Multiplan (MULT3) vê aceleração das vendas nos shoppings — e a Barbie não tem nada a ver com isso
Nos primeiros 25 dias de julho, as vendas nos shopping centers da companhia cresceram 10,9% em relação ao mesmo período do ano passado, uma aceleração frente ao resultado do segundo trimestre, quando a alta foi de 5,8%.
A Multiplan (MULT3) teve uma aceleração nas vendas em julho e deve ter um resultado crescente ao longo do segundo semestre, de acordo com o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Armando D'Almeida.
Nos primeiros 25 dias de julho, as vendas nos shopping centers da companhia cresceram 10,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho indica uma aceleração frente ao resultado do segundo trimestre, quando a alta foi de 5,8%.
Em parte, essa aceleração é explicada por conta da base de comparação, uma vez que as vendas no segundo trimestre de 2022 já haviam sido muito fortes.
Entretanto, há também um componente macroeconômico com a inflação em baixa, a perspectiva de queda nos juros e o aumento na confiança de consumidores e empresas, avalia o executivo.
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Momento da economia é melhor, diz executivo
"Desde junho, vimos aumento do fluxo e das vendas nos shoppings", afirma D'Almeida, em entrevista ao Broadcast. "Tivemos uma série de revisões de crescimento do PIB neste ano. Começou na faixa de 1% e agora está em torno de 2%. Estamos vivendo um momento econômico melhor e nós, de shoppings, somos participantes disso."
Questionado se as vendas foram ajudadas em julho pela safra de filmes chamativos, como Barbie e Oppenheimer, o executivo diz que não, uma vez que as estreias foram só na reta final do mês.
"Foi só um fim de semana com esses filmes, então não deu tempo de mexer com o resultado inteiro do mês", disse.
Mantido o clima mais positivo da economia, é esperado que haja continuidade do crescimento do fluxo de visitantes aos shoppings, inaugurações de lojas e aumento das vendas.
O vice-presidente da Multiplan minimizou os impactos sobre a companhia decorrentes da crise das varejistas.
Desde o começo do ano, grupos de grande porte estão em dificuldades financeiras, o que desemboca em inadimplência no pagamento do aluguel dos shoppings e/ou fechamento das lojas. Entre os exemplos, estão Americanas, Marisas, TokStok e, mais recentemente, a Polishop.
"É natural lidar com as trocas diárias de lojistas. Temos 6 mil lojas dentro dos nossos shoppings. As varejistas de vestuário e eletrônicos, por exemplo, já tiveram um tamanho maior no nosso portfólio. Hoje estão menores. Já serviços e gastronomia cresceram. O segredo é saber surfar essas ondas, entender a demanda do consumidor e saber fazer a troca de mix quando tem a saída de algum lojista", afirma.
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Multiplan: recorde de novos contratos
D'Almeida pondera que a ocupação dos shoppings da Multiplan cresceu apesar das situações difíceis de algumas redes de varejo.
A ocupação ficou em 95,4% na média do segundo trimestre, subindo para a marca de 95,8% em junho. Ao todo, foram fechados 172 contratos com novas lojas no trimestre, um recorde.
A Multiplan investiu R$ 269,5 milhões no primeiro semestre, entre aquisições de participação adicional em empreendimentos, revitalizações, expansões e transformação digital. Há apetite para seguir nessa toada, segundo o executivo.
A alavancagem ficou em 1,4 vez no segundo trimestre, o nível mais baixo em 11 anos. "Temos estrutura de capital para continuar crescendo", ressalta.
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