🔴 [SAVE THE DATE] ONDE INVESTIR 2º SEMESTRE – A PARTIR DE 1º DE JULHO – INSCREVA-SE PARA PARTICIPAR

Decisão do Copom em xeque: o que muda para a Selic depois dos últimos acontecimentos?

O Banco Central do Brasil enfrentará um grande dilema nas próximas semanas

23 de abril de 2024
6:24 - atualizado às 11:26
lula campos neto ações economia 2023
Imagem: Flickr/Agência Brasil - Montagem: Giovanna Figueredo

Faltam duas semanas para a próxima reunião do Copom, que será nos dias 7 e 8 de maio, um momento crucial para os investidores brasileiros, considerando que ocorrerá uma semana depois da reunião de política monetária nos EUA, entre o dia 30 de abril e 1 de maio.*

A política monetária dos EUA repercute mundialmente e o atraso no início do ciclo de redução dos juros tem afetado negativamente os ativos de risco globalmente, influenciando negativamente o ciclo de redução dos juros no Brasil.

Nos EUA, espera-se que as taxas de juros se mantenham entre 5,25% e 5,50% até que haja evidências concretas de que a inflação esteja efetivamente convergindo para a meta informal de 2%. Até o momento, a inflação tem mostrado resiliência, especialmente com o aumento nos primeiros meses do ano.

Esta semana, será divulgado o índice PCE de março, uma medida de inflação preferida pelo Fed. Qualquer sinal de alívio, no entanto, é mais provável que apareça nos dados de abril em diante. Dados mais fortes do que o esperado podem jogar o primeiro corte de juros nos EUA para setembro ou, no pior dos casos, dezembro. Seria péssimo.

Super Quarta à brasileira

No cenário brasileiro, a situação não é menos complicada. A inflação tem sido persistentemente alta, apesar de o índice geral de março ter ficado abaixo do esperado. Em poucas palavras, a inflação de serviços, em particular, continua elevada e desafiadora, preocupando o Banco Central brasileiro.

Nesta sexta-feira, será divulgado o IPCA-15 de abril, que é uma prévia da inflação brasileira. Espera-se uma desaceleração para 0,27% na comparação mensal, ou 3,83% anual. Um resultado abaixo do esperado seria um alívio bem-vindo.

Leia Também

Como o PCE nos EUA, uma inflação mais contida poderia criar condições para reduções adicionais nas taxas de juros, diminuindo a pressão sobre a curva de juros e melhorando o ambiente para os ativos de risco.

Vale lembrar que a alta dos juros nos EUA tem impacto globalmente, pois a economia americana lidera o sistema financeiro global, o dólar é a moeda de referência mundial e os títulos públicos americanos são considerados o principal investimento livre de risco.

Recapitulando...

Desde o último comunicado, o Banco Central do Brasil já havia sinalizado uma mudança de postura, indicando apenas mais um corte de 50 pontos-base na taxa de juros em maio, ao invés de dois cortes, como vinha sendo prática comum anteriormente. Agora, até mesmo essa ação tornou-se incerta.

Um corte adicional de 50 pontos poderia diminuir ainda mais o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, afetando o carry-trade (a arbitragem de juros entre as duas economias, que atrai investidores estrangeiros) de maneira negativa para o real e os ativos locais. Em outras palavras, o ritmo pode mudar já em maio.

Desde o início do ano, temos observado uma reversão no fluxo de capital estrangeiro que havia sido positivo no final do ano anterior.

Esse fenômeno coincidiu com uma elevação das taxas de juros no exterior, com o rendimento dos títulos de 10 anos dos EUA saltando de 3,8% para 4,6% em pouco tempo.

Essa fuga de capitais prejudicou tanto os investimentos locais quanto a moeda brasileira, que agora se mostra mais frágil frente ao dólar. De fato, a especulação sobre a valorização do dólar em relação ao real alcançou níveis recordes recentemente.

Na ponta do lápis: o efeito de uma nova Super Quarta

A posição líquida comprada em dólar por meio de derivativos por não residentes (incluindo dólar futuro, dólar mini, swaps e cupom cambial) atingiu uma marca histórica de US$ 70 bilhões, refletindo também a brasileiros operando através de "offshores".

