🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Flavia Alemi
Flavia Alemi
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pela FIA. Trabalhou na Agência Estado/Broadcast e na S&P Global Platts.
'Pago quando puder'

Americanas (AMER3) dá calote em debêntures após decisão da Justiça que suspende cobranças por 30 dias

Na sexta-feira (13), a Americanas obteve decisão na justiça do RJ que a permite adiar o pagamento de dívidas

Flavia Alemi
Flavia Alemi
17 de janeiro de 2023
11:49 - atualizado às 12:05
[NÃO USAR] Americanas
Americanas - Imagem: Imagem: Getty Images/ Montagem: Julia Shikota

O imbróglio da Americanas (AMER3) ganhou novo capítulo nesta terça-feira (17) com a informação de que a varejista deixou de pagar os juros remuneratórios referentes à 17ª emissão de debêntures, isto é, títulos de crédito privado. Na prática, isto significa que a Americanas deu calote nos detentores dessas debêntures.

Em comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Americanas justifica o calote mencionando a tutela cautelar obtida pela varejista na sexta-feira (13) no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Essa é uma etapa que antecede e prepara a companhia para a recuperação judicial.

Na decisão, a Americanas fica blindada contra possíveis bloqueios ou penhoras de bens e adia o pagamento das dívidas, que, ainda de acordo com o documento, chegam a R$ 40 bilhões.

Desse modo, de acordo com a Americanas, o pagamento dos juros das debêntures está suspenso.

No entanto, vale destacar que o BTG Pactual entrou com recurso contra essa tutela cautelar, mas o pedido foi negado ontem. A desembargadora Leila Santos Lopes, da 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, considerou não haver risco grave de não pagamento da dívida da Americanas com o BTG que justificasse o efeito suspensivo da medida cautelar.

Mais Americanas

Retrospectiva do caso

Para quem não acompanhou, segue um resumo do que aconteceu com a Americanas.

Na quarta-feira da semana passada (11), depois do fechamento do mercado, a Americanas publicou um fato relevante na CVM informando sobre uma "inconsistência contábil" da ordem de R$ 20 bilhões. O documento informava, ainda, que os recém-empossados CEO, Sergio Rial, e o diretor financeiro, André Covre, haviam renunciado aos cargos com apenas 10 dias de casa.

Na manhã seguinte, em uma teleconferência restrita promovida pelo banco BTG Pactual, Rial detalhou os problemas encontrados nas operações de risco sacado.

O risco sacado é uma modalidade de crédito feita entre empresas, instituições financeiras e fornecedores e funciona como uma antecipação de recebíveis. O problema é que ela tem um jeito de ser lançada nas demonstrações financeiras que não foi seguido pela Americanas durante anos, gerando uma distorção bilionária da saúde financeira da varejista.

O rombo identificado no balanço das Americanas certamente aumentará muito o endividamento da companhia quando as demonstrações financeiras hoje erradas forem republicadas com a correção.

A varejista montou um comitê independente para investigar o buraco. E enquanto ainda se discute se o ocorrido foi fraude deliberada ou apenas erro honesto, o mercado refletiu a quebra de confiança com uma queda de 77% das ações na quinta-feira (12).

Não parou por aí

E se a história já estava ruim, conseguiu ficar pior. Os sócios bilionários da Americanas Jorge Paulo LemannMarcel Telles e Carlos Alberto Sicupira se dispuseram a fazer uma injeção de capital de R$ 6 bilhões para mitigar os efeitos da inconsistência contábil. 

A proposta, de acordo com a agência Bloomberg, foi apresentada durante negociações que aconteceram na sexta-feira (13) com o ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, e alguns dos maiores bancos do Brasil. Mas os bancos julgaram o montante insuficiente.

O imbróglio ganhou contornos de disputa judicial ainda naquela sexta-feira, quando a Americanas obteve uma decisão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que suspendia qualquer vencimento antecipado de dívidas e bloqueio de bens da companhia.

No seu pedido à Justiça, a Americanas disse que alguns credores já a estavam notificando para declarar o vencimento antecipado das obrigações, citando justamente uma dívida junto ao BTG Pactual no valor de R$ 1,2 bilhão. O documento trouxe, ainda, uma explicação na qual a dívida total da varejista chegada a R$ 40 bilhões.

Porém, o BTG entrou com recurso no plantão da Justiça fluminense contra essa decisão. O banco argumentou que, tão logo foi divulgado o fato relevante de 11 de janeiro, foi acelerado o vencimento de todas as operações de crédito entre as Americanas e o BTG, com compensação do saldo devedor em aberto com recursos mantidos pela empresa junto à instituição financeira.

Porém, o juiz de plantão não considerou que o caso era urgente para ser julgado no domingo. Na segunda, o BTG fez nova tentativa e incluiu um pedido de transferência da arbitragem para São Paulo, mas o recurso foi negado.

Compartilhe

O SINAL AMARELOU

Assembleia da Light (LIGT3) é suspensa sem votação do plano de recuperação judicial; veja quando os credores voltarão a se reunir

25 de abril de 2024 - 19:20

O documento, que explica em detalhes como a empresa planeja pagar seus credores e quais medidas serão adotadas para fortalecer o caixa, voltará a ser apreciado na próxima semana

BALANÇO DOS SHOPPINGS

Com receita em alta e despesas ‘bem-comportadas’ Multiplan (MULT3) tem lucro recorde no primeiro trimestre

25 de abril de 2024 - 18:44

A companhia, que completou 50 anos neste mês, lucrou R$ 267 milhões no período, o maior valor já registrado para um primeiro trimestre

DEU NA BUSCA

Procurando por dividendos? Dona do Google responde com os primeiros proventos da história do grupo — ações avançam mais de 13%

25 de abril de 2024 - 18:02

Vale lembrar que, em fevereiro, o conselho da Meta autorizou o pagamento dos primeiros dividendos da dona do Instagram, Whatsapp e Facebook

CONFIRA AS DATAS

Ainda sem privatização, mas com dividendos: Sabesp (SBSP3) anuncia quase R$ 1 bilhão em proventos aos acionistas

25 de abril de 2024 - 17:30

Terá direito ao pagamento, que está marcado para 24 de junho deste ano, quem estava na base de acionistas da Sabesp hoje

PASSOU!

Dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4): acionistas batem o martelo para o pagamento de R$ 21,9 bilhões

25 de abril de 2024 - 14:55

O pagamento dos outros 50% ainda este ano também foi aprovada, segundo o Broadcast e a CNN Brasil, mas a decisão sobre a data exata deve sair até 31 de dezembro

DUELO DE GIGANTES

Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American

25 de abril de 2024 - 14:14

Os executivos da Vale também comentaram sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre de 2024 e dizem se há chances de distribuição de dividendos extraordinários este ano

ACORDO ENTRE HERMANOS

Petrobras (PETR4) firma nova parceria para exploração de gás com estatal argentina Enarsa; entenda por que a empresa está na mira de Milei

25 de abril de 2024 - 12:46

Em meio aos perigos de nova crise energética, parceria entre Petrobras e Enarsa busca ajudar abastecimento da Argentina

NOVA MESCLA

Mais problemas para a Vale (VALE3)? Como a oferta de quase US$ 40 bilhões da BHP pela Anglo American pode afetar a brasileira

25 de abril de 2024 - 12:03

Ações da Anglo, que detém reservas de minério de ferro no Brasil, saltavam 13,5% em Londres após o anúncio

PAPEL DE HERÓI E VILÃO

Klabin (KLBN11): lucro líquido desaba mais de 60% no 1T24, mas acionistas vão receber R$ 330 milhões em dividendos 

25 de abril de 2024 - 10:08

O balanço da empresa de papel e celulose trouxe um lucro menor, queda na receita e aumento na queima de caixa. Veja os destaques do resultado

EFEITO BYD?

Como a “invasão” dos carros chineses impacta as locadoras como a Localiza (RENT3) e a Movida (MOVI3)

25 de abril de 2024 - 6:10

Entrada dos carros elétricos chineses tende a colocar ainda mais pressão sobre as locadoras no momento da revenda dos seminovos; ações acumulam forte queda em 2024

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar