Já se perguntou se o que o Primo Rico está tentando te ensinar tem, na verdade, uma intenção mais comercial do que educativa? Ou se os argumentos que a Nathalia Arcuri, do Me Poupe!, usa contra o financiamento de um imóvel têm segundas intenções?
É para deixar a relação comercial entre os influenciadores de finanças e as empresas mais transparente que a Anbima abriu uma audiência pública para definir regras sobre esses contratos.
A minuta ficará disponível para sugestões até 3 de julho e as regras devem ser publicadas no segundo semestre deste ano. A íntegra pode ser consultada neste link.
Na proposta, a Anbima lista uma série de detalhes que os contratos entre empresas e influenciadores precisam ter, inclusive a obrigação do influenciador deixar explícito que determinados conteúdos são patrocinados.
A Anbima deixa claro que a intenção não é regular os influenciadores digitais, mas sim as empresas associadas a ela e que costumam patrociná-los.
“O nosso objetivo é dar transparência à relação comercial entre esses agentes, que muitas vezes fica em uma zona cinzenta, na qual o investidor não reconhece como publicidade determinado conteúdo publicado pelo influenciador que ele segue”, afirma Luiz Henrique Carvalho, gerente de Representação de Distribuição de Produtos de Investimento da Anbima.
Mas e os sócios dos influenciadores?
A minuta abrange especificamente a contratação de influenciadores para publicidade de produtos de investimentos, serviço de intermediação no exterior e/ou atividade de distribuição.
Isto significa que relações de sociedade, como seria, por exemplo, o caso da XP com o Primo Rico, estariam fora do escopo das regras que a Anbima pretende criar.
No relatório mais recente sobre esse mercado, a Anbima mapeou 515 influenciadores que, juntos, respondem por 1.257 perfis no Facebook, no Instagram, no Twitter e no YouTube que atingem um total de 165,7 milhões de seguidores. Ao todo, 413 influenciadores têm (ou fecharam) parcerias comerciais, são sócios ou funcionários de instituições financeiras.