na avaliação da economista, está claro que o processo de desinflação somente será concluído com a retomada da credibilidade no ajuste fiscal. “Até lá, iremos arcar com um elevado custo da política monetária e um efeito reduzido.”
Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores
Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania
Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano
No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027
Metrô de São Paulo começa a aceitar pagamento com cartão de crédito e débito direto na catraca; veja como vai funcionar
Passageiros já podem usar cartões de crédito ou débito por aproximação na catraca, mas integração com ônibus continua exclusiva do Bilhete Único
CNH sem autoescola: quais são os requisitos para o instrutor autônomo?
Nova resolução do Contran cria o instrutor autônomo e detalha os requisitos para atuar na formação de condutores no modelo da CNH sem autoescola
Contran toma decisão irrevogável sobre o projeto da CNH sem autoescola
Nova resolução do Contran libera a CNH sem autoescola, cria instrutor autônomo, reduz carga horária prática e promete queda de até 80% no custo da habilitação
Flamengo torce contra rival para fechar o ano como clube brasileiro com maior arrecadação em 2025
Mesmo com o tetracampeonato da Libertadores 2025 e mais de R$ 177 milhões em premiações, o Flamengo ainda corre atrás de rival na disputa pela maior arrecadação do futebol brasileiro neste ano
Black Friday 2025 e décimo terceiro levam o Pix a novo recorde de movimentação diária
Transações superam a marca anterior e consolidaram o Pix como principal meio de pagamento digital do país
Mercado corta projeção para inflação de 2025 — de novo —, mas juros continuam estacionados neste ano e no próximo
Economistas consultados pelo BC esperam que tendência de arrefecimento dos preços perdure neste ano, mas siga quase estável no próximo