Apesar desta situação adversa para o Brasil, ela não é exclusiva. O Dollar Index, que rastreia o desempenho do dólar contra um cesto de moedas estrangeiras, também tem subido, sendo negociado acima de 106,2, enquanto o euro desvaloriza e é negociado abaixo de 1,06.

Essa força global do dólar é prejudicial para a economia brasileira, que pode enfrentar maior persistência inflacionária como resultado, apesar de o fortalecimento do dólar beneficiar a balança comercial do país através das exportações.

Portanto, um indicador de inflação mais baixo nos EUA seria benéfico inclusive para o Banco Central do Brasil, que se encontra diante da decisão de manter o corte de 50 pontos prometido e arriscar agravar a fragilidade do real, comprometendo assim sua política de comunicação de desaceleração dos cortes de juros.

Alternativas do Banco Central para a Super Quarta

Isso implicaria na alternativa de um corte de 25 pontos-base.

De fato, embora seja prejudicial para a credibilidade do Banco Central ir contra suas próprias declarações anteriores, pode ser que não haja outra escolha. Portanto, muitos analistas já estão revisando suas expectativas para a taxa Selic final.

Um levantamento recente mostrou que a mediana das previsões para a taxa de juros no final do ciclo está agora em 9,75%, comparada com 9% da pesquisa anterior em março. Esse número é também mais alto que o atualmente reportado pelo Focus.

Isso não quer dizer que 9,75% ou até 10% representem o fim definitivo, mas talvez apenas o término deste episódio. Na situação atual, o Banco Central poderia desacelerar o ritmo dos cortes, levar a Selic até 10% ou 9,75%, e então pausar, considerando retomar os cortes posteriormente.

A tese do duplo ciclo está de volta.

Quando isso ocorreria?

Quando as taxas de juros começarem a cair nos EUA, para evitar comprimir demais o diferencial de juros.

Quando esse diferencial fica muito apertado, o dólar tende a valorizar-se e a inflação pode escalar devido ao efeito de pass-through.

As incertezas fiscais locais recentes também não ajudam. Espera-se que nesta semana a Receita Federal divulgue os dados de arrecadação de março, sendo que a revisão das metas fiscais a partir de 2025 já acionou alarmes no mercado.

Geralmente, danos à âncora fiscal têm um alto custo para a âncora monetária. Se o governo agir de maneira irresponsável, a credibilidade fiscal é reduzida, exigindo juros mais altos na emissão de títulos, o que complica ainda mais a situação para o BC.

Nunca fui otimista quanto à credibilidade fiscal deste governo, e o mercado também não era. O problema é que ainda falta um plano claro para nos levar até 2026, quando ocorrerá outra eleição.

  • VEJA TAMBÉM - NADA COLOCA A ECONOMIA DOS EUA DE JOELHOS? JUROS ALTOS NÃO ESTÃO ADIANTANDO E O MUNDO TODO 'PAGA O PATO'

Além da Super Quarta

Portanto, tudo isso pesa contra a manutenção do corte de 50 pontos-base nas próximas duas semanas: a inflação, tanto aqui quanto no exterior, ainda é forte, assim como a atividade econômica, e ainda há muita incerteza fiscal.

E isso sem mencionar o preço do petróleo. Se os conflitos no Leste Europeu e no Oriente Médio elevarem os preços do barril, as expectativas de inflação também serão afetadas, embora este seja um cenário menos provável.

  • LEIA TAMBÉM: Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus Research, comenta os impactos do conflito no Oriente Médio nos mercados e responde: como investir nesse cenário? Confira GRATUITAMENTE clicando AQUI.

Diante disso, as taxas de juros precisam permanecer mais altas por ora. Dependemos de mais dados para ter uma compreensão mais clara de onde as taxas de juros se encaminharão. 

Aliás, um discurso mais coerente e promissor vindo de Brasília poderia ajudar.

