Adeus, dólar! (parte 3): Países dos BRICS desenvolvem criptomoedas próprias e ampliam leque de possibilidades contra moeda norte-americana; veja quais são elas
Quem levantou a lebre de que as trocas entre países deveriam acontecer sem a necessidade da moeda norte-americana foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Dando mais um pontapé na sequência de matérias sobre o eventual fim da soberania do dólar para transações internacionais (você confere aqui a parte um e aqui a parte dois), agora é a vez de falarmos especificamente das Central Bank Digital Currencies(CBDCs). Elas também são chamadas popularmente de “criptomoedas estatais”.
As CBDCs nada mais são do que a representação digital de moedas emitidas pelos bancos centrais dos países. A principal vantagem é de que se trata de um ativo tokenizado em distributed ledger technology (DLT) — nome bonito para blockchain.
Em outras palavras, é possível criar estruturas financeiras utilizando essas moedas, como contratos inteligentes (smart contracts) e novas classes de investimentos.
O debate ganhou força em dois momentos distintos. Primeiro, com o pontapé inicial dado pela exclusão da Rússia do Swift, o sistema de pagamentos internacional. Desde então, o país vem buscando alternativas para transferências transfronteiriças.
Alternativa ao dólar
Em seguida, quem levantou a lebre de que as trocas entre países deveriam acontecer sem a necessidade da moeda norte-americana foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em visita à China, ele reforçou a necessidade de uma moeda comum para trocas comerciais dos BRICS— grupo de países emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, a própria China e a África do Sul (o “S” vem do inglês South Africa).
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Apesar de os projetos de CBDCs terem nascido há algum tempo, eles ganharam destaque com os recentes anúncios feitos pela Rússia e pela China.
Tirando o dólar da jogada
Os esforços para colocar o dólar de escanteio partem principalmente da China. Afinal, o país tem ampliado sua presença econômica com a Nova Rota da Seda, um plano de financiar infraestrutura em países com baixo desenvolvimento.
A Rússia passou a usar o yuan em 70% das suas transações comerciais; já a Argentina, que passa por uma severa escassez de dólares, pretende intensificar o comércio com a China utilizando a moeda do país.
Ao mesmo tempo, a China também lançou um plano para usar o yuan digital (também chamado de e-CNY) no comércio internacional. A utilização de uma moeda baseada na tecnologia DLT abre espaço para trocas com outras CBDCs — e minar ainda mais a presença do dólar no grupo de países emergentes.
Confira a seguir os principais projetos de moedas virtuais dos países dos BRICS:
- Você conhece a “profecia do Bitcoin”? Segundo entusiastas de criptomoedas, o BTC pode substituir o sistema financeiro tradicional nos próximos anos – e as crises bancárias recentes estão fortalecendo cada vez mais essa tese. Este é o momento para comprar bitcoin? Descubra aqui.
China: yuan digital (e-CNY) é o dominante
Começando por aquela que é a principal candidata para tomar o cenário internacional nas transações virtuais, o e-CNY foi uma das primeiras CBDCs a ser anunciada no mundo por um país com uma economia estável.
Vale ressaltar aqui que foram nos países da África que surgiram as primeiras ideias de moedas virtuais emitidas por Bancos Centrais. Entretanto, isso se deve mais a uma questão de contornar crises econômicas do que propriamente para trocas internacionais.
O país já vinha fazendo testes com a moeda virtual, como aconteceu nos jogos de inverno em fevereiro do ano passado. O sucesso com essa primeira prova de fogo permitiu a China arriscar o uso ampliado do yuan digital.
Brasil: real digital (RD) é a criptomoeda brasileira
O segundo projeto de moeda digital de Banco Central é o nosso real digital (RD). A criptomoeda brasileira já está em fase de testes mais avançados — e você pode ler mais sobre como isso é revolucionário aqui.
Agora, a autoridade monetária local quer fazer os tais testes de estresse e experimentar aplicações com o RD. O BC abriu recentemente inscrições para 10 empresas fazerem provas desses usos de uma CBDC no sistema financeiro nacional.
Rússia: rublo digital x dólar
Assim como o real digital, o rublo também deve ganhar uma versão virtual em 2024. O roadmap (cronograma de lançamento, no jargão do mercado de criptomoedas) também está um pouco mais avançado do que as demais CBDCs dos outros integrantes do grupo.
Esses testes de estresse tem como parceiros os maiores bancos da Rússia para executar transações pessoa a pessoa (peer-to-peer ou P2P).
Mas existem preocupações quanto ao cronograma de lançamento do rublo digital. Em primeiro lugar, a guerra com a Ucrânia tem afetado diretamente os cofres russos, o que pode exigir um abandono do projeto para maiores testes.
Além disso, em 2024 acontecem as eleições presidenciais da Rússia. O mais cotado para assumir o cargo é o atual presidente, Vladimir Putin.
Índia: rúpia digital (e₹-R, e-INR ou e-rupee)
O país mais populoso do mundo também quer lançar a sua versão da rúpia, a rúpia digital (e₹-R, e-INR ou e-rupee, como também é conhecida).
O principal desafio enfrentado pela Índia para o lançamento da versão digital de sua moeda é justamente o tamanho da população.
Não é de hoje que a Índia é conhecida por ter uma grande presença digital. O país é o segundo maior usuário de criptomoedas do planeta, perdendo apenas para o Vietnã, de acordo com dados de junho do ano passado da Chainalysis.
Para manter o sistema seguro e funcionando para seus mais de 1,5 bilhões de habitantes, os testes de estresse do e-INR precisam avançar mais.
África: berço da civilização e das CBDCs
Como foi dito anteriormente, a África foi o berço dos primeiros projetos de CBDCs do mundo. Oficialmente, a primeira CBDC do mundo foi a Sand Dollar, das Bahamas, lançada em outubro de 2020.
Em grande escala, porém, o primeiro projeto voltado para um público amplo e de uso irrestrito aconteceu na Nigéria, em 2021, com a eNaira, versão virtual de sua moeda.
Segundo dados de 2022 do Fundo Monetário Internacional (FMI), o projeto dessa CBDC — chamado até o momento apenas de Project Khokha 2 — já está na fase piloto.
Essa é a segunda etapa antes do lançamento oficial da moeda, mas não há maiores informações sobre o andamento dos testes.
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Governo confirma 2ª edição do “Enem dos concursos” com mais de 3 mil vagas; inscrições acontecem em julho
O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) amplia oferta de vagas federais com foco em democratização, inovação e fortalecimento da máquina pública
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro
O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Pouco ou muito otimista? Ark Invest projeta bitcoin em US$ 2,4 milhões em 2030
Gestora de criptoativos projeta alta média anual de 72% do bitcoin nos próximos cinco anos.
Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA
China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.
Primeiro ETF de XRP do mundo estreia na B3 — marco reforça protagonismo do Brasil no mercado de criptomoedas
Projeto da Hashdex com administração da Genial Investimentos estreia nesta sexta-feira (25) na bolsa de valores brasileira
A marca dos US$ 100 mil voltou ao radar: bitcoin (BTC) acumula alta de mais de 10% nos últimos sete dias
Trégua momentânea na guerra comercial entre Estados Unidos e China, somada a dados positivos no setor de tecnologia, ajuda criptomoedas a recuperarem parte das perdas, mas analistas ainda recomendam cautela
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal