A rara visita de Putin ao Oriente Médio: por que o presidente da Rússia foi bater na porta dos países árabes
Putin fez poucas incursões para além das fronteiras da Rússia nos últimos meses — por isso, essas visitas destacam a importância dos países árabes para as relações internacionais do Kremlin
O presidente russo, Vladimir Putin, iniciou uma rara visita ao Oriente Médio, passando pelos Emirados Árabes Unidos e pela Arábia Saudita. Essas são as primeiras viagens do chefe do Kremlin à região desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Putin fez poucas incursões para além das fronteiras da Rússia nos últimos meses — por isso, essas visitas destacam a importância dos países árabes, ricos em petróleo, para as relações internacionais do Kremlin.
Até porque as viagens de Putin ao exterior foram limitadas devido pelo mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegados crimes de guerra.
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos não ratificaram o estatuto que rege o TPI, o que significa que não são obrigados a prender o presidente russo no seu território.
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Rússia: reforçando alianças
A escolha de Putin pelos Emirados Árabes Unidos e pela Arábia Saudita não é à toa: ambos os países são parceiros comerciais fundamentais para a Rússia e permaneceram neutros no conflito da Ucrânia, recusando-se a adotar sanções lideradas pelo Ocidente contra Moscou pela invasão da Ucrânia.
Abu Dhabi e Moscou ficaram mais próximos desde a invasão da Ucrânia por Putin: o comércio global entre a Rússia e os Emirados Árabes Unidos aumentou quase 68%, para US$ 9 bilhões em 2022, de acordo com a agência de notícias estatal russa Tass.
Já as exportações russas para os Emirados Árabes Unidos representaram US$ 8,5 bilhões de desse total.
Em fevereiro de 2023, o embaixador russo na Arábia Saudita, Sergey Kozlov, comprometeu-se a elevar o comércio bilateral para US$ 5 bilhões anuais.
Esse valor foi de US$ 1,75 bilhão em 2022, mas o comércio em setores como agricultura, fertilizantes e produtos energéticos aumentou significativamente.
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Os encontros de Putin
Em Abu Dhabi, Putin se reuniu com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed al-Nahyan “para analisar o estado actual da cooperação bilateral multifacetada e as perspectivas de uma maior expansão dos laços, bem como as atuais questões internacionais, com foco na situação no Médio Oriente”, de acordo com o Kremlin.
Uma publicação do líder dos EAU dizia: “Hoje, em Abu Dhabi, discuti com o presidente Vladimir Putin os laços entre as nossas duas nações e a importância de reforçar o diálogo e a cooperação para garantir a estabilidade e o progresso. Os EAU continuarão a apoiar os esforços destinados a permitir o crescimento, a prosperidade e o desenvolvimento globais para todos.”
Putin, de acordo com a agência de notícias estatal russa RIA Novosti, disse: “Hoje, graças à sua posição, as nossas relações atingiram um nível elevado sem precedentes. E estamos em contato constante e nossos colegas trabalham constantemente uns com os outros. E, de fato, os Emirados Árabes Unidos são o principal parceiro comercial da Rússia no mundo árabe.”
O líder russo voou então para Riade para se encontrar com o príncipe saudita Mohammed bin Salman e “discutir a cooperação bilateral nas áreas comercial, económica e de investimento”, bem como “trocar pontos de vista sobre a agenda regional e internacional”, segundo o comunicado do Kremlin.
Afirmou também que os dois líderes discutiriam o petróleo, a guerra de Israel em Gaza e as situações no Iémen e na Síria. Não ficou imediatamente claro se os dois discutiriam a guerra da Rússia na Ucrânia.
A reunião com o líder saudita ocorreu depois de os preços do petróleo terem caído, apesar de uma decisão conjunta dos membros da Opep+ de fazer maiores cortes na produção.
Depois da viagem de Putin ao Oriente Médio, será a vez de o presidente russo receber o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em Moscou, na quinta-feira (7).
A aliança do Kremlin com Teerã cresceu em importância, à medida que o Irã se tornou um importante parceiro comercial e fornecedor de armas que a Rússia utiliza na Ucrânia.
*Com informações da CNBC
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