O mistério em torno da volta de Jair Bolsonaro ao Brasil já foi desfeito: ele já confirmou que vai deixar os EUA nas próximas semanas. E, ao que tudo indica, será por conta própria. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que tenha planos de mandar buscar seu rival político.
O petista não pedirá ao presidente dos EUA, Joe Biden, a extradição de Bolsonaro. Segundo o presidente, essa decisão depende da justiça brasileira.
"Um dia ele terá que voltar ao Brasil e enfrentar os processos a que responde. Não vou falar com Biden sobre a extradição do Bolsonaro, isso depende dos tribunais, e quero que ele seja considerado inocente até que seja provado o contrário, o que não aconteceu comigo", disse Lula em entrevista no final de semana, no âmbito da visita à Casa Branca.
Bolsonaro está na Flórida, para onde foi antes da cerimônia de posse de Lula. No dia 30, Bolsonaro pediu visto de turista para permanecer mais tempo nos EUA, já que a permissão diplomática expirou.
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E o que diz Bolsonaro?
Bolsonaro participou na noite do sábado (11) de evento na igreja evangélica Church of All Nations, em Boca Raton, na Flórida. Em seu discurso, o ex-presidente afirmou que a sua "missão não acabou" e que pretende voltar ao Brasil "nas próximas semanas".
"É uma satisfação muito grande a forma como vocês têm me tratado, em qualquer lugar desse mundo. Isso não tem preço. Ainda mais para quem, pelo menos diante do TSE, não conseguiu ser reeleito", disse Bolsonaro, ao ouvir vaias da plateia contra o Tribunal Superior Eleitoral.
"Todos nós temos uma missão aqui na Terra. E a minha missão ainda não acabou", prosseguiu.
Bolsonaro também falou que quer colaborar com a direita brasileira. "No momento não temos uma liderança da direita nacional. Temos regional. Esse pessoal vai crescendo. Nós vamos nos fortalecer. Nós voltaremos. A nossa vocação é ser mais que extensão, na verdade, uma grande nação. Olha o que Israel não tem, e veja o que eles são. Olha o que nós temos, e o que nós não somos", disse.
Bolsonaro pretende voltar ao Brasil e se posicionar como o principal líder da direita e da oposição a Lula.
Mesmo no exterior, ele atuou na disputa pela Presidência do Senado, no início deste mês, em favor de seu ex-ministro, o senador Rogério Marinho (PL), mas não obteve sucesso. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito com 49 votos favoráveis, de um total de 81.
*Com informações do Estadão Conteúdo