Milei toma posse e vai precisar de ainda mais que um “Plano Real” para salvar a economia em frangalhos da Argentina
No episódio #74, o doutor em economia Marcos Mendes e a economista-chefe da Principal Claritas, Marcela Rocha, revelam quais serão os desafios de Milei como novo presidente da Argentina

O ultraliberal Javier Milei assume neste domingo (10) o cargo de presidente da Argentina. Mas o político mal tomará posse e já receberá a missão hercúlea de tentar salvar a economia em frangalhos dos “hermanos”.
Afinal, o país, que outrora chegou a ser considerado um dos mais ricos do mundo, agora vê sua economia respirar por aparelhos, com uma inflação de mais de 140% ao ano, poucas reservas em dólar e uma dívida bilionária com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
No episódio #74 do Market Makers, o doutor em economia e pesquisador do Insper, Marcos Mendes, e a economista-chefe da Principal Claritas, Marcela Rocha, destrincham quais serão os desafios do novo presidente da Argentina.
Para Mendes, Milei deveria se inspirar no que aconteceu no Brasil nos anos 90 em busca de uma solução para o caos na economia. Por isso, seria necessária uma agenda pesada de reformas — ainda maior do que a realizada por aqui após o Plano Real — para desenvolver uma maturidade institucional como a do Banco Central brasileiro.
“É preciso fazer um ajuste fiscal intenso, então [o governo argentino] tem que aumentar a carga tributária, cortar subsídio de preço e reduzir uma série de benefícios sociais que são canalizados para as classes média e média-alta, afirmou, em entrevista aos apresentadores Thiago Salomão e Josué Guedes.
Na visão do economista, além de aumentar as receitas por meio da elevação gradual da carga tributária — como foi feito no Brasil após o Plano Real —, a Argentina precisa “fechar os mecanismos institucionais de financiamento da despesa pública pelo Banco Central”.
Leia Também
A expectativa é que, ainda nos próximos dias, Milei anuncie um duro pacote de medidas para tentar tirar o país da crise financeira. Entre as propostas de reforma radicais do político argentino, estaria o fechamento do Banco Central da Argentina, a dolarização da economia e novas privatizações de estatais.
Confira a conversa na íntegra. É só dar play aqui.
O que esperar da Argentina de Milei
Para os dois economistas que participaram do Market Makers, a situação econômica que Javier Milei assume como presidente é, no mínimo, arriscada — e pode cair mal no gosto dos hermanos.
“O Milei ainda é uma incógnita, e o que ele está se propondo politicamente é muito complicado. Qualquer ajuste necessário na economia da Argentina pode colocar em jogo uma reeleição dele”, afirma Marcela Rocha, economista-chefe da Principal Claritas.
Na visão dos especialistas, as medidas de Milei podem ter reações controversas da população argentina, que escolheu uma alternativa ao peronismo, mas poderá acabar perdendo benefícios por parte do governo como resultado.
“O eleitor argentino tinha que escolher entre o Milei e Sergio Massa, e votou na primeira opção pensando em reformas econômicas. Mas há o risco de que, se as reformas prometidas por Milei não derem certo, o eleitor pode acabar com o mesmo nível de inflação enquanto perde os seus benefícios”, destaca Marcos Mendes.
Ou seja, nessa situação, o argentino médio ficaria pior do que se continuasse em uma situação de inflação alta, mas se remediando com os subsídios, segundo o economista.
Caso as propostas de Milei não tenham sucesso em tirar a Argentina da crise, existe uma chance elevada de que os hermanos voltem novamente para o peronismo, a corrente política que comandou o país durante boa parte do passado recente.
“Argentina é um fenômeno complexo e de longo prazo. Lá, a situação é muito mais aguda”, reitera Mendes.
Assista ao episódio completo:
Governo vai abrir crédito de R$ 3 bilhões para ressarcir vítimas da fraude do INSS; confira como vai funcionar o reembolso
Entre os R$ 3 bilhões em crédito extraordinário, R$ 400 milhões vão servir para ressarcir as vítimas em situação de vulnerabilidade e que não tenham questionado os valores descontados
Trump é a maior fonte de imprevisibilidade geopolítica e econômica da atualidade — e quem diz isso pode surpreender
Gustavo Loyola, ex-presidente do BC, falou com exclusividade ao Seu Dinheiro sobre a imposição, por Donald Trump, da sobretaxa de 50% às exportações brasileiras para os EUA
De Galípolo para Haddad: a carta do presidente do BC ao ministro da Fazenda deixa alerta sobre inflação
Embora Galípolo tenha reforçado o compromisso com a convergência, foi o que ele não disse que chamou atenção
O Brasil pode escapar dos impactos das tarifas de Trump: economista-chefe da ARX revela estratégias — e diz por que a retaliação não é uma delas
Segundo Gabriel Barros, Lula teria uma série de opções estratégicas para mitigar os efeitos negativos dessa medida sobre a economia; confira a visão do especialista
Tarifa de Trump sobre produtos do Brasil acirra guerra política: PT mira Eduardo Bolsonaro, e oposição culpa Lula e STF
Sobretaxa de 50% vira munição em Brasília; governo estuda retaliação e Eduardo, nos EUA, celebra medida como resposta ao ‘autoritarismo do STF’
Trump cortou as asinhas do Brasil? Os efeitos escondidos da tarifa de 50% chegam até as eleições de 2026
A taxação dos EUA não mexe apenas com o volume de exportações brasileiras, mas com o cenário macroeconômico e político do país
Dólar disparou, alerta de inflação acendeu: tarifa de Trump é cavalo de troia que Copom terá que enfrentar
Depois de meses de desvalorização frente ao real, o dólar voltou a subir diante dos novos riscos comerciais para o Brasil e tende a pressionar os preços novamente, revertendo o alívio anterior
Meta de inflação de 3% é plausível para o Brasil? Veja o que dizem economistas sobre os preços que não cedem no país
Com juros nas alturas e IPCA a 5,35%, o Banco Central se prepara para mais uma explicação oficial, sem a meta de 3% no horizonte próximo
Lotofácil, Quina e Dupla Sena dividem os holofotes com 8 novos milionários (e um quase)
Enquanto isso, começa a valer hoje o reajuste dos preços para as apostas na Lotofácil, na Quina, na Mega-Sena e em outras loterias da Caixa
De Lula aos representantes das indústrias: as reações à tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil
O presidente brasileiro promete acionar a lei de reciprocidade brasileira para responder à taxa extra dos EUA, que deve entrar em vigor em 1 de agosto
Tarifa de 50% de Trump contra o Brasil vem aí, derruba a bolsa, faz juros dispararem e provoca reação do governo Lula
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5%, enquanto o dólar para agosto renovou máxima a R$ 5,603, subindo mais de 2%
Não adianta criticar os juros e pedir para BC ignorar a meta, diz Galípolo: “inflação ainda incomoda bastante”
O presidente do Banco Central participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados e ressaltou que a inflação na meta é objetivo indiscutível
Lotofácil deixa duas pessoas mais próximas do primeiro milhão; Mega-Sena e Quina acumulam
Como hoje só é feriado no Estado de São Paulo, a Lotofácil, a Quina e outras loterias da Caixa terão novos sorteios hoje
Horário de verão pode voltar para evitar apagão; ONS explica o que deve acontecer agora
Déficit estrutural se aprofunda e governo pode decidir em agosto sobre retorno da medida extinta em 2019
Galípolo diz que dorme tranquilo com Selic em 15% e que o importante é perseguir a meta da inflação
Com os maiores juros desde 2026, Galípolo dispensa faixa e flores: “dificilmente vamos ganhar o torneio de Miss Simpatia no ano de 2025”
Investidores sacam R$ 38 bilhões de fundos no ano, e perdem a oportunidade de uma rentabilidade de até 35,8% em uma classe
Dados da Anbima mostram que a sangria dos multimercados continua, mas pelo menos a rentabilidade foi recuperada, superando o CDI com folga
Cury (CURY3): ações sobem na bolsa depois da prévia operacional do segundo trimestre; bancos dizem o que fazer com os papéis
Na visão do Itaú BBA, os resultados vieram neutros com algumas linhas do balanço vindo abaixo das expectativas. O BTG Pactual também não viu nada de muito extraordinário
Bolsa, dólar ou juros? A estratégia para vencer o CDI com os juros a 15% ao ano
No Touros e Ursos desta semana, Paula Moreno, sócia e co-CIO da Armor Capital, fala sobre a estratégia da casa para ter um retorno maior do que o do benchmark
Lotofácil inicia a semana com um novo milionário; Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo uma fortuna
O ganhador ou a ganhadora do concurso 3436 da Lotofácil efetuou sua aposta em uma casa lotérica nos arredores de São Luís do Maranhão
Cruzar do Atlântico ao Pacífico de trem? Brasil e China dão primeiro passo para criar a ferrovia bioceânica; entenda o projeto
O projeto pretende unir as ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul (FNS) ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru.