O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma defesa enfática de que os bancos públicos deveriam emprestar dinheiro com taxas mais baixas do que as praticadas pelo mercado. Mas faltou combinar com a Caixa Econômica Federal.
A instituição confirmou um aumento de 0,5 ponto percentual a taxa da linha crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança.
Desta forma, o banco estatal oferece agora taxas que partem de 8,99% ao ano, mais Taxa Referencial (TR), e vão até 9,99%, mais TR, para quem deseja financiar a compra da casa própria.
Os bancos públicos entraram na pauta da última reunião ministerial que Lula convocou antes da viagem à China. "Não queremos que percam dinheiro, mas não podem emprestar dinheiro nas mesmas custas dos bancos particulares", afirmou o presidente, na ocasião.
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Caixa foi a última a subir os juros
Vale destacar, porém, que a Caixa foi a última instituição a aumentar as taxas de juros do crédito imobiliário. O banco público é o líder nessa modalidade de financiamento.
O reajuste é válido para os novos contratos desde 3 de abril. Ou seja, aconteceu antes da fala do presidente.
Apesar da alta, a Caixa se manteve dentro do que Lula defendeu. Isso porque as taxas do banco seguem como as menores do mercado, de acordo com Inês Magalhães, vice-presidente de habitação do banco.
"Ainda temos uma taxa de um dígito só", disse a vice-presidente, após participar de evento com empresários do setor da construção em São Paulo.
Por que o juro subiu
Principal fonte de recursos para o financiamento da casa própria, a poupança vem registrando saques recordes. Assim, os bancos se viram obrigados a recorrer a outras fontes mais caras. Nos bancos privados, as taxas chegaram a dois dígitos percentuais no início deste ano.
Para este ano, a Caixa estima conceder cerca de R$ 70 bilhões de crédito imobiliário em linhas com recursos da poupança. Se confirmado, isso representará queda de 24% na comparação com o ano passado, quando chegou ao recorde de R$ 92 bilhões.
A Caixa também informou em nota que as taxas para as linhas de habitação popular (dentro do Minha Casa Minha Vida) e a linha Pró-Cotista, que contam com recursos do FGTS, permanecem inalteradas desde outubro de 2021.
Os financiamentos com recursos do FGTS devem ficar perto de R$ 90 bilhões a R$ 100 bilhões em 2023.
Assim, o banco estatal deve totalizar aproximadamente R$ 160 bilhões a R$ 170 bilhões em empréstimos para a compra e a construção de moradias, montante em linha com o de 2022, quando desembolsou R$ 162 bilhões.
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*Com informações do Estadão Conteúdo