🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Os prés brilham

Em dia de Copom, Tesouro Direto se antecipa a corte de juros, e títulos têm alta de até 450% do CDI desde a última reunião

Banco Central ainda não deve reduzir a Selic na reunião de hoje, mas títulos públicos já precificam os cortes futuros e têm valorização formidável no ano

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
21 de junho de 2023
6:49 - atualizado às 11:41
Bola de cristal
O mercado sempre tenta se antecipar aos movimentos futuros, e na renda fixa não é diferente. Imagem: Shutterstock

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) termina, nesta quarta-feira (21), sua reunião de dois dias para decidir o rumo da taxa básica de juros no país, hoje estacionada em 13,75% ao ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Embora um corte na Selic já nesta reunião não esteja nas perspectivas do mercado, é esperado que, pelo menos, a autoridade monetária sinalize uma redução nos juros em breve.

Mas, como no mercado financeiro os investidores estão sempre tentando antecipar o futuro, os preços dos ativos já vêm incorporando a queda na Selic que está por vir.

Com os dados de inflação vindo abaixo do esperado, a aprovação do arcabouço fiscal, a descompressão do câmbio, o crescimento econômico acima do esperado e o andamento da reforma tributária no Congresso, o movimento pode ser observado nos juros futuros, cujos vencimentos longos e curtos passaram por uma queda forte desde o início do ano.

Isso fez com que os ativos de renda fixa com taxas prefixadas ou atreladas à inflação, cujos preços tipicamente sobem quando os juros futuros caem, vissem uma valorização formidável no mercado, o que pode ser bem observado na alta vista pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apenas desde a última reunião do Copom, finalizada em 3 de maio deste ano – pouco mais de um mês atrás –, alguns títulos apresentam valorizações nas faixas de 6% e 7%. O mais rentável de todos, o prefixado com vencimento em 2029, teve alta de 7,30%, o equivalente a 446% do CDI do período, que foi de 1,64%.

Leia Também

Veja, na tabela a seguir, os desempenhos em ordem decrescente dos títulos públicos ainda disponíveis para compra no Tesouro Direto da última reunião do Copom para cá. Repare que todos superaram o CDI do período:

TítuloDesempenho desde 03/05/2023
Tesouro Prefixado 20297,30%
Tesouro Prefixado com juros semestrais 20336,90%
Tesouro IPCA+ 20356,48%
Tesouro IPCA+ 20456,38%
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 20404,61%
Tesouro Prefixado 20263,93%
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 20323,83%
Tesouro IPCA+ 20292,68%
Tesouro Selic 20291,92%
Tesouro Selic 20261,78%
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 20552,00%
CDI*1,64%
(*) CDI com fechamento em 19/06/23.
Fontes: Tesouro Direto e Banco Central

Prefixados são os mais beneficiados no cenário atual

Os destaques da lista são os títulos prefixados, uma vez que nos vemos num cenário em que os juros têm perspectiva de cair e a inflação já mostra fortes sinais de descompressão.

Esses títulos também são tipicamente mais sensíveis aos movimentos de juros do que os Tesouro IPCA+, uma vez que não oferecem um retorno garantido acima da inflação, como os papéis atrelados a índices de preços. É possível dizer, nesse sentido, que os prefixados são mais arrojados que os títulos indexados à inflação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além disso, com o alívio nos preços, os Tesouro IPCA+ também perdem um pouco a sua atratividade, uma vez que parte da sua remuneração corresponde a um índice de inflação.

VEJA TAMBÉM: A NETFLIX REALMENTE PODE TE PROIBIR DE COMPARTILHAR SUA SENHA? VEJA SE VOCÊ PODE IMPEDIR A COBRANÇA

Destaque ainda para o desempenho dos títulos de prazos mais longos, que tendem a ser mais voláteis que os de prazos mais curtos, apresentando variações maiores para cima ou para baixo.

Ademais, são títulos cujo desempenho é mais influenciado pela percepção de risco-país do que pelas perspectivas de queda na Selic.

Esta já vinha sendo precificada anteriormente, enquanto a redução no risco Brasil ocorreu mais recentemente, com a aprovação do arcabouço fiscal, o andamento da reforma tributária e a melhora da perspectiva de crédito do Brasil por parte da agência de classificação de risco S&P.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda há espaço para novas altas?

Segundo relatório publicado por analistas da Guide Investimentos na última segunda-feira (19), o espaço para valorizações nos títulos públicos como as vistas até agora ficou limitado daqui para frente, sobretudo no caso dos papéis de vencimentos mais curtos (prazos de até dois anos).

