Juros no crédito começaram a cair antes da Selic, mas inadimplência pesa na taxa, diz CEO do Banco Pan (BPAN4)
Índice de calotes na carteira do banco salta para 8% no segundo trimestre, mas alta era esperada e não afeta resultados, diz Carlos Eduardo Guimarães (Cadu), CEO do Pan
O Banco Central deu início ontem ao ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic) com um corte de 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Mas no mercado de crédito ao consumidor as taxas dos financiamentos começaram a cair antes, segundo Carlos Eduardo Guimarães (Cadu), CEO do Banco Pan (BPAN4).
Isso porque a referência usada pelas instituições financeiras na hora de definir os juros nos empréstimos não é a Selic, mas as taxas futuras negociadas na B3.
No caso do Pan, um dos líderes no financiamento para a compra de veículos seminovos e motos, o custo do crédito parte das taxas de dois anos, que passaram por uma forte queda desde a apresentação do novo arcabouço fiscal pelo governo.
Mas os clientes do Pan já sentiram esse efeito dos juros menores ou essa gordura se traduziu em um aumento de margens para o banco?
“Estamos em um ambiente competitivo, então se eu engordar o spread e os outros não, vamos perder competitividade”, me disse Cadu, em uma entrevista na sede do banco.
Desse modo, ele defende que a expectativa do mercado para os juros é mais importante do que a Selic em si para determinar o custo do crédito.
Leia Também
“Não vale a pena dar uma marretada nos juros, como governos anteriores já fizeram, porque se o mercado não acredita joga as taxas futuras para cima.”
Nesse sentido, o CEO do Pan diz que os juros que baseiam os financiamentos — hoje na casa dos 10,5% — devem voltar ao patamar de um dígito antes da Selic com a melhora no cenário macro.
- LEIA MAIS: O bull market da bolsa brasileira pode ser destravado com a queda da Selic? Veja 11 recomendações que podem multiplicar o seu patrimônio em até 5x nos próximos 36 meses
Inadimplência assusta
Se o consumidor ainda não sentiu no bolso a queda dos juros na hora de pedir um financiamento, a resposta não está na Selic, mas em outra variável fundamental na hora de os bancos determinarem o custo do crédito: a inadimplência.
A alta do índice de calotes foi um dos pontos negativos do balanço do segundo trimestre do Pan, que saiu na manhã desta quinta-feira. Os atrasos acima de 90 dias na carteira do banco saltaram de 7,2% para 8% entre março e junho deste ano.
Ainda assim, o lucro líquido do Pan ficou praticamente estável na comparação com o segundo trimestre do ano passado e alcançou R$ 191 milhões, com uma rentabilidade (ROE, na sigla em inglês) de 11,2%.
- [Guia gratuito] Veja onde investir no 2º semestre, segundo os especialistas consultados pelo Seu Dinheiro. Baixe o material completo aqui.
Pan: calote maior está no preço
É claro que o CEO do Pan não está confortável com o aumento da inadimplência. Mas ele diz que esse movimento já era esperado — em particular no crédito de veículos — e inclusive está refletido nas taxas dos financiamentos.
Especificamente no segundo trimestre, o índice de calotes também subiu porque as concessões de novos empréstimos diminuíram em meio à polêmica sobre o teto de juros nas linhas de consignado do INSS.
O governo tentou baixar as taxas na canetada, mas recuou parcialmente depois que todos os bancos decidiram parar de oferecer crédito com desconto em folha.
A expectativa é que os índices de calote sigam em níveis elevados e só comecem a cair de forma mais acelerada no ano que vem. Seja como for, esse cenário não deve afetar a rentabilidade do banco.
“A inadimplência não é um problema, desde que esteja bem precificada”, diz Cadu.
| Principais números do Banco Pan: - Lucro líquido ajustado: R$ 191 milhões (↓1%) - Rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE): 11,2% (↓0,7 pp) - Carteira de crédito: R$ 38,1 bilhões (↑6%) - Inadimplência: 8% (↑1,3 pp) |
Pan quer acelerar no crédito de veículos…
Isso significa que o Pan segue com apetite para crescer, apesar do cenário ainda complicado no crédito.
Cadu se mostra animado em especial com o financiamento de veículos e motos. Neste último segmento o banco lidera com uma participação de mercado de 30%.
Além da expectativa de um cenário marco mais favorável, ele destaca o novo marco das garantias. O projeto em andamento no Congresso deve reduzir os custos para o banco retomar o bem em caso de inadimplência.
Do lado do consumidor, isso deve representar uma redução nas taxas de juros dos financiamentos para a compra de veículos, segundo o CEO do Pan.
O banco também pretende expandir rapidamente a concessão de empréstimos com a garantia do veículo. A ideia é tanto usar um carro quitado para dar crédito com juro menor como oferecer dinheiro novo para um cliente que possui um financiamento em andamento.
O Pan permanece ainda com foco no crédito consignado e com garantia do FGTS, que têm margens menores, mas praticamente sem risco de inadimplência.
Apesar de o governo Lula ser contra o resgate antecipado de recursos do fundo pelo trabalhador, Cadu acredita que a modalidade do saque aniversário deve permanecer, ainda que com mudanças.
- ANÁLISES DE MERCADO E INSIGHTS DE INVESTIMENTOS DE GRAÇA. Clique aqui e se inscreva no nosso canal do YouTube para receber alertas sempre que publicarmos um conteúdo relevante para seu bolso!
…E frear em cartões
A alta da inadimplência assustou, mas poderia ser ainda maior não fosse uma decisão tomada pelo Pan ainda no fim de 2021: reduzir a exposição às linhas de cartão de crédito.
De lá para cá, a participação na carteira do banco recuou de 12% para 7%. E essa tendência deve continuar.
“Seguimos cautelosos e não achamos que é o momento de acelerar. O cartão hoje é mais um instrumento de fidelização do cliente.”
Nem mesmo os juros astronômicos do cartão são atrativos o suficiente para o banco neste momento. “Boa parte dessa taxa é fake”, disse Cadu, ao lembrar a famosa frase “eles fingem que pagam e eu finjo que jogo” do ex-jogador Vampeta nos tempos de Flamengo.
Nesse sentido, e em meio às conversas dos bancos com o governo para estabelecer um teto na taxa de juros do rotativo, o Pan se prepara para oferecer uma opção aos clientes.
O banco vai propor transformar toda a dívida do cartão, inclusive a de faturas que ainda não venceram, em uma única linha de crédito parcelado.
Euforia com as narrativas acabou
As ações do Banco Pan (BPAN4) reagem em queda ao balanço hoje na B3. Mesmo assim, praticamente dobraram de valor na B3 desde as mínimas do ano com a melhora do cenário para a bolsa desde março. Mas os papéis seguem longe do pico alcançado em 2021.
Cadu diz que não controla o preço da ação, mas avalia que a euforia do mercado na onda das fintechs e do juro zero chegou ao fim.
“As ações de vários bancos e empresas eram baseadas em uma narrativa bem feita, e várias delas ficaram pelo caminho, porque não se sustentaram.”
O Pan encerrou o segundo trimestre com 26 milhões de clientes, um avanço de 24% nos últimos 12 meses — dos quais 67% são ativos.
Narrativas à parte, o banco digital segue como parte importante da estratégia do Pan. Mas o ritmo de crescimento deve começar a diminuir, antecipa o CEO.
A prioridade do banco agora é aumentar as transações com os clientes atuais para melhorar os resultados.
“A gente sempre acreditou que precisa ter lucro para o negócio ser sustentável”, diz Cadu. Aliás, ele destaca que essa cultura vem do BTG Pactual, controlador do Pan com 74% do capital.
Governo sobe o tom com a Enel e afirma que não vai tolerar falhas reiteradas e prolongadas
A pasta afirmou que, desde 2023, vem alertando formalmente a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) sobre problemas recorrentes na atuação da empresa
Ele vendeu a empresa por US$ 1 bilhão para a Amazon e tem um conselho para quem quer empreender
Em abril deste ano, ele retornou à Amazon como vice-presidente de Produto da empresa que fundou
Carga tributária do Brasil atinge o maior patamar em mais de 20 anos em 2024, segundo a Receita Federal
De acordo com o levantamento, os tributos atingiram 32,2% do Produto Interno Bruto, com alta de 1,98 ponto percentual em relação a 2023
Mega-Sena acumula, e prêmio sobe para R$ 52 milhões, mas outra loteria rouba a cena
A Lotofácil foi a única loteria a ter ganhadores na categoria principal, porém não fez nenhum novo milionário
São Martinho (SMTO3) lidera os ganhos do Ibovespa, e Vamos (VAMO3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da B3 acumulou valorização de 2,16% nos últimos cinco pregões, se recuperando das perdas da semana anterior
Por que os shoppings brasileiros devem se preocupar com a disputa entre Netflix e Paramount pela Warner
Representantes das redes brasileiras de cinema chegaram a criticar a venda da Warner para gigantes do streaming
Enel tem até 12 horas para restabelecer energia em SP, e Ricardo Nunes pede ajuda ao presidente Lula
Em caso de não cumprimento da decisão, a empresa será penalizada com uma multa de R$ 200 mil por hora
Daniel Vorcaro na CPI do INSS: Toffoli impede colegiado de acessar dados bancários e fiscais do dono do Banco Master
A CPI do INSS havia aprovado a quebra de sigilos e a convocação de Vorcaro para esclarecer a atuação do Banco Master com produtos financeiros
Mega-Sena sorteia R$ 44 milhões hoje, e Lotofácil 3561 faz um novo milionário; confira as loterias deste fim de semana
Embora a Mega-Sena seja o carro-chefe das loterias da Caixa, um outro sorteio rouba a cena hoje
Cidade que fica a apenas 103km de São Paulo é uma das melhores do Brasil para morar
A 103 km da capital paulista, Indaiatuba se destaca no Índice de Progresso Social por segurança, infraestrutura, serviços públicos e qualidade de vida acima da média
Mega-Sena 2951 vai a R$ 44 milhões, mas Timemania assume a liderança com R$ 65 milhões; Lotofácil garante sete novos milionários
Mega-Sena e Timemania concentram as maiores boladas da semana, em meio a um cenário de acúmulos que atinge Quina, Lotomania, Dupla Sena, Dia de Sorte, Super Sete e +Milionária
Bolsa Família mantém calendário adiantado e paga parcela de dezembro para NIS final 3 nesta sexta (12)
Com liberação antes do Natal, beneficiários com NIS terminado em 3 recebem nesta sexta; valor médio segue em R$ 691,37 com reforço dos adicionais
Bruno Serra, da Itaú Asset, diz que Selic cai em janeiro e conta o que precisa acontecer para os juros chegarem a um dígito
O cenário traçado pelo time do Itaú Janeiro prevê um corte inicial de 25 pontos-base (pb), seguido por reduções mais agressivas — de 75 pb ou mais — a partir de março
Tarifas, conflitos geopolíticos, inflação: quais são as principais preocupações dos bilionários para 2026
O receio das tarifas — exacerbado pela política tarifária dos Estados Unidos sob o presidente Donald Trump — é o maior entre os respondentes da pesquisa
David Beker, do Bank of America, mantém projeção otimista para os juros: corte de 0,50 p.p. em janeiro e Selic a 11,25% em 2026
Economista-chefe do BofA acredita que o Copom não precisa sinalizar no comunicado antes de fazer qualquer ajuste e mantém olhar otimista para a política monetária
Ficou sem luz? Veja quanto custa um gerador para sua casa
Com a falta de luz atingindo milhões, veja quanto custa investir em um gerador para manter sua casa funcionando durante apagões prolongados
Governo lança pacote “MEI em Ação” com novo app unificado, assistente virtual com IA e capacitações
O app Meu MEI Digital passa a reunir os serviços do Portal do Empreendedor com atalhos para formalização, alteração de dados e emissão de NF-e
Como comprar ingressos para Copa do Mundo 2026: nova fase abre hoje
Fifa abre nova fase de vendas da Copa do Mundo 2026; veja como se inscrever, participar do sorteio e garantir ingressos para acompanhar os jogos nos EUA, México e Canadá
Selic se mantém em 15% ao ano e Copom joga balde de água fria nos mercados ao não sinalizar corte nos juros
O Copom não entregou a sinalização que o mercado esperava e manteve o tom duro do comunicado, indicando que os cortes na Selic podem demorar ainda
Valor do novo salário-mínimo altera contribuição para MEI; veja quanto fica
O piso nacional será de R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026 e aumenta o valor da tributação dos microempreendedores individuais
