🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

NOVA ORDEM ECONÔMICA

Não é só a China que vai passar os EUA. Goldman Sachs vê mais um país desbancando a economia norte-americana

A Índia deve se tornar a segunda maior economia do mundo até 2075, desbancando os EUA e ficando atrás somente da China

Ricardo Gozzi
10 de julho de 2023
11:37 - atualizado às 11:14
Taj Mahal, na Índia
O Taj Mahal é um dos maiores símbolos da Índia. - Imagem: Freepik

A Índia vai se tornar a segunda maior economia do mundo. De acordo com o bancão norte-americano Goldman Sachs, isso deve ocorrer até 2075. No máximo.

Parece muito. Afinal trata-se de um horizonte superior a meio século e muita coisa pode acontecer até lá.

Há quanto tempo ouvimos que a China vai desbancar os Estados Unidos para se tornar a maior economia do planeta?

Para a maioria dos economistas, essa questão de se — não de quando — foi apenas adiada pela pandemia.

De qualquer modo, os analistas do Goldman Sachs elencaram uma série de motivos para sustentar a tese.

Quais são as maiores economias do mundo hoje

A Índia ocupa atualmente o posto de quinta maior economia do planeta.

Leia Também

No processo, a expectativa é de que os indianos deixem para trás não apenas o Japão e a Alemanha, mas também os Estados Unidos.

Atualmente, as cinco maiores economias do mundo por estimativa do PIB em dólar são as seguintes:

  • Estados Unidos: US$ 25,4 trilhões
  • China: US$ 18,1 trilhões
  • Japão: US$ 4,2 trilhões
  • Alemanha: US$ 4 trilhões
  • Índia: US$ 3,4 trilhões

Por que a economia da Índia deve crescer tanto nas próximas décadas

A Índia tornou-se este ano o país mais populoso do mundo.

Além da população crescente, a Índia deve ser beneficiada pelos crescentes investimentos em inovação e tecnologia, pelo maior investimento de capital e pelo aumento da produtividade, afirmam os analistas do banco.

“Nas próximas duas décadas, a taxa de dependência da Índia será uma das mais baixas entre as economias regionais”, disse Santanu Sengupta, economista da Goldman Sachs Research para a Índia.

O gráfico a seguir mostra quais serão as cinco maiores economias do mundo em 2075, segundo a projeção do banco norte-americano.

O que é a taxa de dependência

A taxa de dependência de um país é medida pelo número de dependentes em relação à população economicamente ativa.

Uma taxa de dependência baixa sinaliza a existência proporcional de mais adultos economicamente ativos e com capacidade financeira para sustentar os jovens e os idosos.

Somada a uma taxa de mortalidade da população em queda lenta porém constante entre 2000 e 2020, a expectativa é de que a Índia se beneficie do chamado bônus demográfico.

O que a Índia precisa fazer para se beneficiar disso, segundo o Goldman

Sengupta afirma que a chave para que a Índia extraia o potencial da população em rápido crescimento é aumentar a participação de sua força de trabalho na economia.

O economista prevê que a Índia terá uma das taxas de dependência mais baixas entre as grandes economias do mundo nos próximos 20 anos.

“Portanto, essa é realmente a janela para que a Índia acerta em termos de estabelecimento de capacidade de produção, mantendo o avanço do setor de serviços e do desenvolvimento de infraestrutura”, diz ele.

O que a Índia já vem fazendo nesse sentido

O governo da Índia tem dado prioridade ao desenvolvimento de infraestrutura, especialmente na construção de estradas e ferrovias.

O orçamento do país mantém programas de concessão de empréstimos sem juros por 50 anos aos governos estaduais, a fim de estimular investimentos em infraestrutura.

Para o Goldman Sachs, este é um momento propício para que o setor privado aumente a capacidade de produção nos setores industrial e de serviços, a fim de gerar mais empregos e absorver a crescente força de trabalho.

Tecnologia e investimentos

Os investimentos em tecnologia e inovação também são vistos como fundamentais para que a Índia se mantenha na atual trajetória de crescimento econômico.

Espera-se que a receita da indústria de tecnologia da Índia aumente em US$ 245 bilhões até o fim de 2023, de acordo com a Nasscom, uma a associação comercial indiana.

Além disso, o Goldman prevê que o investimento de capital será outro propulsor de crescimento para a Índia.

“É provável que a taxa de poupança da Índia aumente com a queda dos índices de dependência, o aumento da renda e o desenvolvimento do setor financeiro, Isso provavelmente levará à formação de uma reserva de capital suficiente para impulsionar mais investimentos”, afirma o relatório do Goldman.

Mas e os riscos negativos?

O calcanhar de Aquiles da projeção do banco é a taxa de participação da população economicamente ativa.

A estimativa do Goldman depende em demasia do aumento dessa taxa.

“A taxa de participação da força de trabalho na Índia diminuiu nos últimos 15 anos”, advertem os autores do relatório.

O documento ressalta que a taxa de participação das mulheres na força de trabalho é “significativamente menor” do que a dos homens na Índia.

“Apenas 20% de todas as mulheres indianas em idade produtiva estão empregadas”, informa o banco em um outro relatório.

De acordo com o Goldman Sachs, o número baixo pode ser atribuído ao fato de as indianas estarem envolvidas principalmente em atividades que escapam às métricas do emprego formal.

Outro fator de risco encontra-se nas exportações líquidas. Elas têm sido um obstáculo ao crescimento da Índia, que opera com déficit em conta corrente.

O Goldman destaca, entretanto, que as exportações de serviços vêm amortecendo o saldo em transações correntes da Índia.

A boa notícia para a projeção é que a economia indiana é impulsionada pela demanda interna. O Goldman Sachs atribui até 60% do crescimento econômico indiano ao consumo e ao investimento internos.

Instituições como a S&P Global e o Morgan Stanley estimam que a Índia se tornará a terceira maior economia do mundo até 2030.

Para este ano, a expectativa é de que a expansão econômica da Índia desacelere para 7,2%, de crescimento de 9,1% no ano-fiscal anterior.

*Com informações da CNBC.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

O EFEITO BORBOLETA DO TARIFAÇO

O mundo vai pagar um preço pela guerra de Trump —  a bolsa já dá sinais de quando e como isso pode acontecer

15 de abril de 2025 - 14:34

Cálculos feitos pela equipe do Bradesco mostram o tamanho do tombo da economia global caso o presidente norte-americano não recue em definitivo das tarifas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça

15 de abril de 2025 - 8:14

Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio

14 de abril de 2025 - 19:55

Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje

14 de abril de 2025 - 8:46

Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA

14 de abril de 2025 - 6:30

Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana

REVISÃO

JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano

11 de abril de 2025 - 12:55

Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA

10 de abril de 2025 - 8:12

Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump

7 de abril de 2025 - 6:30

Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell

4 de abril de 2025 - 8:16

Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Buy the dip

31 de março de 2025 - 20:00

Já que o pessimismo virou o consenso, vou aqui argumentar por que de fato uma recessão é ainda improvável (com uma importante qualificação final)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom

25 de março de 2025 - 8:13

Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros

DEPOIS DE UMA DÉCADA

Goldman Sachs de saída da Oncoclínicas? Banco vende maior parte da fatia em ONCO3 para gestora de private equity; operação reacende discussão sobre OPA

24 de março de 2025 - 14:45

O banco norte-americano anunciou a venda de 102.914.808 ações ordinárias ONCO3, representando 15,79% do capital social total da Oncoclínicas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano

24 de março de 2025 - 8:05

Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil

24 de março de 2025 - 7:03

Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Mais uma Super Quarta vem aí: dois Bancos Centrais com níveis de juros, caminhos e problemas diferentes pela frente

18 de março de 2025 - 6:28

Desaceleração da atividade econômica já leva o mercado a tentar antecipar quando os juros começarão a cair no Brasil, mas essa não é necessariamente uma boa notícia

ATENÇÃO, ACIONISTA

Após seis anos de vacas magras, Embraer (EMBR3) quer voltar a distribuir dividendos com lucros ainda maiores em 2025

17 de março de 2025 - 12:49

Os acionistas da fabricante de aeronaves vinham experimentando um período mais “amargo” desde o final de 2018, quando a companhia parou de realizar o pagamento de proventos

SERÁ QUE ANCOROU?

Alívio para Galípolo: Focus traz queda na expectativa de inflação na semana da decisão do Copom, mas não vai evitar nova alta da Selic

17 de março de 2025 - 9:49

Estimativa para a inflação de 2025 no boletim Focus cai pela primeira vez em quase meio ano às vésperas de mais uma reunião do Copom

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA

13 de março de 2025 - 8:16

Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia

NEM É COISA DE CINEMA

As Sete Magníficas viraram as Sete Malévolas: Goldman Sachs corta projeções para a bolsa dos EUA

12 de março de 2025 - 13:54

O banco reduziu as previsões para o S&P 500, o índice mais amplo da bolsa de Nova York, citando preocupações com o grupo formado por Amazon, Alphabet, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar