A guerra entre Rússia e Ucrânia completa um ano na sexta-feira (24), mas o presidente Vladimir Putin resolveu fazer uma surpresa antecipada: anunciou hoje a implementação de um novo míssil balístico intercontinental, o lançamento de mísseis hipersônicos e novos submarinos nucleares.
O chefe do Kremlin já sinalizou que está pronto para rasgar a arquitetura do controle de armas nucleares — incluindo a moratória das grandes potências sobre testes nucleares — e parece que está colocando seu plano em marcha.
O primeiro passo foi dado na terça-feira (21), quando Putin suspendeu um tratado histórico de controle de armas nucleares. O que se viu na sequência foi o anúncio de novos sistemas estratégicos em serviço de combate e o aviso de que Moscou poderia retomar os testes nucleares.
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Putin, um defensor da pátria?
Hoje, na Rússia, é feriado do "Defensor da Pátria", conhecido nos tempos soviéticos como o Dia do Exército Vermelho.
Em um discurso para marcar a data, Putin invocou a vitória soviética sobre a Alemanha nazista para argumentar que a Rússia precisava de forças armadas modernizadas para garantir sua soberania.
"Como antes, prestaremos maior atenção ao fortalecimento da tríade nuclear", disse Putin, referindo-se a mísseis nucleares baseados em terra, mar e ar.
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Putin lutará com Satan
No discurso de hoje, o presidente russo afirmou que os mísseis balísticos intercontinentais baseados em Sarmat seriam posicionados este ano.
O míssil de combustível líquido RS-28 Sarmat — apelidado de Satan 2 por analistas ocidentais — foi anunciado pela primeira vez por Putin em 2018 e deveria ter sido implantado no ano passado.
A CNN informou que os EUA acreditam que a Rússia realizou um teste do Sarmat pouco antes de o presidente norte-americano, Joe Biden, visitar a Ucrânia no início desta semana, mas o teste teria falhado.
O míssil de 35 metros, que Putin diz que fará os inimigos da Rússia “pensarem duas vezes”, tem um alcance de 18.000 km. Alguns especialistas estimam que seja maior.
O Satan 2 pode transportar pelo menos 10 veículos de reentrada com vários alvos — cada um com uma ogiva nuclear — que podem ser direcionados a um alvo diferente.
Ele também pode fornecer veículos planadores Avangard hipersônicos com condições de viajar mais longe e mais rápido, voando em um caminho imprevisível para enganar as defesas antimísseis.
Armado até os dentes
Embora o desfecho de uma guerra seja completamente incerto, nem Putin nem a maioria dos especialistas esperava que, um ano depois, a Ucrânia ainda estaria de pé.
Diante de uma resistência tão inesperada, Putin resolveu se armar até os dentes. No discurso de hoje, o presidente russo afirmou que Moscou desenvolveria todas as partes das forças armadas convencionais, melhoraria o treinamento, adicionaria equipamentos avançados, reforçaria a indústria de armas e promoveria soldados que se provaram em batalha.
"Um exército e marinha modernos e eficientes são uma garantia da segurança e soberania do país, uma garantia de seu desenvolvimento estável e seu futuro", disse Putin.
"Portanto, continuaremos a prestar atenção prioritária ao fortalecer nossa capacidade de defesa", acrescentou.
*Com informações da CNN e da Reuters