Desde a campanha presidencial de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva sabe que o agronegócio seria um obstáculo — importante — à sua governabilidade. O setor estava fechado pela reeleição de Jair Bolsonaro e não dava sinais de que mudaria de posicionamento tão cedo.
Uma luz — não a do fim do túnel — brilhou para a campanha do petista quando Simone Tebet (MDB-MS) apoiou a eleição de Lula no segundo turno. Poderia estar ali a chave que abriria a porta do agronegócio ao aspirante ao Palácio do Planalto.
Lula venceu a corrida eleitoral e levou Tebet com ele em um vaivém político — nos bastidores circulava a informação de que dar um ministério para a emedebista era uma desejo pessoal do novo presidente e não uma estratégia de governo ou do partido. Ela ficou com a pasta do Planejamento.
Outro aceno de Lula
Nesta sexta-feira (3), Lula deu outro aceno ao agronegócio. Dessa vez com seu ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
O presidente esteve em Mato Grosso e em um evento de entrega de 1.440 residências do Minha Casa, Minha Vida em Rondonópolis, classificou Fávaro como um "cidadão extraordinário".
Lula também aproveitou o momento para destacar a importância do estado, um reduto bolsonarista, como produtor de carne e grãos.
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A cutucada também veio
Mas nem só de acenos foi feita a visita de Lula ao Mato Grosso. Em críticas a Bolsonaro, o presidente afirmou que daria um prêmio a quem dissesse uma obra do ex-gestor entregue no Estado.
"Eu duvido", e pontuou que a única inauguração que sabe que foi feita por Bolsonaro foi uma ponte de madeira.
Lula: vai um churrasquinho aí?
Lula brincou que as casas entregues do Minha Casa, Minha Vida precisam ter churrasqueira para que se possa fazer churrasco, mas ressaltou que, para isso, o preço da carne no País também precisa cair mais.
A quem não come carne, o chefe do Executivo prometeu uma "agricultura saudável para que as pessoas possam comer uma salada bem tratada".
O presidente também pontuou que o País produz alimento suficiente para seu povo, mas que ainda há cidadãos que passam fome.
"Pessoas passam fome porque não têm dinheiro para comprar alimentos necessários, porque, se tivessem dinheiro, encontravam os alimentos no supermercado."