Dólar bate em R$ 5,14 e atinge maior nível em seis meses — e aqui estão três motivos para a disparada da moeda norte-americana hoje
O dólar também se valoriza ante as divisas globais; as cotações do petróleo e do ouro renovam máximas históricas
Se a política monetária das principais economias do mundo norteou os mercados nas últimas semanas, nesta sexta-feira (12), o temor dos juros ganhou um novo aliado: a escalada da guerra no Oriente Médio — e o impacto é sentido diretamente no dólar.
Na comparação com o real, o dólar renovou a máxima intraday a R$ 5,1482 no mercado à vista, por volta das 11h20 (horário de Brasília). Essa é a maior cotação em seis meses. Siga os mercados.
A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 5,1212, com alta de 0,60% em relação ao fechamento da véspera. Na semana, a moeda norte-americana avançou 1,10%.
Mas não é só contra moedas emergentes que o dólar se valoriza. O índice DXY, que compara a moeda norte-americana a uma cesta de seis divisas globais como euro e iene , superou os 106 pontos, com alta de quase 1% e opera no maior nível desde outubro do ano passado.
- Dólar em alta? Veja a melhor forma de investir na moeda americana para poder proteger seu patrimônio
1 - Corte de juros nos EUA adiado?
Com a persistência da inflação acima da meta nos Estados Unidos, como mostrou o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março, o mercado já precifica um adiamento do corte dos juros na maior economia do mundo para o final do segundo semestre deste ano.
Antes da CPI, a expectativa de início de cortes era o mês de junho. Mas o dado veio mais forte do que o esperado e fez o mercado recalibrar suas apostas
Leia Também
A inflação norte-americana acelerou 0,4% em março, colocando a taxa em 12 meses em 3,5% — 0,3 ponto percentual acima da de fevereiro.
Vale destacar que o CPI não é a medida preferida do Federal Reserve, o banco central dos EUA, para a inflação, mas economistas consultados pela Dow Jones esperavam alta de 0,3% e de 3,4%, respectivamente.
Excluindo componentes voláteis dos alimentos e da energia, o núcleo do CPI também acelerou 0,4% em base mensal e subiu 3,8% em relação ao ano anterior, em comparação com as estimativas de 0,3% e 3,7%.
Entre os expoentes do mercado, o Bank of America (BofA) atualizou as projeções sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e agora prevê apenas o início do ciclo de cortes em dezembro.
"Continuamos a esperar que o Fed reduza quatro vezes (ou 100 pontos-base) em 2025 e duas vezes (50 pontos-base) em 2026", escreve o analista Michael Gapen, que assina o relatório.
Além do adiamento da expectativa de corte de junho para dezembro, o BofA afirma que os dados apontam para uma taxa terminal no intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano, com fim do ciclo em 2026. Antes, a projeção era de taxa terminal de 3,00% a 3,50%.
O Itaú BBA também se juntou ao BofA na previsão de afrouxamento monetário nos EUA a partir de dezembro.
- LEIA TAMBÉM: Veja quais são as melhores formas de investir em dólar (sem precisar ir até uma casa de câmbio)
2 - Irã x Israel
O risco geopolítico aumentou a pressão sobre os mercados desde o início de abril com o ataque de Israel à embaixada do Irã em Damasco, na Síria. Mas, a ebulição das tensões ganhou força nas últimas horas.
O Irã, um dos maiores exportadores de petróleo do mundo e importante aliado do grupo Houthis — que tem como alvo embarcações no Mar Vermelho com ligações com Israel como um protesto contra a ofensiva militar em Gaza — prometeu vingança pelo ataque aéreo de 1º de abril.
Até agora, Israel não declarou responsabilidade pelo ataque à embaixada e um porta-voz do governo disse que não comentaria as reportagens da imprensa estrangeira logo depois a ofensiva , segundo a Sky News.
Contudo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ontem (11) que continuaria a guerra em Gaza, mas seguiria com preparativos de segurança em outras regiões do país.
E, assim como em qualquer situação de incerteza, os investidores procuram ativos considerados mais seguros, como o dólar, por exemplo.
3 - Risco fiscal
No Brasil, o cenário fiscal é um dos grandes motivos para a preocupação dos investidores — e quase sempre um impulsionador para o dólar.
Nesta semana, a Câmara dos Deputados aprovou a antecipação de um gasto extra de até R$ 15,7 bilhões neste ano, alterando o arcabouço fiscal — o que acendeu um alerta para o risco de novas mudanças na regra.
Além disso, a meta fiscal do próximo ano também está no radar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou na última quarta-feira (10) que a meta de 2025 já está definida.
O assunto ainda deve ser discutido com o presidente Lula e o anúncio é esperado para a próxima segunda-feira (15).
Vale lembrar que o dia 15 também é a data limite para o governo enviar a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) do ano que vem ao Congresso Nacional.
- Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.
Não é só o dólar
As preocupações com o acirramento das tensões geopolíticas e as incertezas quanto aos juros nos Estados Unidos não impulsionam apenas o dólar.
Os contratos mais líquidos do petróleo tipo Brent, referência para o mercado internacional, subiram mais de 2%, alcançando o nível próximo a US$ 92 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
A commodity, considerada um termômetro dos mercados, operou no maior nível desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em outubro do ano passado. Os futuros do Brent terminaram o dia com o barril a US$ 90,45.
O ouro também renova máximas históricas. Os contratos mais líquidos do ouro, com vencimento em junho, subiram a US$ 2.437,80 a onça-troy, na Comex, divisão de metais na New York Mercantile Exchange (Nymex), no maior patamar do dia, por volta das 12h20 (horário de Brasília).
Mas a alta foi reduzida ao longo do dia. O ouro fechou as negociações a 2.374,10 a onça-troy.
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade