Clássico é clássico e vice-versa: o que Corinthians e Palmeiras tem a ver com a bolsa? Confira esse e outros insights do dia
Com agenda interna fraca, jogo do Corinthians e Palmeiras pode ser analisado como um pregão na bolsa; veja o que balança a rede do gol dos mercados
A frase “clássico é clássico e vice-versa” costuma ser atribuída ao centro-avante Jardel. Ele fez história no Grêmio e no futebol português por seus muitos gols de cabeça nos anos 1990. O ex-jogador nega a autoria da pérola. De qualquer modo, o folclore não anula a precisão da frase.
Na última sexta-feira, mencionei o clássico entre Corinthians e Palmeiras para ilustrar o autoengano de parte do mercado financeiro em relação a um futuro ciclo de alívio monetário nos Estados Unidos.
Hoje vou aproveitar a agenda fraca do dia — embora o ano efetivamente comece hoje em Brasília e na China, Wall Street não abre — para analisar o Dérbi Paulistano como se Corinthians e Palmeiras fossem empresas de capital aberto e o jogo, um pregão na bolsa.
Neste exercício, considerando as informações contábeis às quais temos acesso, Palmeiras estaria enquadrado no Novo Mercado da B3 sob o ticker PALM3. Já o Corinthians entraria na tela como SCCP4.
Ambos os papéis têm bastante liquidez e histórico de blue chip. No entanto, PALM3 e SCCP4 atravessam momentos distintos no pós-pandemia.
Enquanto o Palmeiras tem entregado um dividend yield robusto para seus acionistas nesses últimos anos, o Corinthians lida com uma alavancagem elevada depois de ter investido em ativos que deram pouco ou nenhum retorno em meio a uma administração calamitosa.
Leia Também
Logo no pré-mercado, alguns investidores montaram um swing trade com PALM3 na ponta comprada e shorteando SCCP4.
Iniciado o pregão, excepcionalmente realizado em Barueri, melhor negócio parecia impossível. Zé Rafael e Richard Ríos mostraram que o sistema de distribuição do Palmeiras estava bem azeitado.
A sessão estava quase na metade quando Endrick apresentou o fluxo de caixa livre e PALM3 engatou uma alta robusta. O movimento se acentuou quando Flaco López mostrou a importância de um bom posicionamento no mercado.
Naquele momento, PALM3 parecia um negócio tão seguro que a maior parte do mercado achou melhor manter a posição e trocou a tela para ler notícias aleatórias. Mais prevenidos, alguns investidores aproveitaram para embolsar os lucros.
Acontece que alguns acham que os múltiplos de PALM3 estão altos demais. Ao mesmo tempo, consideram que SCCP4 ficou barato demais para tanta receita líquida. Essa turma foi na contramão e acabou chamada de louca quando programou um swing trade comprando SCCP4 e vendendo PALM3.
O que pouca gente acreditava era que medidas aparentemente desesperadas, como as recentes trocas no C-level e também em posições gerenciais de SCCP4, pudessem surtir efeito tão rápido.
A repentina melhora da unidade de negócio Yuri Alberto compensou parte das perdas com a desativação de Cássio, mas SCCP4 ainda caía.
Eis que, momentos antes do sino de fechamento, Rodrigo Garro mostrou o Ebitda ajustado do Corinthians. Houve quem visse no resultado um empate. Na tela, porém, PALM3 terminou o pregão em queda e SCCP4 fechou em alta.
O que ainda não está claro é se foi só um acaso ou se esses movimentos sugerem alguma tendência de longo prazo.
O que você precisa saber hoje
REPORTAGEM ESPECIAL
O que deu errado para a Lojas Renner (LREN3) na era ‘pós-Galló’? Depois de ‘tempestade perfeita’, varejista busca novos caminhos em 2024. Em meio a aumento da concorrência, juros em alta, pandemia e erros de execução, ação da Lojas Renner (LREN3) poucas vezes esteve tão barata aos olhos do mercado.
RELEMBRE A TRAJETÓRIA DE SUCESSO
Morre Abilio Diniz, empresário que transformou o Pão de Açúcar (PCAR3) em um gigante do varejo. Diniz estava internado para tratar uma pneumonite, mas foi vitimado pela insuficiência respiratória decorrente da inflamação pulmonar.
AGENDA ECONÔMICA
Balanços do Nubank (NUBR33) e Vale (VALE3) movimentam a semana com feriado nos EUA e Japão; veja destaques dos próximos dias. Também fica no radar a divulgação da ata da mais recente reunião do Fomc, o Copom americano, que deve trazer a visão do Federal Reserve para o futuro dos juros locais.
NOVIDADE PARA OS COTISTAS
Após trocar de nome e ticker, o fundo imobiliário GARE11 vende imóvel por R$ 280 milhões e vai reduzir dívidas. Caso o negócio seja consumado, a gestora do antigo Guardian Logística estima que o lucro bruto será de R$ 71 milhões.
AUTOMÓVEIS
Estes carros vão te levar mais longe: conheça os 5 modelos a diesel, gasolina, híbridos e elétricos com maior autonomia do mercado. Da Ford Ranger ao Polo, elencamos os carros com maior autonomia à venda no Brasil, perfeitos para aquela viagem e para quem detesta parar no posto para abastecer.
Uma excelente semana para você!
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos