Câmara aprova reoneração gradual da folha de pagamento; veja como vai funcionar
A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base que determina a reoneração da folha de pagamento, mas texto-base foi alterado e a decisão final da proposta foi adiada para hoje (12)
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (11) o texto-base que mantém a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios em 2024. O projeto de lei prevê que a reoneração será realizada gradualmente a partir de 2025.
Mas a votação aconteceu em cima do laço, com apenas três minutos antes do fim do prazo, que estava previsto para o dia de ontem, segundo determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
O texto traz uma nova redação em relação à versão aprovada no Senado. Porém, a mudança é considerada como um ajuste e, por isso, não terá de passar por nova análise.
Apesar da aprovação, a dificuldade de completar o quórum regimental de 257 votos levou ao adiamento da conclusão da votação.
A sessão foi interrompida a pedido do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Agora, os deputados voltam a decidir sobre a emenda de redação e a redação final da proposta às 9h (horário de Brasília), nesta quinta-feira (12).
Além disso, o governo pediu uma prorrogação de três dias no prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a conclusão dos trâmites da desoneração.
Leia Também
Café faz bem para o coração? Novo estudo diz que sim
Quem controla a empresa apontada como a maior devedora de impostos do Brasil
De acordo com a decisão do ministro Edson Fachin, do STF, caso a Câmara não aprovasse o projeto na última quarta-feira (12), a reoneração da folha voltaria a valer.
A expectativa é de que, devido à urgência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione a lei assim que o texto chegar ao Palácio do Planalto.
- Você está preparado para ajustar sua carteira em setembro? Apuramos as principais recomendações dos analistas da Empiricus no novo episódio do “Onde Investir”; confira aqui
O que é a reoneração da folha de pagamento?
A desoneração da folha de pagamentos foi instituída em 2011 para setores intensivos em mão de obra. Na prática, a medida gera redução da carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas.
Isso porque ela substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.
O Congresso havia realizado votações que prorrogaram a desoneração até 2027, mas o governo federal moveu uma ação no STF que suspendeu a decisão.
Em busca da meta fiscal, o governo alegou que o Congresso não previu uma fonte de receitas para bancar o programa e não estimou o impacto nas contas públicas.
O Legislativo, porém, argumenta que medidas foram aprovadas para aumentar as receitas da União e que a estimativa de impacto estava descrita na proposta aprovada.
Então, o ministro da Fazenda anunciou um acordo que manteve a desoneração em 2024, mas que exigia a negociação de uma cobrança gradual a partir do próximo ano.
- Quer saber qual é a carteira ideal para você? Ferramenta simula carteira de acordo com seu perfil, objetivo e valor inicial. Confira aqui
Como vai funcionar a reoneração gradual?
Agora, com a aprovação do texto-base da desoneração da folha de pagamentos, a legislação prevê uma reoneração progressiva entre 2025 e 2027 para 17 setores da economia.
A partir do ano que vem, os empresários passarão por uma cobrança híbrida, que mistura uma parte da contribuição sobre a folha de salários com a taxação sobre a receita bruta, da seguinte maneira:
- Em 2025, as empresas pagarão 80% da alíquota sobre a receita bruta e 25% da alíquota sobre a folha;
- Em 2026, as empresas pagarão 60% da alíquota sobre a receita bruta e 50% da alíquota sobre a folha;
- Em 2027, as empresas pagarão 40% da alíquota sobre a receita bruta e 75% da alíquota sobre a folha;
- A partir de 2028, as empresas retomarão integralmente o pagamento da alíquota sobre a folha, sem o pagamento sobre a receita bruta.
Como contrapartida para o benefício, as empresas serão obrigadas a manter ao menos 75% dos empregados.
Ou seja, uma redução de até 25% do quadro de funcionários não resultará na perda do direito à desoneração por parte dessas companhias durante o período de transição.
Já no caso dos municípios, o texto também estabelece uma "escada". Em 2024, está mantida a alíquota previdenciária de 8% aprovada pelo Congresso, mas passa a aumentar a partir do ano que vem:
- Em 2025, esse imposto será de 12%;
- Em 2026, de 16%;
- Em 2027, voltará a ser de 20%.
Uma mãozinha para a meta fiscal?
A redação do documento que estabelece a reoneração gradual da folha de pagamento passou por uma alteração de última hora, durante votação na quarta-feira.
A mudança foi incluída pela então relatora da proposta, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS) e atendeu a acordo das lideranças com o Ministério da Fazenda.
O intuito era contemplar alertas do Banco Central, mas foi além dos pontos levantados pela autoridade monetária.
O novo trecho prevê que a apropriação de valores esquecidos em instituições financeiras pelo Tesouro Nacional será considerada para fins de cumprimento da meta fiscal do governo.
A mudança indica também que será levada em conta mesmo que não computada como receita primária pelo Banco Central.
O resultado primário determina se o governo fechou o ano no azul ou no vermelho e se cumpriu ou não a meta estabelecida pela equipe econômica.
Hoje, o cálculo válido para a verificação do resultado primário é o do BC, que é definido pela diferença entre receitas e despesas sem considerar os juros da dívida pública.
Quando há descumprimento, gatilhos são acionados e o governo é obrigado a gastar menos.
Assim, a alteração no texto define que esses montantes poderão servir como parte da compensação à desoneração.
De acordo com o Estadão, o BC havia enviado, na última segunda-feira (9), uma nota técnica aos deputados criticando a forma de se contabilizar esses montantes esquecidos nas contas bancárias, que somam R$ 8,6 bilhões.
