A Azul (AZUL4) vem de uma fase de boas notícias: a companhia foi bem sucedida na renegociação e alongamento de suas dívidas — o que fez suas ações dispararem na B3 — e conseguiu aumentar de maneira significativa sua presença no aeroporto de Congonhas, um dos principais hubs aéreos do país. Mas, no lado operacional, os sinais são mistos.
Isso porque os aviões da companhia estão decolando mais vazios. Basta olhar para os dados de tráfego em março: em média, a taxa de ocupação das aeronaves foi de 77,8%, uma queda de 0,9 ponto percentual (p.p.) em relação aos 78,7% verificados no mesmo mês de 2022.
Esse fenômeno aconteceu mesmo após um aumento de 8,1% na demanda por voos em relação a março do ano passado; por mais que o tráfego consolidado de passageiros tenha saltado, a oferta de assentos cresceu num ritmo ainda maior — de 9,4%. E, com a oferta subindo mais que a demanda, mais assentos ficam livres.
De certa maneira, a queda na taxa de ocupação já era esperada: como dito no começo do texto, a Azul aumentou a presença em Congonhas, um aeroporto tradicionalmente dominado por Gol e Latam; segundo John Rodgerson, CEO da empresa, a operação no terminal mais que dobrou de tamanho em março, para 96 voos diários.
Ou seja: é uma questão de estratégia — os aviões decolam mais vazios, mas, em troca, a Azul se consolida num aeroporto central para a malha aérea brasileira.
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Azul (AZUL4) no primeiro trimestre
As tendências operacionais vistas em março se repetiram, em maior ou menor escala, no primeiro trimestre como um todo: a demanda por voos aumentou 18,1% em relação ao mesmo período de 2022, mas a oferta cresceu ainda mais — o salto foi de 19,1%.
Assim, a taxa de ocupação consolidada do trimestre também mostrou um ligeiro recuo na base anual: a queda foi de 9,8 p.p., para 79,6%.