Dia de uma super decisão: bolsas amanhecem voláteis em meio à espera das decisões sobre juros no Brasil e EUA
Enquanto as apostas de um corte maior crescem nos Estados Unidos, por aqui o Banco Central está dividido entre manter ou elevar a Selic

É um pássaro? É um avião? Nada disso: é a Super Quarta dos mercados que finalmente chegou e deve tirar os investidores do compasso de espera no qual se encontram.
Hoje, o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, deve baixar os juros pela primeira vez desde março de 2020. Resta saber se o corte será da ordem de 0,25 ou de 0,50 ponto percentual (p.p.).
De acordo com as estimativas do CME Group, as chances do corte maior acontecer saltaram para 63%, enquanto uma redução mais modesta segue no radar, porém com uma possibilidade de 37% de acontecer.
Seja como for, a Super Quarta não é “super” sem a decisão de política monetária aqui no Brasil.
Por aqui, o nosso Banco Central deve inverter o sinal e subir os juros em 0,25 p.p., de acordo com estimativas do mercado, ainda que alguns acreditem em uma manutenção da taxa básica em 10,5% ao ano.
Os dados positivos de atividade econômica e a primeira deflação — isto é, inflação negativa — em mais de um ano corroboram com a tese de que subir os juros agora pode ser contraditório.
Leia Também
O salvador da pátria para a Raízen, e o que esperar dos mercados hoje
Felipe Miranda: Um conto de duas cidades
Do outro lado do campo, alguns defendem que já passou da hora de o BC tomar uma posição mais dura em relação à taxa de juros.
Isso porque o desemprego segue próximo das menores taxas em dez anos, a massa salarial continua crescendo — o que tende a pressionar a inflação para cima no longo prazo — e há ainda a sombra de que o governo federal não cumpra a meta fiscal neste e nos próximos anos.
Dado o cenário, há quem acredite que uma alta de 0,50 p.p. na Selic seja necessária — e quem diz isso é responsável pela gestão de mais de R$ 20 bilhões.
Enquanto as decisões de juros não saem, os investidores tendem a dar um tom mais volátil às bolsas mundo afora, o que se refletiu em um encerramento misto dos negócios na Ásia.
A abertura na Europa começa no vermelho, com expectativas envolvendo a decisão de juros do Reino Unido, que só acontece amanhã. O pré-mercado em Nova York é positivo, mas sem tração.
O que você precisa saber hoje
É HOJE: SUPER QUARTA CHEGOU Powered by MT LABS
Hoje os Bancos Centrais do Brasil e dos EUA decidem sobre as suas novas taxas de juros e o Money Times vai liberar um dossiê gratuito com tudo o que você precisa saber para investir a partir disso. Clique aqui para saber mais.
VOANDO ALTO
Ações da Azul (AZUL4) já sobem mais de 47% nos últimos dias e companhia diz o que está por trás da disparada na bolsa. A aérea respondeu um ofício da B3 que solicitou esclarecimentos a respeito das fortes oscilações registradas na cotação dos papéis desde o início do mês.
INADIMPLÊNCIA NA MIRA
Fundo imobiliário RCRB11 obtém decisão favorável em ação de despejo contra a WeWork; companhia deve pagar aluguéis atrasados ou desocupar imóvel até a próxima semana. Vale destacar que outro FII, o Vinci Offices (VINO11), já havia afirmado ter obtido uma liminar parecida na Justiça no início deste mês.
CADÊ MEU POTINHO?
É o fim da Tupperware? Ação da “rainha dos potes” desaba 57% em Nova York em meio a rumores de falência. Segundo a Bloomberg, a companhia estaria se preparando para pedir falência nos Estados Unidos ainda nesta semana após acumular mais de US$ 700 milhões em dívidas.
APOSTAS ONLINE
Tem estudante trocando os livros pelo Jogo do Tigrinho e pelas bets — e esta é a nova ameaça às empresas de educação na B3. Banco BTG Pactual vê crescimento das bets como uma potencial ameaça às empresas de educação, mas tem uma ação preferida no setor.
RETORNO AOS ACIONISTAS
Investidores da Microsoft em festa? Gigante da tecnologia eleva dividendos em 10% e vai abocanhar até US$ 60 bilhões em ações. A big tech declarou um provento trimestral de US$ 0,83 por ação, um aumento de 8 centavos em relação à remuneração paga aos investidores no trimestre anterior.
ATENÇÃO, ACIONISTA
Dividendos e JCP: Cemig (CMIG4) e TIM (TIMS3) pagam juntas mais de R$ 700 milhões em proventos; confira os prazos. Conselhos das empresas aprovaram mais uma distribuição de juros sobre o capital próprio para quem estiver na base acionária em setembro.
DESTAQUES DA BOLSA
É hora de vender São Martinho (SMTO3)? Morgan Stanley rebaixa ação na B3 — mas não é por causa das queimadas. Os analistas ainda cortaram o preço-alvo das ações de R$ 35 para R$ 26, o que implica em uma leve desvalorização de 1,6% em relação ao último fechamento.
REONERAÇÃO SANCIONADA
Lula aprova lei de arrecadação de impostos que pode ‘abocanhar’ dinheiro esquecido nos bancos, mas com vetos. O presidente sancionou as propostas de reoneração gradual da folha de pagamento e Tesouro Nacional pode usar dinheiro esquecido para calibrar contas públicas.
