Depois da Oi (OIBR3) entrar em recuperação judicial (RJ) pela segunda vez na sua história, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito da companhia de C para D, que indica Default - ou calote.
A mudança já era esperada, visto que o conselho de administração da Oi aprovou os termos da sua nova RJ há poucos dias. O pedido havia sido protocolado e aceito pela justiça do Rio de Janeiro em março.
A Fitch informou que só reavaliará o perfil de crédito da Oi depois que a reestruturação estiver concluída.
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Recuperação Judicial da Oi: o retorno
Com uma dívida de pelo menos R$ 44,3 bilhões, a Oi pediu uma segunda recuperação judicial apenas três meses depois de ter concluído a primeira.
A empresa conseguiu reduzir suas dívidas de R$ 90 bilhões que estavam na primeira RJ para R$ 33 bilhões nos últimos anos, mas acabou acumulando novas dívidas que corriam fora do processo.
Agora, o objetivo é ter fôlego para novas negociações com os credores, já que a cobrança dessas pendências ficam suspensas, assim como a penhora ou tomada de bens da operadora.
Balanço atrasado
Em meio ao imbróglio da RJ, a Oi adiou a publicação do balanço do quarto trimestre de 2023 diversas vezes antes de divulgá-lo na terça-feira (23).
A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 17,6 bilhões no período, ante prejuízo de R$ 3,5 bilhões vistos um ano antes.
A operadora também viu sua receita líquida chegar a R$ 2,618 bilhões no 4T22, baixa de 42,1% na comparação com 2021. No consolidado de 2022, a receita da Oi somou R$ 12,490 bilhões, queda de 29,5% na mesma base de comparação.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de rotina somou, no mesmo intervalo, R$ 396 milhões, uma queda anual de 75,4%, quando a Oi atingiu R$ 1,612 bilhão. A margem Ebitda de rotina ficou em 13,2% no acumulado de outubro a dezembro do ano passado, ante 32,9% apurado em igual período de 2021, recuo de 19,7 pontos porcentuais no comparativo anual.