Na corrida dos bilhões de 2023, nem Jorge Paulo Lemann nem Luciano Hang chegaram ao primeiro lugar do pódio. Uma mulher ocupa o posto da pessoa mais rica do Brasil, segundo o ranking de bilionários da Forbes deste ano.
Vicky Safra tem uma fortuna de US$ 16,7 bilhões (R$ 84,7 bilhões). Na lista global, ela aparece em centésimo lugar entre os mais ricos do mundo. Considerando só os brasileiros, ela ocupa o topo do pódio graças a uma mudança de metodologia da Forbes que uniu a fortuna da família. Confira o ranking global.
Herdeira do Banco Safra, Vicky e seus quatro filhos herdaram os bilhões de seu falecido marido, o banqueiro Joseph Safra, falecido em dezembro de 2020.
Na vice-liderança dos bilionários brasileiros aparece Lemann, envolvido no caso da recuperação judicial da Americanas (AMER3) como um dos acionistas de referência da varejista e também dono da AB InBev, a maior cervejaria do mundo.
Segundo a Forbes, Lemann tem uma fortuna avaliada em US$ 15,8 bilhões (R$ 80,1 bilhões) e aparece na posição 108 do ranking global.
O bilionário está envolvido nas negociações com credores das Americanas e na segunda-feira (03) aceitou colocar mais R$ 2 bilhões para salvar a varejista da falência.
Em terceiro no ranking dos brasileiros mais ricos do mundo está outro acionista da Americas e sócio de Lemann na 3G Capital: Marcel Telles, com uma fortuna de US$ 10,6 bilhões (R$ 53,8b bilhões). No ranking global, ele aparece na posição 165.
No total, a fortuna dos bilionários brasileiros atingiu US$ 160,4 bilhões (R$ 814,8 bilhões). A Forbes usou os preços das ações em 10 de março de 2023 para calcular os patrimônios líquidos.
Confira o ranking com os dez brasileiros mais ricos do mundo em 2023, segundo a Forbes:
Nome | Empresa | Posição no ranking global | Patrimônio líquido |
Vicky Safra e família | Banco Safra | 100 (subiu) | US$ 16,6 bilhões |
Jorge Paulo Lemann | 3G Capital | 108 (subiu) | US$ 15,8 bilhões |
Marcel Telles | 3G Capital | 165 (subiu) | US$ 10,6 bilhões |
Eduardo Severin | Cofundador do Facebook | 171 (subiu) | US$ 10,2 bilhões |
Carlos Alberto Sicupira e família | AB Inbev | 232 (subiu) | US$ 8,6 bilhões |
Alexandre Behring | 3G Capital | 511 (subiu) | US$ 5,2 bilhões |
André Esteves | BTG Pactual | 580 (caiu) | US$ 4,7 bilhões |
João Moreira Salles | Itaú Unibanco | 679 (subiu) | US$ 4,1 bilhões |
Walther Moreira Salles Junior | Itaú Unibanco | 721 (subiu) | US$ 4,1 bilhões |
Jorge Moll Filho | Rede D´Or | 712 (caiu) | US$ 3,9 bilhões |
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Brasileiros super-ricos perdem espaço
De acordo com a Forbes, os super-ricos brasileiros perderam espaço neste ano. Dos 62 integrantes do ranking divulgado em abril do ano passado, apenas 51 continuam tendo mais de US$ 1 bilhão em patrimônio.
Três brasileiros entraram no ranking global: Itamar Locks, Blairo Maggi e Hugo Ribeiro, todos ligados à holding do agronegócio Amaggi. Dos novatos de 2022, apenas dois conseguiram se manter no levantamento.
O fundador do banco Daycoval, Sasson Dayan, preservou uma fortuna de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,1 bilhões) no período e ganhou posições no levantamento, se tornando a 1.960ª pessoa mais rica do mundo. Marcel Kalim, cofundador do banco C6, manteve o patrimônio em US$ 1 bilhão (R$ 5,08 bilhões).
Luciano Hang ficou de fora da Forbes?
Luciano Hang não ficou de fora do ranking de bilionários da Forbes deste ano, mas caiu algumas posições e agora aparece em 905 na lista global das pessoas mais ricas do mundo.
O dono da Havan tem um patrimônio de US$ 3,2 bilhões (R$ 16,26 bilhões).
Hang conseguiu sucesso com a rede de lojas de departamento, concentrando-se fortemente em lojas físicas, em vez de vendas online.
Ele cofundou a Havan em 1986 e hoje emprega cerca de 20 mil pessoas em 155 localidades, todas em cidades brasileiras de pequeno e médio porte.
Hang comprou as participações de seu sócio inicial e hoje possui quase toda a Havan, que teve cerca de US$ 1,9 bilhão em receitas em 2020.