Com uma dívida de pelo menos R$ 44,3 bilhões, a Oi (OIBR3) conseguiu que seu Conselho de Administração aprove os termos de sua segunda recuperação judicial.
O processo já havia sido aceito pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro em março, apenas poucos meses depois de a empresa concluir seu primeiro processo de recuperação, que começou em 2016.
A decisão deve trazer certo alívio à Oi, que conseguiu reduzir suas dívidas de R$ 90 bilhões para R$ 33 bilhões nos últimos anos, mas acabou acumulando novas dívidas que corriam fora da RJ. Agora, o objetivo é ter fôlego para novas negociações com os credores, já que a cobrança dessas pendências ficam suspensas, assim como a penhora ou tomada de bens da operadora.
Segundo o documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários, o novo processo de recuperação judicial prevê equalização do passivo financeiro da Oi, com reestruturação de créditos, refinanciamento de dívidas e captação ou contratação de crédito no valor de pelo menos R$ 4 bilhões.
A empresa ainda informa que entre as outras possibilidades cogitadas para solucionar seus problemas financeiros está um aumento de capital.
Como a Oi (OIBR3) voltou à recuperação judicial
A Oi entrou em recuperação judicial pela primeira vez em 2016. Complexo, o processo arrastou-se por seis anos e bateu alguns recordes.
Em meados de dezembro de 2022, quando a recuperação judicial foi formalmente encerrada, um novo horizonte parecia se abrir para companhia de telecomunicações.
Entretanto, um mês e meio depois, a Oi apresentou o pedido de tutela cautelar para proteger-se dos credores.
Não significava necessariamente que a empresa retornaria à recuperação judicial, mas foi justamente esse temor que ganhou força nas semanas seguintes, especialmente depois de a Oi ter pedido proteção também contra seus credores nos Estados Unidos. No início de março, as suspeitas se confirmaram com a oficialização da segunda RJ.