Conta de luz mais alta? Aneel alerta que seca no Norte do Brasil e questões regulatórias terão impacto nas tarifas de energia; entenda
A estiagem vista em estados do Norte do país levou à decisão de acionar usinas termelétricas, que são mais caras e podem refletir na conta de luz

A falta de chuvas no Norte do Brasil pode atingir até quem mora bem longe da região. Esse fator, somado à necessidade de atualizar leis do setor elétrico, deve levar a um aumento da conta de luz mais cedo ou mais tarde, alertou a agência que regula o setor, a Aneel.
A estiagem vista recentemente em estados do Norte do país levou à decisão de acionar, ontem (05) à noite, usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia nos estados do Acre e Rondônia.
Acontece que essas usinas são mais caras em comparação a usinas hidrelétricas, por exemplo, e esses custos devem ser repassados para os consumidores, segundo o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa.
Porém, de acordo com Feitosa, ainda não é possível precisar qual será o impacto nas tarifas.
"Quando decide acionar térmicas que não estavam previstas, têm um custo", afirmou após participar de audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado nesta quinta-feira (5) à tarde.
Quando virá um aumento na conta de luz?
Apesar dos custos mais elevados das termelétricas, a expectativa é que a medida não leve ao acionamento de bandeiras tarifárias nos próximos meses.
Leia Também
O regime de bandeiras tarifárias é um mecanismo que repassa imediatamente ao consumidor eventuais aumentos nos custos da geração de energia elétrica e a cor da bandeira indica em quanto a conta será elevada.
A Aneel mantém a previsão de manter a bandeira verde, ou seja, sem cobrança adicional na conta de luz, até o fim deste ano.
"Achamos e afirmamos que não haverá acionamento, pois são eventos muito localizados e, basicamente, as usinas não funcionarão de forma ininterrupta, apenas em alguns momentos do dia e não haveria a possibilidade de sensibilizar a bandeira tarifária, uma vez que a previsão é que o nível dos reservatórios até o fim de outubro se situe em torno de 67%”, explicou.
Aumentos na conta de luz até 2030?
O diretor-geral da agência ainda disse que a conta de luz em estados menos desenvolvidos continuará aumentando se o Congresso Nacional não alterar as atuais leis.
Para ele, só esses ajustes vão fazer com que a tarifa de energia no Brasil seja "justa" e a Aneel precisa trabalhar em conjunto com o Congresso Nacional e com o Poder Executivo para ajudar nesse processo, já que atua apenas na implementação de políticas públicas e diretrizes definidas pelos outros Poderes.
Um dos problemas citados pelo diretor é a Lei 13.360, de 2016, que estipula que até 2030 os usuários de energia elétrica sejam igualmente cobrados pela contribuição à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que compõe uma parte da tarifa de energia.
O CDE é um fundo que financia políticas públicas, como a tarifa social para pessoas de baixa renda.
Para Feitosa, essa e outras leis levam estados mais pobres a pagar uma tarifa maior, e a agência não tem poder para reduzir os valores.
Feitosa afirmou que a conta aumentará nos próximos anos até que o rateio da CDE seja igual, conforme previsto na lei.
Atualmente os contribuintes das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste ainda pagam mais que o dobro para a CDE do que o Norte e o Nordeste.
Conta de luz: soluções para evitar aumentos
Uma das soluções para diminuir as tarifas é tornar essa contribuição da CDE proporcional ao desenvolvimento regional, na avaliação do diretor-geral da Aneel.
Ele explica que a Aneel apresentou uma proposta na qual a Conta de Desenvolvimento Energético leve em conta a capacidade de pagamento da população.
As regiões que têm menos capacidade de pagamento pagariam menos encargos setoriais. E as regiões que têm mais capacidade, pagariam mais.
“Isso tem potencial de reduzir a tarifa de 5% a 8%, é muita coisa”, alega.
Além da alteração na CDE, Feitosa apresentou outras mudanças que poderiam reduzir o preço da conta de luz.