Recentemente, críticas públicas à condução das políticas na capital federal sugerem que pode haver uma nova convergência para um discurso mais equilibrado. Lula já solicitou a Haddad e Alckmin mais dinamismo e articulação política.

Até o próprio Ministro de Minas e Energia, Silveira, afirmou que não houve intenção do governo de revisar a capitalização da Eletrobras, e que o Conselho da Petrobras levou em consideração as necessidades da Fazenda na decisão sobre os dividendos.

Esses são sinais positivos, mas ainda insuficientes.

Enquanto isso, o cenário fiscal continua precário. Precisamos de ações mais rápidas e eficazes. Um discurso alinhado, combinado com dados de inflação mais favoráveis no Brasil e nos EUA, já seria um grande avanço.

Este é apenas um dos possíveis cenários, mas a probabilidade de se concretizar ainda é baixa. No entanto, seria um dos caminhos mais benéficos para os ativos de risco no contexto atual. Caso contrário, a situação continuará difícil.

*Texto atualizado para uma correção no primeiro parágrafo, sobre as datas das reuniões do Copom e do Fed

  • Seu bolso não precisa esperar a Selic: segundo Matheus Spiess, as perspectivas para a taxa de juros são incertas. Mas não importa se o Copom cortar 25 ou 50 pontos-base – é possível ganhar dinheiro em qualquer cenário, se estiver posicionado nos ativos certos. Saiba como clicando AQUI.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NOVIDADES NO BC

Banco Central planeja serviço para impedir fraudes, mas a medida de segurança vai depender de você

26 de maio de 2025 - 15:12

Novas ferramentas incluem bloqueio preventivo para abertura de contas, solicitação automática de valores esquecidos e chatbot com inteligência artificial, entre outros serviços

PRIMERA VEZ EM MESES

Bradesco (BBDC4) faz Banco do Brasil (BBAS3) comer poeira na disputa por valor de mercado após balanços do 1T25. O que fazer com as ações?

26 de maio de 2025 - 10:37

Após entregar um balanço mais forte que o esperado, o Bradesco ganhou fôlego e superou a avaliação do Banco do Brasil na bolsa brasileira

DE SAÍDA DA B3?

Por que o maior acionista da dona do Burger King no Brasil (ZAMP3) quer tirar de vez a Zamp da bolsa brasileira

26 de maio de 2025 - 9:21

Após quase três anos desde a última tentativa, a discussão sobre uma potencial OPA pelas ações da Zamp voltou à mesa do fundo árabe Mubadala

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tijolo por tijolo: Ibovespa busca caminho de volta a novos recordes em meio ao morde-assopra de Trump e feriado nos EUA

26 de maio de 2025 - 8:08

Depois de ameaçar com antecipação de tarifas mais altas à UE, agora Trump diz que vai negociar até 9 de julho

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: PIB no Brasil e nos Estados Unidos, prévia da inflação e ata do Fed; confira os indicadores mais importantes da semana

26 de maio de 2025 - 7:03

Após uma semana intensa no Brasil e no mundo, IGP-M, balanço orçamentário, taxa de desemprego e dados do PIB prometem movimentar os mercados nos próximos dias

IMPACTO DO IOF

Entenda por que as mudanças no IOF foram tão mal recebidas pelo mercado e como elas podem impactar a inflação e a economia do Brasil

23 de maio de 2025 - 18:37

Para especialistas, IOF foi escolhido para sanar problemas fiscais por não precisar de negociações para ser alterado — mas, não é a escolha ideal para a situação

DESTAQUES DA BOLSA

Nelson Tanure quer abocanhar a Braskem (BRKM5)? Ações da petroquímica sobem forte na B3 com rumores de oferta

23 de maio de 2025 - 15:28

A performance da petroquímica hoje vem na esteira de notícias de que Nelson Tanure quer abocanhar um pedaço da empresa

conteúdo EQI

Fim da alta da Selic? Seleto grupo de investidores já está protegendo a rentabilidade da carteira e ‘travando’ retornos acima de 14,75% ao ano; veja como