VÍCIO E DÍVIDAS
Bets viraram uma pandemia, diz Haddad: bancos querem ‘barrar’ o cartão de crédito nas apostas online. Bets ilegais serão bloqueadas em outubro, mas o ministro da Fazenda destaca que esse é apenas o início da regulamentação das apostas online.
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Evento em NY visa atrair investidores estrangeiros para negócios verdes no Brasil; veja o potencial das principais oportunidades no país. Brazil Climate Summit ocorre nesta quarta (18) e visa “vender” o país como hub de soluções climáticas para o mundo.
WORLD LIBERTY FINANCIAL
Donald Trump anuncia que vai emitir ‘token da liberdade’, mas ninguém sabe exatamente o que World Liberty Token vai fazer. Segundo o anúncio, o token WL será programado sobre a rede (blockchain) do ethereum para aproveitar a infraestrutura de segurança e escalabilidade.
AMEAÇA AOS NEGÓCIOS
Para driblar sanções dos EUA, China busca alternativas locais à Nvidia — e 3 empresas conhecidas e 4 fora do radar despontam como potenciais substitutas. Em outubro de 2023, o Departamento de Comércio norte-americano afirmou que iria “restringir significativamente” as exportações de chips para a China.
EXPLORAÇÃO ESPACIAL
SpaceX, empresa de Elon Musk, é multada em mais de R$ 3 milhões nos EUA por supostas violações em lançamentos de foguetes. Agência americana alega que a SpaceX violou as recomendações de lançamento de foguetes em duas missões realizadas em 2023.
BIG TECHS NO RADAR
Não é a Nvidia: Amazon fecha parceria multibilionária com outra gigante para a fabricação de chips de IA. Parceria da Amazon Web Services (AWS) com esta outra big tech pode transformar um estado dos EUA em uma potência de inteligência artificial.
MERCADO FORTE
Gigante de eletrodomésticos da China, Midea Group faz o maior IPO do ano em Hong Kong — mesmo com economia e bolsas patinando. A listagem de US$ 3,98 bilhões da Midea ultrapassou a oferta pública inicial de US$ 315 milhões da Sichuan Baicha Baidao Industrial, gigante chinesa de lojas de chá, em abril.
RANKING DOS RICAÇOS
Novo líder no clube dos super-ricos: China mais que dobra número de centimilionários, mas crescimento vem perdendo força. O crescimento no número de super-ricos na China foi impulsionado pelo setor tecnológico, mas o gigante asiático vem perdendo o fôlego desde 2020. Nos EUA, eleições devem impactar na criação de centimilionários.
Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor
Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro
Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço
Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais
De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo
Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses
As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?
Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo
Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente
Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço
Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar
Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim
O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?
Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias.
Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque
Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin
Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito
Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo
De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras
Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado
Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?
A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.
Complicar para depois descomplicar: Ibovespa repercute balanços e início do tarifaço enquanto monitora Brasília
Ibovespa vem de duas leves altas consecutivas; balança comercial de julho é destaque entre indicadores
Anjos e demônios na bolsa: Ibovespa reage a balanços, ata do Copom e possível impacto de prisão de Bolsonaro sobre tarifaço de Trump
Investidores estão em compasso de espera quanto à reação da Trump à prisão domiciliar de Bolsonaro
O Brasil entre o impulso de confrontar e a necessidade de negociar com Trump
Guerra comercial com os EUA se mistura com cenário pré-eleitoral no Brasil e não deixa espaço para o tédio até a disputa pelo Planalto no ano que vem
Felipe Miranda: Em busca do heroísmo genuíno
O “Império da Lei” e do respeito à regra, tão caro aos EUA e tão atrelado a eles desde Tocqueville e sua “Democracia na América”, vai dando lugar à necessidade de laços pessoais e lealdade individual, no que, inclusive, aproxima-os de uma caracterização tipicamente brasileira
No pain, no gain: Ibovespa e outras bolsas buscam recompensa depois do sacrifício do último pregão
Ibovespa tenta acompanhar bolsas internacionais às vésperas da entra em vigor do tarifaço de Trump contra o Brasil
Gen Z stare e o silêncio que diz (muito) mais do que parece
Fomos treinados a reconhecer atenção por gestos claros: acenos, olho no olho, perguntas bem colocadas. Essa era a gramática da interação no trabalho. Mas e se os GenZs estiverem escrevendo com outra sintaxe?
Sem trégua: Tarifaço de Trump desata maré vermelha nos mercados internacionais; Ibovespa também repercute Vale
Donald Trump assinou na noite de ontem decreto com novas tarifas para mais de 90 países que fazem comércio com os EUA; sobretaxa de 50% ao Brasil ficou para a semana que vem
A ação que caiu com as tarifas de Trump mas, diferente de Embraer (EMBR3), ainda não voltou — e segue barata
Essas ações ainda estão bem abaixo dos níveis de 8 de julho, véspera do anúncio da taxação ao Brasil — o que para mim é uma oportunidade, já que negociam por apenas 4 vezes o Ebitda
O amarelo, o laranja e o café: Ibovespa reage a tarifaço aguado e à temporada de balanços enquanto aguarda Vale
Rescaldo da guerra comercial e da Super Quarta competem com repercussão de balanços no Brasil e nos EUA