Isso porque há outras lei e projetos que também podem acarretar no aumento no custo da energia elétrica. Um deles é o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 365/2022, que suspende duas resoluções da Aneel sobre tarifas da transmissão de energia.
De acordo com o projeto, a metodologia de “tarifas locacionais” utilizada atualmente pelo órgão regulador deixará de ser usada, prejudicando 18 estados hoje beneficiados com barateamento na transmissão.
“Ela [a metodologia] reduziu a tarifa de 18 estados de todo o país, a maioria do Nordeste e Norte. O Rio Grande do Norte, que é o maior produtor de energia eólica do Brasil, reduziu em 40% a tarifa de transmissão”, disse.
Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto está em análise na comissão e é controverso. O autor do projeto, deputado Danilo Forte (União-CE), entende que as resoluções têm um efeito inverso, levando ao aumento dos custos de transmissão de energia em locais distantes dos grandes centros de consumo.
- LEIA TAMBÉM: JCP (Juros Sobre Capital Próprio) pode acabar em breve; entenda por que e veja onde investir para poder continuar recebendo proventos de empresas da Bolsa.
Feitosa também defendeu que a Aneel tenha poder para diminuir a taxa de remuneração a ser recebida pela distribuidora de energia quando ela for beneficiada com impostos menores.
Porém, uma resolução que permitia essa prática pela agência está suspensa devido a uma decisão judicial.
Feitosa afirmou, por fim, que todas suas sugestões precisam ser criadas por lei e poderiam reduzir de 7,5% a 14,5% as tarifas no país.
A DINHEIRISTA - 123 milhas no buraco: vendi todas as minhas milhas para eles. E agora?
Conta de luz já mais alta no Amapá
Nas últimas semanas, a Aneel autorizou um reajuste de 44,41% na conta de luz no Amapá, o que levou os senadores Randolfe Rodrigues e Lucas Barreto a pedirem a presença de Feitosa na audiência pública para prestar explicações.
O aumento foi solicitado pela distribuidora CEA Equatorial Energia, com base no contrato de concessão. Cumpridos os requisitos pela empresa, a Aneel é obrigada a autorizar, disse o diretor-geral da Aneel.
Ele alega ainda que o contrato de concessão colocava a possibilidade de revisão tarifária extraordinária e que é caro distribuir energia na região Norte por vários fatores. Entre eles, a baixa densidade demográfica e o pequeno consumo per capita.
“Então esse custo tem que ser rateado com os consumidores que pagam a conta para custear os investimentos que são feitos”, afirmou.
Com informações da Agência Senado e Estadão Conteúdo
O Brasil pode escapar dos impactos das tarifas de Trump: economista-chefe da ARX revela estratégias — e diz por que a retaliação não é uma delas
Segundo Gabriel Barros, Lula teria uma série de opções estratégicas para mitigar os efeitos negativos dessa medida sobre a economia; confira a visão do especialista
Tarifa de Trump sobre produtos do Brasil acirra guerra política: PT mira Eduardo Bolsonaro, e oposição culpa Lula e STF
Sobretaxa de 50% vira munição em Brasília; governo estuda retaliação e Eduardo, nos EUA, celebra medida como resposta ao ‘autoritarismo do STF’
Trump cortou as asinhas do Brasil? Os efeitos escondidos da tarifa de 50% chegam até as eleições de 2026
A taxação dos EUA não mexe apenas com o volume de exportações brasileiras, mas com o cenário macroeconômico e político do país
Dólar disparou, alerta de inflação acendeu: tarifa de Trump é cavalo de troia que Copom terá que enfrentar
Depois de meses de desvalorização frente ao real, o dólar voltou a subir diante dos novos riscos comerciais para o Brasil e tende a pressionar os preços novamente, revertendo o alívio anterior
Meta de inflação de 3% é plausível para o Brasil? Veja o que dizem economistas sobre os preços que não cedem no país
Com juros nas alturas e IPCA a 5,35%, o Banco Central se prepara para mais uma explicação oficial, sem a meta de 3% no horizonte próximo
Lotofácil, Quina e Dupla Sena dividem os holofotes com 8 novos milionários (e um quase)
Enquanto isso, começa a valer hoje o reajuste dos preços para as apostas na Lotofácil, na Quina, na Mega-Sena e em outras loterias da Caixa
De Lula aos representantes das indústrias: as reações à tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil
O presidente brasileiro promete acionar a lei de reciprocidade brasileira para responder à taxa extra dos EUA, que deve entrar em vigor em 1 de agosto
Tarifa de 50% de Trump contra o Brasil vem aí, derruba a bolsa, faz juros dispararem e provoca reação do governo Lula
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5%, enquanto o dólar para agosto renovou máxima a R$ 5,603, subindo mais de 2%
Não adianta criticar os juros e pedir para BC ignorar a meta, diz Galípolo: “inflação ainda incomoda bastante”
O presidente do Banco Central participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados e ressaltou que a inflação na meta é objetivo indiscutível
Lotofácil deixa duas pessoas mais próximas do primeiro milhão; Mega-Sena e Quina acumulam
Como hoje só é feriado no Estado de São Paulo, a Lotofácil, a Quina e outras loterias da Caixa terão novos sorteios hoje
Horário de verão pode voltar para evitar apagão; ONS explica o que deve acontecer agora
Déficit estrutural se aprofunda e governo pode decidir em agosto sobre retorno da medida extinta em 2019
Galípolo diz que dorme tranquilo com Selic em 15% e que o importante é perseguir a meta da inflação
Com os maiores juros desde 2026, Galípolo dispensa faixa e flores: “dificilmente vamos ganhar o torneio de Miss Simpatia no ano de 2025”
Investidores sacam R$ 38 bilhões de fundos no ano, e perdem a oportunidade de uma rentabilidade de até 35,8% em uma classe
Dados da Anbima mostram que a sangria dos multimercados continua, mas pelo menos a rentabilidade foi recuperada, superando o CDI com folga
Cury (CURY3): ações sobem na bolsa depois da prévia operacional do segundo trimestre; bancos dizem o que fazer com os papéis
Na visão do Itaú BBA, os resultados vieram neutros com algumas linhas do balanço vindo abaixo das expectativas. O BTG Pactual também não viu nada de muito extraordinário
Bolsa, dólar ou juros? A estratégia para vencer o CDI com os juros a 15% ao ano
No Touros e Ursos desta semana, Paula Moreno, sócia e co-CIO da Armor Capital, fala sobre a estratégia da casa para ter um retorno maior do que o do benchmark
Lotofácil inicia a semana com um novo milionário; Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo uma fortuna
O ganhador ou a ganhadora do concurso 3436 da Lotofácil efetuou sua aposta em uma casa lotérica nos arredores de São Luís do Maranhão
Cruzar do Atlântico ao Pacífico de trem? Brasil e China dão primeiro passo para criar a ferrovia bioceânica; entenda o projeto
O projeto pretende unir as ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul (FNS) ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru.
Primeira classe só para Haddad: Fazenda suspende gastos em 2025; confira a lista de cortes da pasta
A medida acontece em meio à dificuldade do governo de fechar as contas públicas dentro da meta fiscal estabelecida para o ano
Bolsa, bancos, Correios e INSS: o que abre e fecha no feriado de 9 de julho em São Paulo
A pausa pela Revolução Constitucionalista de 1932 não é geral; saiba como funciona a Faria Lima, os bancos e mais
Agenda econômica: IPCA, ata do Fed e as tarifas de Trump; confira o que deve mexer com os mercados nos próximos dias
Semana marcada pelo fim do prazo para as tarifas dos EUA em 9 de julho, divulgação das atas do Fed e do BoE, feriado em São Paulo e uma série de indicadores-chave para orientar os mercados no Brasil e no mundo