No documento, a autoridade afirmava que a incorporação desse montante bilionário no cálculo das contas públicas estava "em claro desacordo com sua metodologia estatística, indo de encontro às orientações do TCU (Tribunal de Contas da União) e ao entendimento recente do STF."
Segundo o ex-secretário do Tesouro e head de macroeconomia do ASA, Jeferson Bittencourt, "a redação do texto-base deixa claro que o objetivo é forçar um entendimento sobre o cumprimento da meta”, afirmou.
“Contudo, é altamente questionável que a lei ordinária que está sendo proposta delimite os poderes que foram atribuídos ao BC por lei complementar (do arcabouço fiscal). De qualquer forma, o desejo de se viabilizar um cumprimento da meta ao atropelo dos padrões estatísticos internacionais está evidenciado", diz Bittencourt.
Como funcionava o esquema do Grupo Refit, maior devedor de impostos do país, segundo a Receita Federal
Antiga Refinaria de Manguinhos foi alvo da Operação Poço de Lobato, acusada de um sofisticado esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis
Essa cidade brasileira é a terceira maior do mundo, supera Portugal e Israel e tem mais cabeças de gado do que gente
Maior município do Brasil, Altamira supera o território de mais de 100 países e enfrenta desafios sociais, baixa densidade populacional e alta violência
Grupo Refit é alvo de megaoperação, com mandados contra 190 suspeitos; prejuízo é de R$ 26 bilhões aos cofres públicos
Os alvos da operação são suspeitos de integrarem uma organização criminosa e de praticarem crimes contra a ordem econômica e tributária e lavagem de dinheiro
Até tu, Lotofácil? Loterias da Caixa acumulam no atacado e atenções se voltam para prêmio de R$ 53 milhões na Timemania
É raro, mas até a Lotofácil encalhou na noite de quarta-feira (26); Quina, +Milionária, Lotomania, Dupla Sena e Super Sete também acumularam
Gás do Povo entra em operação: veja onde o botijão gratuito já está sendo liberado
Primeiras recargas do Gás do Povo começaram nesta semana em dez capitais; programa deve alcançar 50 milhões de brasileiros até 2026
É dia de pagamento: Caixa libera Bolsa Família de novembro para NIS final 9
O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS
Como é o foguete que o Brasil vai lançar em dezembro (se não atrasar de novo)
Primeira operação comercial no país vai levar ao espaço satélites brasileiros e tecnologias inéditas desenvolvidas por universidades e startups
Liquidação do Banco Master não traz risco sistêmico, avalia Comitê de Estabilidade Financeira do BC
A instituição do banqueiro Daniel Vorcaro cresceu emitindo certificados com remunerações muito acima da média do mercado e vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses
Imposto de Renda: o que muda a partir de 2026 para quem ganha até R$ 5 mil e para a alta renda, a partir de R$ 50 mil por mês
Além da isenção para as faixas mais baixas, há uma taxa de até 10% para quem recebe acima de R$ 50 mil por mês
A cidade brasileira que é a capital nacional do arroz, tem a maior figueira do mundo — e é o lar do mais novo milionário da Mega-Sena
Cidade gaúcha une tradição agrícola, patrimônio histórico e curiosidades únicas — e agora entra no mapa das grandes premiações da Mega-Sena
Defesa de Vorcaro diz que venda do Banco Master e viagem a Dubai foram comunicadas ao BC
O banqueiro foi preso na semana anterior devido à Operação Compliance Zero da Polícia Federal, que investiga um esquema de emissão de títulos de crédito falsos
A proposta do FGC para impedir um novo caso ‘Banco Master’ sem precisar aumentar o colchão do fundo
Com maior resgate da história do FGC, o caso Banco Master acelera discussões sobre mudanças nas regras do fundo e transparência na venda de CDBs
Pagamentos do Bolsa Família e Gás do Povo chegam a beneficiários com NIS final 8 nesta quarta (26)
O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS
Quanto vai ser o salário mínimo de 2026 e o que ainda falta para ele entrar em vigor
O novo piso salarial nacional para 2026 já foi proposto, mas ainda aguarda aprovação; saiba o que ainda falta
Mega-Sena paga prêmio de quase R$ 15 milhões na ‘capital nacional do arroz’; bola dividida deixa Lotofácil em segundo plano
Enquanto a Mega-Sena saiu para uma aposta simples, a Lotofácil premiou um total de 11 apostadores; as demais loterias da Caixa acumularam ontem (25).
2026 sem alívio: projeções do Itaú indicam juros altos, inflação resistente e dólar quase parado
Cenário deve repetir 2025, apesar de R$ 200 bilhões em impulsos fiscais que turbinam o PIB, mas mantêm pressão nos preços
Um problema para o sistema elétrico? Por que a Aneel quer cortar o excedente de energia renovável
Agência aprova plano emergencial para evitar instabilidade elétrica em a excesso de energia solar e eólica
Uma vaca de R$ 54 milhões? Entenda o que faz Donna valer mais que um avião a jato
Entenda como Donna FIV CIAV alcançou R$ 54 milhões e por que matrizes Nelore se tornaram os ativos mais disputados da pecuária de elite
Foi vítima de golpe no Pix? Nova regra do Banco Central aumenta suas chances de reembolso; entenda como funciona
Nova regra do Banco Central reforça o MED, acelera o processo de contestação e aumenta a recuperação de valores após fraudes
BRB no centro da crise do Master: B3 exige explicações sobre possíveis operações irregulares, e banco responde
Em março, o banco estatal de Brasília havia anunciado a compra do Master, mas a operação foi vetada pelo Banco Central