Isso porque os juros futuros de dois anos recuaram, nos últimos meses, para o patamar de 10%, próximo da previsão das instituições financeiras para a Selic ao final de 2024.

Ou seja, segundo esta visão, os juros de mercado já convergiram para o patamar ao qual deve chegar a Selic, o que evidenciaria que os títulos públicos já precificam os cortes na taxa de juros.

“Em nossa visão, a relação risco-retorno da renda fixa já é bem pior do que três meses atrás. Por outro lado, no mercado de ações, a relação risco-retorno ainda é atrativa, com valuations baixos e potencial de recuperação dos lucros nos próximos trimestres”, dizem os analistas da Guide.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda assim, na visão da Empiricus Research, o alongamento dos prazos dos títulos de renda fixa ainda se mostra como uma estratégia interessante.

No último relatório da série Super Renda Fixa da casa de análise, a analista Laís Costa frisou que os títulos indexados à inflação ainda oferecem taxas atrativas (acima de 5,5% mais IPCA, atualmente), mas que para os prazos mais curtos ainda prefere os prefixados.

Retornos dos títulos do Tesouro Direto chegam a ultrapassar os 15% no ano

Apenas nos seis primeiros meses incompletos de 2023, os títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto apresentam rentabilidades que chegam a superar os 15%. No geral, os papéis mais longos, sejam os prefixados, sejam os Tesouro IPCA+, ultrapassam os 10% de valorização.

Veja o ranking dos títulos disponíveis para compra e venda no Tesouro Direto e que já estavam disponíveis desde o início do ano:

Título públicoDesempenho no ano
Tesouro IPCA+ 204516,66%
Tesouro Prefixado 202916,27%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 203314,75%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 203114,08%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 205513,72%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 205013,45%
Tesouro IPCA+ 203513,41%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 202913,02%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 204512,59%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 204012,38%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 202711,69%
Tesouro Prefixado 202611,48%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 203511,39%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 203210,79%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 203010,09%
Tesouro Prefixado 20258,21%
Tesouro IPCA+ 20268,19%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 20267,86%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 20257,81%
Tesouro Prefixado 20247,06%
Tesouro Selic 20276,32%
Tesouro Selic 20256,13%
Tesouro Selic 20246,11%
CDI*6,01%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 20245,66%
Tesouro IPCA+ 20245,60%
(*) CDI com fechamento em 19/06/23.
Fontes: Tesouro Direto e Banco Central

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
TEMOR NÃO SE CONFIRMOU

A onda de resgates foi só uma marolinha: para gestor da ARX, fundos de crédito isentos de IR continuarão bombando em 2026

27 de novembro de 2025 - 6:01

Pierre Jadoul não vê investidor disposto a tomar risco e enfrentar volatilidade enquanto juros continuarem altos e eleições aumentarem imprevisibilidade

TEMPO LIMITADO

CDB que rende 150% do CDI é a aposta de investimento do Mercado Pago para a Black Friday

17 de novembro de 2025 - 19:32

O produto estará disponível por tempo limitado, entre os dias 24 e 28 de novembro, para novos clientes

RENDA FIXA

Órfão dos CDBs de 120% do CDI do Banco Master? Confira as opções mais rentáveis com outros emissores e indexadores

17 de novembro de 2025 - 6:09

Após o tombo do Banco Master, investidores ainda encontram CDBs turbinados — mas especialistas alertam para o risco por trás das taxas “boas demais”

ANBIMA DATA

Tesouro Direto: Prefixados disparam e lideram retorno da renda fixa — e tendência deve se intensificar até 2026

15 de novembro de 2025 - 17:05

Levantamento da Anbima mostra que a expectativa de queda da Selic puxou a valorização dos títulos de taxa fixa

ESTRATÉGIA DOS GESTORES

O prêmio voltou: gestores viram a mão nas debêntures isentas de IR, mas ainda apostam em retorno melhor à frente

12 de novembro de 2025 - 18:51

A correção de spreads desde setembro melhora a percepção dos gestores em relação às debêntures incentivadas, com o vislumbre de retorno adequado ao risco

RENDA FIXA

Tesouro Direto: prefixado curto dá adeus aos 13% ao ano — atrelados à inflação começam a perder taxa de 7%

11 de novembro de 2025 - 14:01

Surpresa da divulgação do IPCA de outubro foi gatilho para taxas do Tesouro Direto se afastaram dos níveis mais altos nesta terça-feira (11)

