A desaceleração econômica e o temor de uma recessão nos EUA têm fortalecido os ventos que vem provocando uma onda de demissões.
E, a mais recente empresa atingida é a IBM. A gigante de tecnologia anunciou o corte de aproximadamente 3.900 empregos, uma redução de 1,4% no quadro de funcionários. Isso porque no último levantamento anual, a empresa tinha cerca de 280 mil profissionais em todo o mundo.
O ajuste de pessoal acontece um dia após a divulgação dos resultados do quarto trimestre e do ano, que vieram acima das expectativas.
Entre outubro e dezembro do ano passado, a IBM registrou lucro líquido de US$ 2,71 bilhões, ante US$ 2,33 bilhões do mesmo período de 2021. Além disso, a gigante de tecnologia alcançou o seu maior crescimento anual de receita em uma década, na ordem de 5,5%, para US$ 60,53 bilhões.
Contudo, o fluxo de caixa da IBM em 2022 foi de US$ 9,3 bilhões, abaixo da meta de US$ 10 bilhões, devido à necessidade de capital de giro acima do esperado.
Segundo um porta-voz, porém, o corte “não é uma ação baseada nos resultados de 2022 ou nas expectativas para 2023”, em entrevista à agência AFP.
A empresa agora deve concentrar esforços e investimentos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento com foco no cliente.
O Seu Dinheiro entrou em contato com a divisão brasileira da IBM, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. Caso a empresa se pronuncie, a reportagem será atualizada.
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Na esteira da IBM…
A empresa alemã de tecnologia SAP também anunciou um corte de até 3 mil empregos, o que representa cerca de 2,5% da força total de trabalho.
A redução do quadro de pessoal foi informada durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre de 2022, realizada na manhã desta quinta-feira (26) . “Estamos focados ainda mais em áreas do nosso portfólio em que somos mais fortes para continuar nosso crescimento acelerado”, disse Christian Klein, CEO da SAP.
A empresa do setor químico Dow também deve demitir cerca de 2 mil funcionários — 5% do quadro de pessoal —, principalmente, em razão dos resultados corporativos.
As vendas líquidas no quarto trimestre caíram 17%, para US$ 11,86 bilhões, pressionadas pela redução de estoque de clientes — abaixo da estimativa média de US$ 12 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
As receitas da companhia foram prejudicadas nos últimos meses pela alta nos custos de produção, em consequência da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Soma-se a isso, os bloqueios na China, com a política da “Covid zero”, que reduziu a demanda para indústrias de automóveis e embalagens — que também enfrentaram interrupções nas produções.
Com isso, a Dow não atingiu as estimativas de lucro. A empresa registrou um lucro operacional de US$ 0,46 por ação, ante as expectativas de R$ 0,58 por papel.
*Com informações de AFP, CNBC, Dow Jones Newswires e Reuters