De volta ao limbo: STF suspende julgamento sobre correção do FGTS após pedido de vista de Kassio Nunes Marques
Suspensão de ação que tramita há quase dez anos e pode beneficiar trabalhadores é por tempo indeterminado, mas ministro promete ser rápido

O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade do uso da Taxa Referencial (TR) para corrigir a rentabilidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) entrou novamente numa espécie de limbo nesta quinta-feira (27).
A questão já tramitava na Corte desde 2014, mas só começou a ser julgada no último dia 20 de abril. Após o registro dos votos de dois ministros, o julgamento foi retomado nesta quinta, mas acabou suspenso depois que o terceiro votante, ministro Kassio Nunes Marques, fez pedido de vista, isto é, mais prazo para analisar o processo.
A suspensão é por tempo indeterminado, o que pode fazer o processo se arrastar ainda mais. O ministro Luiz Fux, entretanto, alertou para o interesse dos trabalhadores brasileiros no julgamento e pediu rapidez a Nunes Marques, que disse que pretende devolver com celeridade a ação para julgamento.
O que o STF está julgando
O STF julga uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pelo partido Solidariedade que contesta a correção do FGTS pela TR desde 1999, pois desde então a taxa tem sido incapaz de garantir que a rentabilidade do fundo preserve o poder de compra dos seus recursos ante a inflação.
De fato, durante vários anos recentes a TR se manteve zerada ou muito próxima de zero. Dado que a remuneração do FGTS é de apenas 3% ao ano e a inflação tem sido quase sempre maior que isso, os recursos dos trabalhadores no fundo vêm perdendo para a alta dos preços.
Remuneração do FGTS melhorou nos últimos anos
Desde 2017, porém, essa situação tem sido bastante minimizada, dado que o FGTS passou a distribuir parte dos seus lucros do ano anterior aos trabalhadores. Com isso o fundo de garantia conseguiu superar o IPCA de 2016 a 2020.
Leia Também
A distribuição de lucros também tem sido capaz de fazer o FGTS, por vezes, bater o retorno da caderneta de poupança, algo que nunca tinha conseguido fazer desde 1999. O retorno do fundo superou a caderneta nos anos de 2018, 2019 e 2020.
- Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]
Os dois ministros que já registraram seus votos - Luís Roberto Barros e André Mendonça - defenderam justamente que a remuneração do FGTS não deveria ser inferior à da poupança.
Na sua fala antes de pedir vista, porém, Nunes Marques disse que atualmente o fundo de garantia já paga mais que a caderneta, não havendo perdas para o trabalhador.
Acontece que o fundo justamente obtém esse retorno pela distribuição de lucros, e não exatamente pela sua correção. E distribuição de lucros não é correção monetária, que é o que está sendo questionado nesse caso.
Os lucros gerados pelo FGTS variam de um ano para o outro, e não há garantia alguma de que, após sua distribuição, o fundo consiga superar a poupança e a inflação. Tanto que o fundo perdeu da poupança em 2017 e da inflação em 2021 mesmo com a distribuição de lucros.
ADI pede correção monetária por um índice de inflação
Além disso, render mais que a poupança também não é garantia de ter o poder de compra preservado, dado que a caderneta constantemente perde da inflação, o que ocorreu, por exemplo, em 2020 e 2021.
Por essa razão, a ADI proposta pelo Solidariedade pede a correção da remuneração do FGTS pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), índice de preços fortemente correlacionado ao IPCA, o índice oficial.
No entanto, ainda não é possível saber se o STF acatará esse tipo de correção, mesmo que estabeleça a inconstitucionalidade da TR como índice de correção monetária.
Os dois primeiros votos falam em poupança e não inflação como balizador para a rentabilidade do fundo; já Nunes Marques talvez sequer vote contra a TR, dado que já alegou que o FGTS não tem perdido da poupança e disse que quer analisar os argumentos da União sobre o caso.
O governo, naturalmente, é contra a derrubada da TR, uma vez que a utilização de um índice de correção maior impactará fortemente as contas públicas.
Mas, se o STF derrubar a TR e propuser a correção do FGTS pela inflação, o ganho para o trabalhador poderia ser superior ao dos últimos anos, dado que a proteção contra a alta dos preços estaria garantida. Veja como poderia ficar.
VEJA TAMBÉM - Fugi do país para escapar de uma montanha de dívidas, meus credores podem me perseguir?
Confira o episódio desta semana do quadro A Dinheirista, em que a repórter Julia Wiltgen resolve esse e mais casos cabeludos envolvendo dinheiro. Confira:
O que acontece se a correção pela TR for derrubada
Seja como for, se o STF de fato derrubar a TR, substituindo-a por um índice de correção mais favorável aos trabalhadores, a mudança deve passar a valer para todos os que têm carteira assinada já a partir da data do julgamento (20 de abril).
Também é possível que trabalhadores que entraram com ações na Justiça questionando a validade da TR como índice de correção monetária do FTGS até aquela data consigam obter decisões favoráveis à correção retroativa de seus recursos depositados no fundo de garantia desde 1999. Veja simulações de quanto essas pessoas poderiam ganhar.
Mas, mesmo para quem não entrou com ação, pode ser necessário recorrer à Justiça para fazer a eventual mudança valer de fato desde 20 de abril deste ano. Isso porque é bem provável que a Caixa só passe a aplicar a nova correção após o trânsito em julgado, o que pode levar até dois anos para ocorrer.
Saiba mais sobre como entrar com uma ação, nesse caso, e sobre os possíveis desfechos do julgamento.
*Com informações do G1
Sorteados os números da Quina de São João; veja se você é um dos ganhadores
Resultado do rateio da Quina de São João será conhecido dentro de alguns minutos; acompanhe a cobertura do Seu Dinheiro
Já vai começar! Acompanhe ao vivo o sorteio da Quina de São João de 2025
O prêmio está acumulado em R$ 250 milhões e é o maior valor sorteado na história dessa loteria
Warren Buffett faz a maior doação em ações da Berkshire Hathaway; veja como fica a fortuna do “Óraculo de Omaha”
Apesar da doação de peso, o “Óraculo de Omaha” ainda possui 13,8% das ações da Berkshire
Debate sobre aumento do IOF vai parar na mesa do STF: base do governo pede suspensão da derrubada do decreto
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que recorrer ao STF era uma alternativa para o governo Lula
Conta de luz vai continuar pesando no bolso: Aneel mantém bandeira vermelha em julho
Apesar da chuva ao longo de junho ter melhorado a situação de armazenamento nas hidrelétricas, julho deve registrar chuvas abaixo da média na maior parte do país
Samarco ganha licença para ampliar exploração de minério em região atingida por desastre ambiental
O governo mineiro aprovou por unanimidade o Projeto Longo Prazo, que permite a continuidade da retomada operacional da empresa
É hoje! Quina de São João sorteia R$ 250 milhões neste sábado; confira os números mais sorteados
A Quina de São João ocorre desde 2011 e a chance de acertar as cinco dezenas com uma aposta simples é de uma em mais de 24 milhões
Dividendos e JCP: Itaúsa (ITSA4), Bradesco (BBDC4) e outras 11 empresas pagam proventos em julho; saiba quando o dinheiro cai na conta
O Bradesco (BBDC4) dá o pontapé na temporada de pagamentos, mas não para por aí: outras empresas também distribuem proventos em julho
Mudança da meta fiscal de 2026 é quase certa com queda do decreto do IOF, diz Felipe Salto
Salto destaca que já considerava a possibilidade de alteração da meta elevada antes mesmo da derrubada do IOF
Lotofácil faz 2 quase-milionários; prêmio da Quina de São João aumenta e chega a R$ 250 milhões
Às vésperas da Quina de São João, Mega-Sena acumula e Lotofácil continua justificando a fama de loteria ‘menos difícil’ da Caixa
Senado aprova aumento do número de deputados federais; medida adiciona (ainda mais) pressão ao orçamento
O projeto também abre margem para criação de 30 vagas de deputados estaduais devido a um efeito cascata
A escolha de Haddad: as três alternativas do governo para compensar a derrubada do IOF no Congresso
O ministro da Fazenda ressalta que a decisão será tomada pelo presidente Lula, mas sinalizou inconstitucionalidade na derrubada do decreto
O problema fiscal do Brasil não é falta de arrecadação: carga tributária é alta, mas a gente gasta muito, diz Mansueto Almeida
Para economista-chefe do BTG Pactual, o grande obstáculo fiscal continua a ser a ascensão dos gastos públicos — mas há uma medida com potencial para impactar imediatamente a desaceleração das despesas do governo
Chegou a hora de investir no Brasil? Agência de classificação de risco diz que é preciso ter cautela; entenda o porquê
A nota de crédito do país pela Fitch ficou em “BB”, com perspectiva estável — ainda dois níveis abaixo do grau de investimento
IPCA-15 desacelera em junho, mas viagem ao centro da meta será longa: BC vê inflação fora do alvo até o fim de 2027
Inflação vem surpreendendo para baixo em meio à alta do juros, mas retorno ao centro da meta ainda não aparece no horizonte de projeções do Banco Central
Esquece o aumento do IOF: como ficam as alíquotas depois do Congresso derrubar a medida do governo
Na última quarta-feira (25), o Congresso derrubou a medida do governo que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); veja como estão as regras agora
Lotofácil tem 10 ganhadores, mas só 4 levam prêmio integral; apostador mostra como não jogar na Lotomania e deixa de ficar milionário
Enquanto a Lotofácil justifica a fama de loteria ‘menos difícil’ da Caixa, a Quina de São João promete prêmio de R$ 230 milhões no sábado
Até onde vai o otimismo do HSBC com o Brasil e a bolsa brasileira, segundo o chefe de pesquisa econômica, Daniel Lavarda
Head de research do banco gringo fala da visão “construtiva” em relação ao país, da atratividade do Brasil com os juros reais elevados e os valuations descontados, e também da falta de consistência nas decisões do governo Trump
EUA vão virar o Brasil ou a Argentina? Nobel de economia teme que sim. Para Paul Krugman, mundo não estava preparado para Trump
Paul Krugman falou sobre o potencial destino da economia norte-americana com as medidas de Donald Trump no evento desta quarta-feira (25); confira o que pensa o prêmio Nobel
Alerta do gestor sobre os mercados: não é porque tudo está calmo, que tudo está bem
Sócio da Panamby Capital diz que o tarifaço de Trump é positivo para o Brasil, mas lembra que crise de 2008 não aconteceu no dia para a noite