“Ah, que bom você chegou… Bem-vindo a Salvador… Coração do Brasil” — esse clássico do Carnaval já está embalando o feriado de Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente partiu com Janja, a primeira-dama, para a capital baiana na tarde desta sexta-feira (17) e deve passar o feriado na base militar de Aratu.
Mas antes de “conhecer a cidade de luz e prazer”, como diz a canção, o petista teve reuniões importantes, que passaram bem longe da folia.
Logo pela manhã, Lula recebeu os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Casa Civil, Rui Costa; e do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. O objetivo foi trabalhar no pacote econômico-social que será apresentado após o feriado.
Enquanto muitos brasileiros estarão tentando se livrar do glitter dos quatro dias de festa, o governo deve se preparar para anunciar a Medida Provisória do Bolsa Família, o programa de renegociação de dívidas Desenrola, o aumento do salário mínimo a R$ 1.320 e a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda a R$ 2.640.
Após a reunião de hoje com Lula, Haddad falou com a imprensa e afirmou que o orçamento para o Bolsa Família está garantido, assim como "todos os compromissos de campanha" estão mantidos.
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Lula: esquentando os tamborins
Asa de Águia, Ivete Sangalo ou as tradicionais marchinhas. São muitos os ritmos que vão embalar os quatro dias de Carnaval por aqui. Na semana que se encerra hoje, no entanto, o samba-enredo foi outro.
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Embora o próprio presidente Lula tenha entrado na avenida para falar — de novo — do banco central, dos juros altos e da inflação, na concentração os tamborins continuavam esquentando.
A Secretaria de Política Econômica (SPE), ligada ao Ministério da Fazenda, elaborou um estudo mostrando ao presidente que a meta de inflação no País não é a principal causa para os juros elevados.
A ideia da Fazenda é convencer Lula de que o melhor caminho para se conseguir a redução da Selic — hoje em 13,75% ao ano — não é focar esforços no aumento da meta de inflação.
Segundo interlocutores do governo, Lula teria se impressionado com os dados. Agora resta saber se o estudo vai garantir nota dez na harmonia entre o governo e o BC daqui pra frente.