Por que a XP considera “perigoso” comprar ações da Braskem (BRKM5) com aposta na venda da fatia da ex-Odebrecht
XP inicia cobertura do setor petroquímico, mas vê dificuldades e prefere Unipar à Braskem; entenda

Já faz alguns anos que a Braskem (BRKM5) vem enfrentando problemas e não vê suas ações decolarem de vez.
A incerteza em relação à possível venda da fatia da Novonor (antiga Odebrecht) na companhia - que é sua controladora ao lado da Petrobras (PETR3; PETR4) - é uma das questões que paira sobre os papéis.
Na avaliação da XP Investimentos, que começou a cobrir o setor petroquímico, contar com notícias positivas para a Braskem na área de fusões e aquisições “parece perigoso”.
Os analistas destacam que a saga da venda do controle acionário da Novonor na Braskem já dura mais de cinco anos.
Além disso, mesmo que ocorra uma transação, a avaliação é que isso não necessariamente beneficiará os acionistas minoritários da companhia.
Isso porque há dois riscos no caso de uma venda:
Leia Também
Após fala de CEO, Magazine Luiza (MGLU3) faz esclarecimento sobre as projeções de faturamento para 2025
- A Petrobras pode decidir exercer seu direito de preferência, transformando a Braskem em uma estatal;
- Um participante privado pode comprar a participação da Novonor na Braskem, mas os direitos de tag-along dos acionistas minoritários não serem acionados.
Vale lembrar que o tag-along é um mecanismo que pode ser usado no caso de uma venda para proteger direitos dos minoritários.
Ele permite que esses acionistas vendam suas ações para o novo controlador a um valor que corresponde a, pelo menos, 80% do valor oferecido pelas ações dos majoritários.
Além da incerteza da venda da fatia da Novonor, o desastre geológico ocorrido em Alagoas após exploração da Braskem na região é outro fator negativo, já que pode trazer mais prejuízos à companhia.
XP: mais fatores devem segurar ações da Braskem
As dúvidas sobre a venda da fatia da Novonor e sobre os impactos do evento de Alagoas se somam a outras questões que devem influenciar as ações, e que fizeram a XP Investimentos iniciar a cobertura da companhia com recomendação neutra.
Segundo os analistas, a demanda fraca vista no setor petroquímico global é um dos motivos de cautela.
A XP explica que o setor é cíclico e que a demanda fraca que enfrenta atualmente, combinada com um excesso de capacidade de oferta (principalmente vinda da China), levará a um período de baixa de preços, o que afeta o lucro das empresas.
“As ações parecem baratas quando olhamos para o ciclo normalizado, mas com os resultados pressionados no curto prazo, é difícil imaginar os preços subindo de forma sustentável até que o ciclo se inverta”, afirmaram os analistas em relatório.
Setor ainda deve demorar para se recuperar, prevê XP
Os preços e spreads de produtos do setor petroquímico podem se normalizar só a partir de 2025, na previsão da XP.
Porém, a própria corretora afirma que há participantes do setor que acreditam que uma melhora só chegará em 2026.
Os analistas veem também potencial para novas revisões negativas nas previsões do mercado - “o que nos torna cautelosos relativamente ao investimento neste setor agora” - reiteraram.
Por que a XP prefere à Unipar à Braskem?
Além de iniciar a cobertura da Braskem, a XP iniciou a cobertura das ações da Unipar (UNIP3/ UNIP3), mas com uma recomendação melhor, de compra.
O preço-alvo definido para as ações preferenciais (UNIP6) é de R$ 105 e para as ordinárias (UNIP3) é de R$ 95, o que significa que há potencial de alta de 31,63% e 31,32%, respectivamente.
Já para as ações da Braskem (BRKM5), o preço-alvo é de R$ 27, o que representa potencial de alta de 11,80%.
Segundo os analistas, entre os motivos da Unipar ser a preferida estão:
- Os resultados mais resilientes da companhia;
- A melhor conversão do fluxo de caixa livre (quanto de dinheiro a empresa tem no caixa);
- A autoprodução de energia renovável e pequenos projetos de expansão para compensar alguns dos ventos contrários globais negativos para o setor;
- Um balanço patrimonial mais forte;
- Um valuation (cálculo do valor da empresa) mais barato.
Apesar da recomendação de compra e de diversos pontos positivos, os analistas afirmam que, do lado negativo, a Unipar deverá ter seu fluxo de caixa de 2024 pressionado devido ao ciclo de investimentos.
Dessa forma, não deve sobrar muito dinheiro para pagar dividendos aos acionistas. A previsão é que a empresa restrinja os pagamentos de dividendos ao mínimo legal até 2025.
Além disso, a XP vê riscos para as operações argentinas da Unipar.
Por outro lado, a Braskem possui ativos únicos, domina o cenário brasileiro e possui unidades competitivas nos EUA e no México.
A petroquímica da Petrobras e da Novonor também possui “iniciativas verdes muito promissoras de médio e longo prazo”.
ONDE INVESTIR EM SETEMBRO - Novo programa do SD Select mostra as principais recomendações em ações, dividendos, FIIs e BDRs
Ações da Braskem hoje
As ações da companhia chegaram a cair mais de 3% nesta manhã e liderar as quedas do Ibovespa.
Porém, já reduziram um pouco as perdas e, por volta das 13h30, as ações tinham queda de 2,90%, a R$ 23,46.
Dados de clientes da Centauro são expostos, em mais um caso de falha em sistemas de cibersegurança
Nos últimos 10 meses, foram reportados ao menos 5 grandes vazamentos de dados de clientes de empresas de varejo e de instituições financeiras
Ataque hacker: Prisão de suspeito confirma o que se imaginava; entenda como foi orquestrado o maior roubo da história do Brasil
Apesar de em muito se assemelhar a uma história de filme, o ataque — potencialmente o maior roubo já visto no país — não teve nada de tão sofisticado ou excepcional
CVM facilita registro e ofertas públicas para PMEs; conheça o novo regime para empresas de menor porte
A iniciativa reduz entraves regulatórios e cria regras proporcionais para registro e ofertas públicas, especialmente para companhias com receita bruta anual de até R$ 500 milhões
Cinco ações empatam entre as mais recomendadas para o mês de julho; confira quais são
Os cinco papéis receberam duas recomendações cada entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro
Abrasca defende revisão das regras do Novo Mercado e rebate críticas sobre retrocesso na governança
Executivos da associação explicam rejeição às propostas da B3 e apontam custos, conjuntura econômica e modelo de decisão como fatores centrais
Ação da Klabin (KLBN11) salta até 4% na bolsa; entenda o que está por trás dessa valorização e o que fazer com o papel
Pela manhã, a empresa chegou a liderar a ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira
Megaprojeto da Petrobras (PETR4) prevê aporte de R$ 26 bilhões em refino com participação da Braskem (BRKM5). Mas esse é um bom investimento para a estatal?
Considerando todos os recursos, o investimento no Rio de Janeiro ultrapassa os R$ 33 bilhões; à Braskem caberá R$ 4,3 bilhões para a ampliação da produção de polietileno
Câmara chama Gabriel Galípolo para explicar possível aval do Banco Central à compra do Master pelo BRB
Operação já foi aprovada pela Superintendência-Geral do Cade e agora aguarda autorização da autoridade monetária
Oi (OIBR3) entra com pedido de recuperação judicial para duas subsidiárias
Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, o movimento faz parte do processo de reestruturação global do grupo
Roubo do século: Banco Central autoriza C&M a religar os serviços após ataque hacker; investigações continuam
De acordo com o BC, a suspensão cautelar da C&M foi substituída por uma suspensão parcial e as operações do Pix da fintech voltam ao ar nesta quinta-feira
Embraer (EMBR3) ganha ritmo: entregas e ações da fabricante avançam no 2T25; Citi vê resultados promissores
A estimativa para 2025 é de que a fabricante brasileira de aeronaves entregue de 222 a 240 unidades, sem contar eventuais entregas dos modelos militares
Banco do Brasil (BBAS3) decepciona de novo: os bancos que devem se sair melhor no segundo trimestre, segundo o BofA
A análise foi feita com base em dados recentes do Banco Central, que revelam desafios para alguns gigantes financeiros, enquanto outros reforçam a posição de liderança
WEG (WEGE3) deve enfrentar um segundo trimestre complicado? Descubra os sinais que preocupam o Itaú BBA
O banco alerta que não há gatilhos claros de curto prazo para retomada da queridinha dos investidores — com risco de revisões negativas nos lucros
Oi (OIBR3) propõe alteração de plano de recuperação judicial em busca de fôlego financeiro para evitar colapso; ação cai 10%
Impacto bilionário no caixa, passivo trabalhista explodindo e a ameaça de insolvência à espreita; entenda o que está em jogo
Exclusivo: Fintech afetada pelo ‘roubo do século’ já recuperou R$ 150 milhões, mas a maior parte do dinheiro roubado ainda está no “limbo”
Fontes que acompanham de perto o caso informaram ao Seu Dinheiro que a BMP perdeu em torno de R$ 400 milhões com o ataque cibernético; dinheiro de clientes não foi afetado
Gol (GOLL54) encerra capítulo da recuperação judicial, mas processo deixa marca — um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em maio; confira os detalhes
Apesar do encerramento do Chapter 11, a companhia aérea segue obrigada a enviar atualizações mensais ao tribunal norte-americano até concluir todas as etapas legais previstas no plano de recuperação
Vale (VALE3) mais pressionada: mineradora reduz projeção de produção de pelotas em 2025, mas ações disparam 2%; o que o mercado está vendo?
A mineradora também anunciou que vai paralisar a operação da usina de pelotas de São Luís durante todo o terceiro trimestre
Natura começa a operar com novo ticker hoje; veja o que esperar da companhia após mudança no visual
O movimento faz parte de um plano estratégico da Natura, que envolve simplificação da estrutura societária e redução de custos
Casas Bahia (BHIA3): uma luz no fim do túnel. Conversão da dívida ajuda a empresa, mas e os acionistas?
A Casas Bahia provavelmente vai ter um novo controlador depois de a Mapa Capital aceitar comprar a totalidade das debêntures conversíveis em ações. O que isso significa para a empresa e para o acionista?
Empresas do Novo Mercado rejeitam atualização de regras propostas pela B3
Maioria expressiva das companhias listadas barra propostas de mudanças e reacende debate sobre compromisso com boas práticas corporativas no mercado de capitais; entenda o que você, investidor, tem a ver com isso.