A Oi (OIBR3) é uma pechincha? Se você quer ter um sono tranquilo e bons lucros, olhe para outra empresa do setor
Essa companhia distribuiu R$ 4,8 bilhões em dividendos e, como o grosso do investimento em fibra parece ter ficado para trás, a expectativa é de que esses proventos aumentem ainda mais
Todas as manhãs, vivo a mesma rotina: entro no escritório, ainda praticamente vazio, vou até a copa, pego um copo de água e uma xícara de café, sento à minha mesa, e aguardo pacientemente meu computador carregar. Depois de tomar tranquilamente a minha xícara de café, começo a labuta.
A vantagem de chegar cedo é que, quando ligo o computador, o Teams ainda está calmo, e meu email ainda não está lotado de mensagens para responder, o que me dá um pouco de paz para ler alguns relatórios e as notícias do dia antes de a bolsa abrir. Bem, esse é o dia perfeito, quem dera fosse sempre assim…
Sem paz durante o cafezinho
Eu não sei se você viu, mas as ações da Oi (OIBR3) chegaram a subir 50% na semana passada, o que alguns dizem estar ligado à compra em massa de ações por um fundo que teria como um de seus principais investidores o empresário Nelson Tanure.
Só na quarta-feira passada (21) a alta foi de 11%. E toda vez que algo extraordinário acontece, como um ganho muito forte, um tombo, uma notícia impactante ou algo do tipo, muita gente vem me perguntar o que está acontecendo com aquela ação.
Na manhã seguinte àquela alta da Oi, meu e-mail estava lotado de mensagens. Antes mesmo de terminar minha xícara de café, já estava respondendo dezenas de pessoas sobre o que estava acontecendo com Oi, se era para comprar, se era para vender, se ia continuar subindo, se iria cair, se eu poderia escrever um relatório sobre, etc.
Mas quem disse que o assunto terminou ali? Queria eu poder voltar a tomar minha xícara de café tranquilamente nos dias seguintes, mas três pregões depois daquela alta, OIBR3 desabou 16%(!).
Leia Também
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
E aí você já sabe né, nada de paz durante o cafezinho…
- Quais são as melhores recomendações de investimento para março das maiores casas de análise e bancos do país? O Money Picks analisou 20 carteiras recomendadas para descobrir a resposta – veja aqui gratuitamente.
Quer emoção? Vai para Las Vegas
Não me leve a mal, vivo de analisar ações e eu adoro fazer isso. O que me incomoda é o fato de boa parte das pessoas só se interessar por histórias problemáticas, que costumam trazer muita dor de cabeça e nenhum retorno.
O sobe e desce das ações da Oi é ótimo para entretenimento, gerar visualizações no Youtube, atrair leitores para os jornais, e sua história tem tudo o que é preciso para virar uma série de sucesso na Netflix.
Mas não é isso que você deveria buscar ao investir. Como disse Warren Buffett certa vez, "investir deveria ser parecido com assistir a tinta secar ou a grama crescer. Se você quer emoção, pegue seu dinheiro e vá para Las Vegas".
Vivo (VIVT3): sem emoção, mas com muito retorno
Um exemplo de investimento que se parece com assistir a grama crescer é a Vivo (VIVT3). Trata-se de uma empresa bastante conservadora e um negócio extremamente estável – tão estável que chega a ser chato.
E nem por isso tem sido um investimento ruim, muito pelo contrário: na comparação com a Oi, até teríamos ficado um pouco atrás nos últimos 6 meses.

Mas teríamos ganhado muito mais dinheiro com ela nos últimos 12 meses.

Nos últimos cinco anos, então, chega a ser covardia…

Mas mais importante do que o retorno maior, é a tranquilidade com que ele foi conquistado. Enquanto os acionistas da Oi estão acostumados a perder noites e mais noites de sono, ninguém nunca me mandou mensagem às 23h30 perguntando "o que aconteceu com a Vivo?". Nunca cheguei no escritório pela manhã com minha caixa de e-mail lotada com perguntas sobre ela.
Se dependesse apenas da Vivo, minhas manhãs seriam sempre tranquilas. Mas vocês insistem em procurar pêlo em ovo…
Vivo ainda paga ótimos dividendos
Além de ter apresentado ótima evolução operacional nos últimos trimestres – o que ajudou nessa valorização das ações –, a Vivo ainda é uma ótima pagadora de dividendos, mais uma vantagem trazida pela estabilidade de seus resultados.
No último ano, a companhia distribuiu R$ 4,8 bilhões em dividendos e, como o grosso do investimento em fibra parece ter ficado para trás, a expectativa é de que esses dividendos aumentem ainda mais.

Aliás, a própria gestão se comprometeu a distribuir, no mínimo, 100% do lucro líquido na forma de proventos nos próximos anos. E como a expectativa é de um lucro de quase R$ 6 bilhões em 2024, devemos ter um crescimento interessante de dividendos pela frente.
Por esses motivos, a Vivo é uma das nossas ações preferidas na série Vacas Leiteiras, que conta com outras ótimas empresas boas não só para quem quer receber dividendos, mas também para quem não abre mão de tomar um café tranquilamente pela manhã.
Se quiser conferir a lista completa, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem.
Ruy
- Além de Vivo (VIVT3): você já sabe que a ação da telefônica é recomendada pelo Ruy Hungria para buscar dividendos, mas não para por aí. Ele recomendou mais 5 papéis na sua carteira de março. Receba o relatório gratuito em seu e-mail, clicando aqui.
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.