23 de maio de 2025 - 10:00

Focus projeta máxima da Selic em 14,75% em 2025, e é hora de buscar oportunidades para poder manter retornos de dois dígitos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Corrigindo a rota: Governo recua de elevação de IOF sobre remessas a fundos no exterior e tenta tirar pressão da bolsa e do câmbio

23 de maio de 2025 - 8:06

Depois de repercussão inicial negativa, governo desistiu de taxar remessas ao exterior para investimento em fundos

DESTAQUES DA BOLSA

Vem casamento pela frente? Ações da Gol (GOLL4) chegam a disparar quase 20% e levam Azul (AZUL4) às alturas com expectativas de fusão

22 de maio de 2025 - 13:27

Na avaliação do mercado, parte do combustível para a performance robusta neste pregão é a expectativa de combinação de negócios entre as aéreas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dinheiro na mão é solução: Medidas para cumprimento do arcabouço testam otimismo com o Ibovespa

22 de maio de 2025 - 8:26

Apesar da forte queda de ontem, bolsa brasileira segue flertando com novas máximas históricas

FERIADO CRIPTO

Bitcoin Pizza Day: como tudo começou com duas pizzas e chegou aos trilhões

22 de maio de 2025 - 7:31

No dia 22 de maio, o mercado de criptomoedas comemora a transação de 10 mil BTC por duas pizzas, que marcou o início do setor que já supera os US$ 3,5 trilhões

HORA DA RESSACA

Fim de festa? Ibovespa volta aos 137 mil pontos com preocupações sobre dívida dos EUA; dólar vai a R$ 5,64 e NY cai mais de 1%

21 de maio de 2025 - 17:47

Os mercados reagiram às discussões sobre o Orçamento no Congresso norte-americano. A proposta pode fazer a dívida do país subir ainda mais

O PREÇO DE UMA GAFE

Quanto custa um pacote de arroz? No Japão, o cargo de ministro da Agricultura

21 de maio de 2025 - 12:22

Ministro da Agricultura do Japão renunciou depois de causar furor por desconhecer o preço do arroz — mas o porquê de ele não saber piorou ainda mais a situação

DESOVA DE PAPÉIS

BNDES corta participação na JBS (JBSS3) antes de votação crucial sobre dupla listagem nos EUA — e mais vendas podem estar a caminho

21 de maio de 2025 - 12:08

A BNDESPar reduziu a participação no frigorífico para 18,18% do total de papéis JBSS3 e agência alerta que a venda de ações pode continuar

SECAS E ENCHENTES

Impacto do clima nos negócios de bancos e instituições financeiras mais que dobra, aponta pesquisa do BC

21 de maio de 2025 - 10:55

Levantamento mostra que os principais canais de transmissão dos riscos climáticos são impactos em ativos, produção e renda, o que afeta crédito e inadimplência

MUDANÇAS NO ALTO ESCALÃO

Nubank (ROXO34) anuncia saída de Youssef Lahrech da presidência e David Vélez deve ficar cada vez mais em cima da operação

21 de maio de 2025 - 10:15

Lahrech deixa as posições após cerca de cinco anos na diretoria da fintech. Com a saída, quem assumirá essas funções daqui para frente será o fundador e CEO do Nu

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Só pra contrariar: Ibovespa parte dos 140 mil pontos pela primeira vez na história em dia de petróleo e minério de ferro em alta

21 de maio de 2025 - 8:29

Agenda vazia deixa o Ibovespa a reboque do noticiário, mas existe espaço para a bolsa subir ainda mais?

PESSIMISMO

BTG corta preço-alvo da Petrobras (PETR4) em R$ 14 e mira nova petroleira; veja motivos e oportunidades

20 de maio de 2025 - 15:30

Queda no preço do petróleo pressiona Petrobras, mas analistas ainda enxergam potencial de valorização

AJUSTANDO O PORTFÓLIO

Onde investir na bolsa em meio ao sobe e desce do dólar? XP revela duas carteiras de ações para lucrar com a volatilidade do câmbio

20 de maio de 2025 - 12:08

Confira as ações recomendadas pelos analistas para surfar as oscilações do dólar e proteger sua carteira em meio ao sobe e desce da moeda

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar