As más notícias de Campos Neto: temores fiscais, juros nos EUA e a própria credibilidade do BC dificultam combate à inflação
Comentários feitos por Campos Neto na tarde de sexta-feira fizeram o dólar e os juros projetados subirem

As expectativas de inflação têm subido, e isso representa uma notícia ruim para o Banco Central (BC). A afirmação foi feita na sexta (24) pelo presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
Entre os motivos, ele citou a questão fiscal, a indefinição sobre a taxa de juros nos Estados Unidos (que pode influir no rumo da Selic no País) e ainda a credibilidade do próprio BC.
"A gente vê a expectativa de inflação subindo bastante", disse ele, durante seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), no Rio de Janeiro.
"Aqui tem sido uma notícia bastante ruim para o Banco Central", afirmou.
- Campos Neto vai mexer com seu dinheiro. Veja como se preparar para as mudanças na taxa de juros e buscar lucros em qualquer cenário, independentemente da Selic cair ou não.
Por que as projeções de inflação sobem, segundo Campos Neto
Na sequência, afirmou que existem "vários fatores" para o aumento das projeções de inflação no mercado.
"(Tem o) tema de política fiscal (no Brasil), tema externo, junto do tema de credibilidade do BC."
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Desde 8 de maio, quando a Selic caiu para 10,50% ao ano, as expectativas de inflação para 2024 subiram de 3,73% para 3,80%, enquanto para 2025 foram de 3,64% para 3,74%.
Em ambos os casos, as projeções ficaram mais distantes da meta de 3%, o que indica perda de confiança na autoridade monetária.
Reação dos mercados
Feitas no meio da tarde, as declarações de Campos Neto reforçaram o movimento de alta de juros e câmbio.
Depois de passarem a metade do dia em queda, os contratos de juros inverteram o sinal e começaram a subir.
No fim do dia, as taxas dos contratos de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 avançavam de 10,390%, na quinta-feira, para 10,405%, enquanto a do DI para janeiro de 2027 subia de 11,080% para 11,135%.
Já o dólar à vista fechou em alta de 0,27%, cotado a R$ 5,1679 - maior valor de fechamento desde 30 de abril (R$ 5,1923). Na semana, a moeda acumulou valorização de 1,29%, reduzindo as perdas no mês para 0,47%.
O movimento também refletiu uma postura mais conservadora do mercado, já que será feriado nos EUA na segunda-feira.
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