CARTEIRA RECOMENDADA

Renda fixa para novembro: CRAs da Minerva e CDB que paga IPCA + 8,8% são as estrelas das recomendações do mês

7 de novembro de 2025 - 14:21

BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam aproveitar as rentabilidades enquanto a taxa de juros segue em 15% ao ano

RENDA FIXA

Onda de resgates em fundos de infraestrutura vem aí? Sparta vê oportunidade nos ativos isentos de IR listados em bolsa

6 de novembro de 2025 - 16:40

Queda inesperada de demanda acende alerta para os fundos abertos, porém é oportunidade para fundos fechados na visão da gestora

DEBÊNTURES INCENTIVADAS

A maré virou: fundos de infraestrutura isentos de IR se deparam com raro mês negativo, e gestor vê possível onda de resgates

3 de novembro de 2025 - 6:04

Queda inesperada de demanda por debêntures incentivadas abriu spreads e derrubou os preços dos papéis, mas movimento não tem a ver com crise de crédito

DE OLHO NOS RENDIMENTOS

Ficou mais fácil: B3 passa a mostrar posições em renda fixa de diferentes corretoras na área do investidor

23 de outubro de 2025 - 17:50

Funcionalidade facilita o acompanhamento das aplicações, refletindo o interesse crescente por renda fixa em meio à Selic elevada

DEBÊNTURES EM RISCO

Novo “efeito Americanas”? Títulos de dívida de Ambipar, Braskem e Raízen despencam e acendem alerta no mercado de crédito

23 de outubro de 2025 - 6:05

As três gigantes enfrentam desafios distintos, mas o estresse simultâneo nos seus títulos de dívida reacendeu o temor de um contágio similar ao que ocorreu quando a Americanas descobriu uma fraude bilionária em 2023

SIMULAÇÃO

Tesouro IPCA+ com taxa de 8%: quanto rendem R$ 10 mil aplicados no título do Tesouro Direto em diferentes prazos 

22 de outubro de 2025 - 6:30

Juro real no título indexado à inflação é histórico e pode mais que triplicar o patrimônio em prazos mais longos

RENDA FIXA

Tesouro Direto: Tesouro IPCA+ com taxa a 8% é oportunidade ou armadilha? 

22 de outubro de 2025 - 6:02

Prêmio pago no título público está nas máximas históricas, mas existem algumas condições para conseguir esse retorno total no final

ANBIMA

Até o estrangeiro se curvou à renda fixa do Brasil: captação no exterior até setembro é a maior em 10 anos

20 de outubro de 2025 - 17:35

Captação no mercado externo neste ano já soma US$ 29,5 bilhões até setembro, segundo a Anbima

NOVO TESOURO NA BOLSA

Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic

16 de outubro de 2025 - 15:50

Indicador mede o desempenho das LFTs e reforça a consolidação da renda fixa entre investidores; Nubank estreia primeiro produto atrelado ao índice

ESTRATÉGIA APERTADA

Fim da ‘corrida aos isentos’: gestores de crédito ficam mais pessimistas com as debêntures incentivadas com isenção de IR garantida

9 de outubro de 2025 - 17:41

Nova pesquisa da Empiricus mostra que os gestores estão pessimistas em relação aos retornos e às emissões nos próximos meses

CARTEIRA RECOMENDADA

Renda fixa recomendada para outubro paga IPCA + 8,5% e 101% do CDI — confira as opções de debêntures isentas, CDB e LCA

9 de outubro de 2025 - 16:02

BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente

AINDA NÃO SERÁ DESTA VEZ

LCI, LCA, FII e fiagro mantêm isenção de imposto de renda; veja as novas mudanças na MP 1.303/25, que deve ser votada até amanhã (8)

7 de outubro de 2025 - 13:00

Tributação de LCIs e LCAs em 7,5% chegou a ser aventada, mantendo-se isentos os demais investimentos incentivados. Agora, todas as isenções foram mantidas

RENDA FIXA CORPORATIVA

Problemas de Ambipar (AMBP3) e Braskem (BRKM5) podem contaminar títulos de dívida de outras empresas, indica Fitch

3 de outubro de 2025 - 19:34

Eventos de crédito envolvendo essas duas empresas, que podem estar em vias de entrar em recuperação judicial, podem aumentar a aversão a risco de investidores de renda fixa corporativa, avalia agência de rating

RENDA FIXA

Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?

2 de outubro de 2025 - 18:21

Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar