🔴 É HOJE: CHANCE DE BUSCAR ATÉ R$ 1 MILHÃO PARTINDO DE R$ 3.125 NO DESAFIO MIL MILIONÁRIOS – PARTICIPE AQUI

Felipe Miranda: Periculum in mora — bolhas especulativas e manipulação de mercado

Enquanto celebramos o cenário de “goldlocks”, as manifestações explícitas de periculum in mora continuam em curso

19 de agosto de 2024
20:31 - atualizado às 19:23
Imagem: Shutterstock

Enquanto, com justiça, celebramos o cenário de “goldlocks" se formando na economia dos EUA e acolhemos a recuperação da credibilidade da política monetária brasileira, deixamos de lado questões da microestrutura de nosso mercado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Poderíamos perder (ou ganhar, sei lá) várias linhas e colecionar tabelas indicando como, historicamente, a queda da taxa básica de juro nos EUA foi positiva para ativos de risco em situações de desaceleração da economia e sem recessão.

Também poderíamos — e confesso conter certo impulso nessa direção — elogiar a postura responsável e institucionalizada adotada por Gabriel Galípolo, cujas declarações recentes em linha com o livro-texto dissipam preocupações maiores com a perda da âncora monetária a partir da transição no Banco Central em 2025.

Desconfio que os interessados em coerência e justiça da narrativa deveriam fazê-lo. Sob a premissa autoimposta de que formuladores de política econômica são como goleiros e árbitros de futebol, que só devem ser elogiados depois do fim das partidas, deixaremos isso para outro momento.

Em reforço, com o Ibovespa flertando com a máxima histórica nominal e a Squadra encerrando seus shorts (ao menos, parte deles), o discurso otimista já embala o JN e os devocionais de cada manhã — entre o sagrado e o profano, influenciadores digitais publicam para seus milhões de seguidores o insuportável “eu avisei”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A quem se pretende bom analista, interessa mais o não dito, as distorções ainda não percebidas, as oportunidades não descobertas, a necessidade de alertar para fenômenos capazes de gerar sérios prejuízos.

Leia Também

As bolhas especulativas

Duas ideias curiosas sobre bolhas especulativas e manipulações de mercado me visitaram no final de semana. Falo de um caso totalmente hipotético, sem qualquer semelhança com a realidade em curso.

Se o leitor encontra qualquer paralelo com a vida real, é por criatividade própria ou alguma coincidência do acaso.

Um primeiro ponto sobre esse tipo de coisa é que, com o benefício da retrospectiva, as histórias são sempre esdrúxulas, meio sem pé nem cabeça, desprovidas de fundamento econômico e financeiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Era óbvio que aquela supermultiplicação por 10x em curto intervalo de tempo não fazia nenhum sentido.”

A boa bolha, no entanto, é aquela que, enquanto infla, se escora numa narrativa crível. Verossímil não quer dizer verdadeiro, mas um pode facilmente se passar pelo outro.

Todos acham uma delícia o começo da formação da pirâmide. Alguns, inclusive, perseguem essas coisas, sempre com a ideia de que serão capazes de empurrar a batata quente para o próximo idiota de plantão.

São ambidestros, hábeis para comprar e vender muito rápido, apoiados num discurso pseudofundamentalista. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Então, uma empresa faz IPO e promete um crescimento estelar, envolta numa retórica alinhada a alguma megatrend da vez. “Somos ESG e vamos consolidar nosso mercado, capturando X% do adressable market.”

Aí, o sujeito adota mesmo boas diretrizes de ESG (ou algumas delas) e as propagandeia com eficiência.

Compra meia dúzia de empresas, vende ativos non core e diz ter atingido um novo patamar sustentável de receita. Paga bons branded contents nos sites especializados de maior renome. Está tudo pronto.

Agora, precisamos apenas de um programa de recompra, talvez do controlador ou do CEO comprando junto, mais um ou outro grande investidor. Secamos o float e, ao menos por um tempo, levamos a ação para onde quisermos. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os leilões de fechamento são um capítulo à parte. Passam a ser particularmente informativos, quando lotes equivalentes a 50% de todo o volume negociado no dia são colocados na pedra, muitas vezes bem acima do último tick.

O preço do leilão passa alguns pontos percentuais superior às últimas negociações e, para tornar o escândalo ainda mais caricato, poucos minutos depois, quando começa o after market, os mesmos compradores do leilão se desfazem de parte do excesso recém-adquirido, às vezes bem abaixo de seu preço de compra.

Não importa tanto ter perdido dinheiro no trade, desde que o preço de fechamento oficial, aquele que fica registrado na B3 e nas cotas do fundo, lhe seja favorável.

Financistas são seres platônicos

Outro ponto: financistas são seres platônicos. Como, depois do estouro da bolha, as coisas, em termos de preço das ações e realidade operacional da respectiva companhia, tendem a voltar ao normal, parece que o fenômeno nunca existiu.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A bolha é tratada como anomalia passageira, algo temporário e sem grandes efeitos. A questão aqui é que a trajetória importa. Até podemos sair do ponto A e voltar para o mesmo ponto A, mas o que aconteceu no meio do caminho? 

Diante daquela narrativa construtiva de uma supermultiplicação e, não raro, orquestração (irregular, diga-se) de movimentos de short squeeze, milhares de investidores são atraídos para o caso.

Num ambiente de assimetria de informação, destinam parte de suas economias ou até mesmo se alavancam para fazer parte da suposta festa, que, quando termina, deixa cicatrizes profundas.

O mesmo sujeito que adora uma pirâmide no comecinho é aquele que vai quebrar meses depois. Não é uma anedota para desafiar a hipótese de mercados eficientes. Isso não é um debate teórico entre Richard Thaler e Eugene Fama.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em bolhas especulativas do passado, foram dezenas de milhares de famílias machucadas.

Fiscalização e punição

Por fim, temos a questão da fiscalização e punição. Por mais competentes, bem-intencionados e dedicados que sejam os servidores públicos (de fato, eles são), objetivamente há uma dificuldade grande em se dar o devido tratamento célere a manipulações de mercado, tanto na esfera administrativa quanto no âmbito criminal.

Mesmo em situações em que a BSM já identificou o problema e o repassou à CVM, o crime pode continuar acontecendo por muito tempo — ainda que, lá na frente, venha a acontecer uma condenação, as tais milhares de famílias já foram danificadas e incorreram em prejuízos por anos e anos.

Ainda que fosse possível ressarci-las, o duro período até seu ressarcimento muitas vezes jamais poderá ser recuperado. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O devido tratamento jurídico e cada etapa do processo legal devem ser respeitados, claro. Não é disso que se trata.

O ponto sensível aqui é que, em algumas situações, a manipulação já foi identificada e, num flagrante ato irregular continuado, ela vai sendo perpetuada. Há um crime em curso, em flagrante.

São manifestações explícitas de “periculum in mora”, em que a demora em se tomar alguma medida jurídica gera novos crimes e prejuízos financeiros e psicológicos aos afetados. 

Todo mundo sabe o que acontece, em plena luz do dia, com trades já monitorados e identificados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Enquanto isso na sala da injustiça, sabemos que eles continuarão acontecendo amanhã.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje

18 de dezembro de 2025 - 8:55

Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…

17 de dezembro de 2025 - 20:00

Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje

17 de dezembro de 2025 - 8:38

Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

16 de dezembro de 2025 - 8:23

Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?

16 de dezembro de 2025 - 7:13

Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg

15 de dezembro de 2025 - 19:55

O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje

15 de dezembro de 2025 - 7:47

O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026

VISÃO 360

Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

14 de dezembro de 2025 - 8:00

Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações

12 de dezembro de 2025 - 8:26

Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas

SEXTOU COM O RUY

Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas

12 de dezembro de 2025 - 6:07

O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje

11 de dezembro de 2025 - 8:23

A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…

10 de dezembro de 2025 - 19:46

Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje

10 de dezembro de 2025 - 8:10

Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar