Já imaginou perder R$ 48 bilhões em um dia? Isso aconteceu na Itália. Bancos italianos tentam se recuperar de baque após governo recuar sobre novo imposto
O gabinete da Itália anunciou inesperadamente um imposto de 40% sobre lucros “excedentes” das instituições em 2023
Os holofotes globais voltaram-se para a Itália na terça-feira (8) — e, desta vez, isso não tem nada a ver com o meme do “Attenzione, pickpocket”, mas sim com os planos do governo do país europeu de taxação dos bancos italianos.
Em resumo, o gabinete de governo da Itália aprovou inesperadamente um imposto de 40% sobre o que chamou de “excedente de lucro” das instituições em 2023.
A intenção do governo era levantar dinheiro para reduzir impostos e oferecer apoio financeiro aos detentores de hipotecas, de acordo com o vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini.
“Basta olhar para os lucros dos bancos no primeiro semestre de 2023, também resultado dos aumentos das taxas do Banco Central Europeu, para perceber que não estamos falando de alguns milhões, mas podemos supor bilhões”, disse Salvini, durante uma entrevista coletiva em Roma.
Acontece que a decisão pegou o mercado desprevenido, elevando temores de que aquele tipo de medida pudesse se espalhar pela Europa.
Na tarde de ontem, as ações dos bancos italianos desabaram. Juntas, as instituições perderam mais de 9 bilhões de euros (R$ 48,5 bilhões) em valor de mercado em um só pregão.
Leia Também
Em uma tentativa de acalmar o nervosismo do mercado, o Ministério das Finanças recuou parcialmente e disse que limitaria o imposto sobre a receita líquida de juros em 0,1% dos ativos ponderados pelo risco.
Com o teto, o impacto negativo sobre os números dos bancos italianos será significativamente menor.
Após o limite anunciado pelo governo, as ações das instituições financeiras da Itália entraram em recuperação na manhã desta quarta-feira.
Por volta das 11h40, os papéis do Finecobank subiram 7,48%, enquanto o Banco BPM tinha alta de 6,15% e o UniCredit, de 4,93%. Por sua vez, o BPER Banca avançou 3,55% e o Intesa Sanpaolo subiu 3,14%.
Por que o governo italiano quer taxar os bancos?
Os bancos italianos surfaram a maré do aperto monetário para atingir novos recordes de lucro ao longo deste ano.
As instituições financeiras da Itália cresceram 50% em relação ao valor de mercado do ano passado, superando o avanço de 20% do setor bancário europeu como um todo.
Os cinco principais bancos italianos registraram um lucro líquido combinado de 10,5 bilhões de euros (R$ 56,5 bilhões) no primeiro semestre do ano, aumento de 64% em relação ao mesmo período de 2022, segundo a agência de classificação de crédito DBRS Morningstar.
A melhora nos números dos bancos foi influenciada pelas taxas de juros oficiais mais altas por toda a Europa, que permitiram que os credores aumentassem os valores que cobravam dos tomadores de empréstimos e hipotecas enquanto evitavam pagar mais sobre os depósitos.
Segundo os cálculos da Jefferies, os bancos da Itália repassaram aos depositantes em média 12% do aumento das taxas. Para fins de comparação, na Zona do Euro, o percentual chegou a 22%.
Com isso, os credores embolsaram a diferença, conhecida como margem líquida de juros – uma medida fundamental para a lucratividade dos bancos.
A ideia do governo italiano é taxar justamente esse lucro proveniente da receita líquida de juros resultante da diferença entre as taxas de empréstimos e depósitos dos bancos.
Os bancos deverão pagar o imposto assim que sua receita líquida de juros para o ano selecionado exceda os valores obtidos em 2021 em 5% ou 10%.
Uma fonte do governo disse à Reuters que o governo pretende "punir o comportamento injusto dos bancos".
Vale destacar que países como Espanha e Hungria já impuseram impostos semelhantes sobre o setor bancário.
Os detalhes da taxação dos bancos italianos
Segundo fontes consultadas pela Reuters, o impacto inicial da medida foi estimado em menos de 3 bilhões de euros — isto é, algo em torno de R$ 16,1 bilhões.
Nas contas do Citi, o imposto antes do teto representaria um golpe de 19% nos lucros líquidos dos credores italianos no ano.
Com o teto imposto pelo governo italiano após a má recepção dos mercados ao anúncio, o novo percentual da taxa equivale a apenas um quinto do nível que o Citi estimava que a medida poderia atingir.
Mesmo com o limite, os analistas ainda calculam que a taxa poderia reduzir em até 12% os ganhos dos bancos italianos em 2023.
Analistas da Jefferies estimam que o limite reduziria pela metade o impacto esperado com o imposto, caindo de cerca de 4,9 bilhões de euros para cerca de 2,5 bilhões de euros.
Isto é, mesmo com o novo limite, o gabinete da Itália ainda conseguiria obter o montante necessário para reduzir impostos e oferecer apoio financeiro aos detentores de hipotecas.
Além disso, o montante arrecadado com a medida seria semelhante aos 2,8 bilhões de euros levantados pelo imposto inesperado deste ano sobre as empresas de petróleo e energia.
Como funciona o imposto sobre os bancos italianos?
A medida se aplicará à margem líquida de juros (NIM), uma medida de receita derivada da diferença entre as taxas de empréstimos e depósitos.
A Itália taxará os 40% sobre a receita excedente se a margem de juros praticada em 2022 for pelo menos 5% maior do que a de 2021 e se a margem de 2023 superar a de 2021 em pelo menos 10%.
O imposto será aplicado apenas em 2023, sendo que a taxa deverá ser paga pela maioria dos bancos até junho de 2024.
É importante lembrar que o imposto foi aprovado em uma reunião de gabinete na noite de segunda-feira (7). Desse modo, a medida ainda precisa de aprovação pelo Parlamento.
*Com informações de Reuters, CNBC, AP e The Guardian.
Representante dos EUA diz que compromissos comerciais da China estão ‘indo na direção certa’
O fluxo entre os dois países já caiu cerca de 25%, afirma o representante comercial dos EUAZ. “Provavelmente precisa ser menor para que não sejamos tão dependentes uns dos outros”
Mega-Sena: Ninguém acerta as seis dezenas e prêmio vai a R$ 20 milhões
Quarenta e dois apostadores acertaram a quina e vão receber, cada um, R$ 42.694,24
Renda da população deve continuar subindo no curto prazo: isso é bom ou ruim para a economia? Veja qual o impacto na inflação e nos juros
Mesmo com desaceleração da atividade econômica, renda deve continuar em alta; no entanto, isso não preocupa tanto os economistas
XP vê início dos cortes da Selic em março, mas não descarta começo mais cedo: sinais são positivos, e um dado atrapalha
Com a desaceleração da inflação e valorização do câmbio, BC pode começar ciclo de cortes da Selic, mas gastos do governo ainda preocupam
Ao Cade, entidades se posicionam contra fusão Petz (PETZ3) e Cobasi, que criaria gigante de R$ 7 bilhões
Além disso, alegam que a fusão Petz-Cobasi eleva em 35% o risco de fechamento de pet shops de bairro
Relator de PL sobre fim da escala 6×1 apresenta novo texto, com jornada de no máximo 40 horas semanais
Prates também colocou um dispositivo que dá a possibilidade de regime de trabalho na escala 4×3, com limite máximo de 10 horas diárias
Metrô de SP testa operação 24 horas, mas só aos finais de semana e não em todas as linhas; veja os detalhes
Metrô de SP amplia operação aos fins de semana e avalia se medida tem viabilidade técnica e financeira
Salário mínimo de 2026 será menor do que o projetado; veja valor estimado
Revisão das projeções de inflação reduz o salário mínimo em R$ 3 a estimativa do piso nacional para 2026, que agora deve ficar em R$ 1.627
A nova elite mundial: em 2025, 196 bilionários surgiram sem herdar nada de ninguém — e há uma brasileira entre eles
Relatório da UBS revela que 196 bilionários construíram fortuna sem herança em 2025, incluindo uma brasileira que virou a bilionária self-made mais jovem do mundo
Banco Central desiste de criar regras para o Pix Parcelado; entenda como isso afeta quem usa a ferramenta
O Pix parcelado permite que o consumidor parcele um pagamento instantâneo, recebendo o valor integral no ato, enquanto o cliente arca com juros
FII com dividendos de 9%, gigante de shoppings e uma big tech: onde investir em dezembro para fechar o ano com o portfólio turbinado
Para te ajudar a reforçar a carteira, os analistas da Empiricus Research destrincham os melhores investimentos para este mês; confira
Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores
Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).
Mercado aposta em corte da Selic em janeiro, mas sinais do Copom indicam outra direção, diz Marilia Fontes, da Nord
Para a sócia da Nord, o BC deve manter a postura cautelosa e dar sinais mais claros antes de fazer qualquer ajuste
Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos
Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência
Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal
Sensação do Brasileirão, o Mirassol arrecadou cerca de um terço do orçamento municipal e levou a pequena cidade paulista ao cenário internacional com a vaga na Libertadores
Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?
Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos
Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa
Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).
Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
