O Brasil na Rota da Seda? Governo estuda adesão à iniciativa chinesa
Assessor especial de Lula, o ex-chanceler Celso Amorim disse que o Brasil vai estudar a possibilidade de aderir à Nova Rota da Seda

As Rotas da Seda conectaram durante séculos o Extremo Oriente a regiões como a Ásia Central, o Oriente Médio e partes da Europa.
Da maneira como aprendemos nos livros de história, o Brasil estava bem longe do emaranhado de trilhas e portos que integravam a Rota da Seda.
Mas uma iniciativa lançada há alguns anos pela China pode estar próxima de subverter os mapas geográficos e inserir o Brasil nas Novas Rotas da Seda.
Pelo menos é o que sugeriu o ex-chanceler Celso Amorim, que hoje atua como assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais.
Numa entrevista exclusiva ao jornal Global Times, Amorim afirmou que o Brasil está aberto a estudar sua adesão à iniciativa "Belt & Road Initiative".
Também chamada de BRI, as Novas Rotas da Seda constituem um megaprograma de investimentos internacionais da China em infraestrutura.
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O que disse Celso Amorim sobre a Nova Rota da Seda
"Estamos interessados em ver como podemos fazer [a adesão], mas para nós é muito importante entender quais são os projetos concretos que virão. Estamos abertos em estudar e ver como podemos fazer algo realmente importante", disse Amorim em entrevista concedida ao jornal do Partido Comunista chinês na sexta-feira, quando Lula fez a visita ao presidente Xi Jinping no Palácio do Povo.
O assessor especial de assuntos internacionais da Presidência também fez comentários sobre a possibilidade de cooperação com a Huawei, em meio à pressão dos Estados Unidos sobre aliados contra a realização de negócios com a empresa de tecnologia chinesa.
Ao citar uma frase de Deng Xiaoping, líder máximo da China entre 1978 e 1992, de que não importa a cor do gato, contanto que ele cace o rato, Amorim frisou que tecnologia não tem ideologia.
A posição do Brasil, disse, será de buscar a oferta que seja a mais economicamente viável e que melhor possa atender as necessidades do País, sem considerações ideológicas ou mesmo geopolíticas.
"Na verdade, se pudermos diversificar nossas fontes de tecnologia, será o melhor para nós. Então, estamos muito abertos. Já temos uma cooperação. A Huawei já está presente no Brasil e já é muito importante", declarou o ex-ministro das Relações Exteriores.
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Comércio entre Brasil e China fora do dólar
Na esteira dos acordos entre Brasil e China para que os países realizem negócios em moeda local, e da proposta de Lula de uso de uma moeda comum nas transações entre países emergentes, Amorim considerou natural a busca pelo uso de moedas próprias entre parceiros.
"Isso requer algumas adaptações das regras do FMI [Fundo Monetário Internacional], mas é natural porque o dólar se tornou dominante após a Segunda Guerra Mundial. Antes, era a libra. Então, agora, se pudermos trabalhar nisso, com uma cesta de moedas, e se você puder usar a própria moeda para ampliar [fluxos], é a melhor coisa", declarou Amorim.
Para ele, é importante os países se libertarem da dominância de uma única moeda também por a hegemonia do dólar ser, algumas vezes, usada politicamente para impedir transações com países sob sanções. Ele citou como exemplo o Irã, com quem o Brasil tem dificuldades para ampliar o comércio.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
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