Tesouro IPCA+ e prefixados sofrem em setembro com alta dos juros futuros no mundo; veja quais foram os melhores e piores investimentos do mês
Bitcoin e Tesouro Selic tiveram as maiores altas do mês, que foi marcado pela cautela e desempenhos modestos

Setembro foi um mês marcado pela cautela nos mercados, o que acabou resultando num desempenho de morno para ruim nos principais ativos e indicadores. Tanto que os melhores investimentos do período tiveram desempenhos que podem ser considerados modestos.
A maior alta, por exemplo, foi a do bitcoin, que subiu apenas 5,29% em reais, percentual baixo para um ativo tão volátil quanto uma criptomoeda.
Em segundo lugar veio o dólar, puxado pela alta dos rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro americano. Na cotação à vista, a moeda americana fechou em alta de 1,53%, a R$ 5,0268.
Em seguida veio o investimento mais conservador da economia brasileira: o Tesouro Selic, título público que acompanha o desempenho da taxa básica de juros, com um retorno de pouco mais de 1%.
A bolsa e os fundos imobiliários (FIIs) até conseguiram terminar o mês no azul, mas a alta foi comedida. O Ibovespa terminou setembro em alta de 0,71%, aos 116.565 pontos, e o IFIX, principal índice de FIIs, subiu somente 0,20%.
Os destaques, desta vez, ficaram na ponta negativa da tabela, com as fortes quedas dos títulos públicos prefixados (Tesouro Prefixado) e indexados à inflação (Tesouro IPCA+), fortemente impactados pela grande âncora dos mercados no mês: a alta dos juros futuros no mundo.
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Veja a seguir o ranking completo dos investimentos no período:
Os melhores investimentos de setembro
Investimento | Rentabilidade no mês | Rentabilidade no ano |
Bitcoin | 5,29% | 54,79% |
Dólar PTAX | 2,94% | -4,02% |
Dólar à vista | 1,53% | -4,80% |
CDI* | 1,13% | 9,88% |
Tesouro Selic 2029 | 1,11% | - |
Tesouro Selic 2026 | 1,10% | - |
Ibovespa | 0,71% | 6,22% |
Poupança nova** | 0,68% | 6,20% |
Poupança antiga** | 0,68% | 6,20% |
Índice de Debêntures Anbima Geral (IDA - Geral)* | 0,32% | 7,75% |
IFIX | 0,20% | 12,28% |
Tesouro Prefixado 2026 | -0,40% | 14,56% |
Índice de Debêntures Anbima - IPCA (IDA - IPCA)* | -1,17% | 6,16% |
Tesouro Prefixado 2029 | -2,42% | 17,36% |
Ouro | -2,57% | -1,27% |
Tesouro IPCA+ 2029 | -2,93% | - |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032 | -2,97% | 11,13% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033 | -3,02% | 15,26% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040 | -4,75% | 11,66% |
Tesouro IPCA+ 2035 | -5,18% | 11,65% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 | -5,61% | 11,90% |
Tesouro IPCA+ 2045 | -6,57% | 14,05% |
(**) Poupança com aniversário no dia 28.
Todos os desempenhos estão cotados em real. A rentabilidade dos títulos públicos considera o preço de compra na manhã da data inicial e o preço de venda na manhã da data final, conforme cálculo do Tesouro Direto.
Fontes: Banco Central, Anbima, Tesouro Direto, Broadcast e Coinbase, Inc..
Discurso duro do Fed puxou juros e dólar para cima
Em setembro, o grande tema nos mercados globais foi o aumento das taxas de juros dos Treasuries, os títulos do Tesouro americano, o que fortaleceu o dólar globalmente e levou à disparada dos juros futuros por aqui.
Embora o Federal Reserve tenha mantido a taxa de juros entre 5,25% a 5,50% ao ano, e o Banco Central brasileiro tenha cortado a Selic em mais 0,50 ponto percentual, para 12,75%, essa alta na expectativa para as taxas no futuro se deveu ao tom mais duro do Fed ao comunicar sua decisão ao mercado.
Com isso, os investidores passaram a esperar que os juros nos Estados Unidos se mantenham altos por mais tempo que o inicialmente esperado, o que sacrificou os ativos de risco.
Depois de um mês de agosto terrível, o Ibovespa até conseguiu alguma recuperação, mas foi segurado por essa piora na percepção de risco. Não ajudou que o mercado ainda esteja desconfiado das medidas do governo para aumentar a arrecadação e da sua capacidade de cumprir suas metas fiscais.
Maiores altas do Ibovespa em setembro
Empresa | Código | Desempenho |
CSN Mineração | CMIN3 | 13,55% |
BRF | BRFS3 | 12,83% |
Hapvida | HAPV3 | 10,56% |
Petrobras ON | PETR3 | 9,50% |
São Martinho | SMTO3 | 8,66% |
Suzano | SUZB3 | 8,24% |
Petrobras PN | PETR4 | 8,14% |
Sabesp | SBSP3 | 5,32% |
Klabin | KLBN11 | 5,10% |
TIM | TIMS3 | 5,05% |
Maiores quedas do Ibovespa em setembro
Empresa | Código | Desempenho |
Grupo Casas Bahia | BHIA3 | -50,39% |
Pão de Açúcar | PCAR3 | -28,74% |
Magazine Luiza | MGLU3 | -22,83% |
Vamos | VAMO3 | -16,74% |
Lojas Renner | LREN3 | -15,34% |
Eztec | EZTC3 | -14,61% |
Petz | PETZ3 | -13,87% |
Carrefour | CRFB3 | -13,26% |
Embraer | EMBR3 | -11,70% |
Rede D'Or | RDOR3 | -11,34% |
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Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado foram os piores investimentos do mês
A alta dos juros futuros, porém, foi particularmente dura sobre os títulos públicos prefixados e indexados à inflação, que tendem a se desvalorizar quando essas taxas – e consequentemente suas rentabilidades – avançam, como você pode ver na tabela.
Na última quarta-feira (27), os papéis Tesouro IPCA+ de prazos mais longos chegaram a voltar a prometer uma remuneração de mais de 6% ao ano mais IPCA para quem os comprasse naquele momento e os levasse até o vencimento.
Essa rentabilidade, historicamente alta para esse tipo de investimento, não era vista há algum tempo, dado que o mercado vinha precificando queda na taxa Selic, o que de fato vem ocorrendo.
Ainda assim, no ano os juros futuros ainda recuam, o que faz com que os títulos Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+ de diferentes vencimentos ainda apresentem valorizações de mais de 10% no acumulado de 2023.
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