🔴 ONDE INVESTIR EM FEVEREIRO? CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES ACESSE GRATUITAMENTE

Volatilidade? Não, obrigado! Existe outro indicador de risco melhor

Considerada uma das principais medidas de risco adotadas pelo mercado, a volatilidade tem dois problemas práticos graves

14 de agosto de 2023
12:21 - atualizado às 12:50
instabilidade, dólar, bolsa, mercados, ibovespa, corda bamba
Imagem: shutterstock

A volatilidade é, de longe, a principal medida de risco usada no mercado financeiro.

A definição mais formal do indicador seria: a dispersão das variações diárias de um ativo em torno de sua média.

Para simplificar, eu prefiro dizer que a medida representa o quanto um ativo “balançou” ao longo do tempo.

Uma volatilidade alta significa que o ativo subiu e caiu bastante e, possivelmente, tornou uma ou duas noites de sono do investidor um pouco mais desconfortáveis – ao menos daqueles desavisados, que não sabiam onde estavam colocando o seu dinheiro.

Apesar de ser um indicador muito utilizado pelo mercado – talvez pela facilidade de seu cálculo, ou somente por sua tradicionalidade –, em nossas análises internas de fundos de investimento optamos por outra medida de risco que consideramos muito mais justa: o Ulcer Index.

Antes de apresentá-lo, porém, te mostrarei na prática os dois principais problemas da volatilidade.

Leia Também

O fundo ‘balançou’ muito... mas para qual direção?

A primeira crítica à volatilidade é muito simples: não há distinção entre retornos positivos ou negativos.

O gráfico abaixo representa a simulação de dois fundos fictícios em um determinado período:

Pela imagem, você diria que ambos os fundos possuem o mesmo risco? Eu com certeza não.

Por incrível que pareça, ambos possuem a mesma volatilidade, de 4,7%. Isso acontece por possuírem variações iguais, mas com sinais invertidos, o que não é capturado no resultado final do indicador.

É claro que se trata apenas de uma simulação, mas o uso da volatilidade pode distorcer a percepção de risco entre fundos, quando comparados exclusivamente através da análise dessa medida.

Os fins justificam os meios?

Veja o gráfico abaixo, em que cada linha representa uma série de retornos diferentes:

Gráfico

Descrição gerada automaticamente

Olhando apenas a imagem, qual deles você escolheria para investir? Note que as três, no final, chegam ao mesmo resultado.

Aqueles com perfil de risco mais conservador talvez escolheriam a linha azul, por ser visualmente mais estável.

Outros, com mais apetite a risco, não suportariam investir em um ativo que ficou tanto tempo “parado” (como o da linha azul), optando então pela linha preta.

Eu não sei sua resposta exata, mas uma coisa eu tenho certeza: você não escolheu a linha vermelha, que acumulou uma perda superior a 97% na maior parte de seu histórico.

Que volatilidade é essa?

O mais impressionante é: as três séries são os retornos diários do índice Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira, com algumas modificações.

A linha vermelha representa o índice com a ordem dos retornos diários reorganizados da mais negativa para a mais positiva. Por isso, a linha inicia com quedas bruscas e se recupera apenas no final.

A linha azul, por outro lado, é uma otimização dos retornos diários do índice para que ele sempre tenha o menor período de perda possível. De um modo geral, sempre há retornos negativos seguidos por outros positivos.

A linha preta, por fim, é o Ibovespa puro, sem alterações.

LEIA TAMBÉM: Vale a pena investir sob as orientações de um prêmio Nobel?

O caminho importa

Como as variações diárias são iguais, apenas com a ordem modificada, a volatilidade dos três, no fim, é a mesma.

Assim, caso você tivesse apenas a informação da volatilidade e do retorno de cada um – que são iguais –, poderia acabar colocando o seu dinheiro em uma estratégia inadequada para o seu perfil de risco – e, convenhamos, a maioria já teria resgatado o investimento na linha vermelha bem antes de sua recuperação.

Podemos pensar em uma série de motivos para não querer que um fundo possua um período de perda (drawdown) muito relevante – o valor para que uma queda seja considerada “grande” de fato ainda é uma incógnita, mas já fizemos estudos que sugerem algo superior a 40%.

Um gestor amador pode, por exemplo, se arriscar demais em posições controversas para tentar se recuperar de uma perda profunda. Nesse caso, os cotistas também seriam afetados, possivelmente migrando seus recursos para outras alternativas de investimento e prejudicando a saúde financeira da gestora.

As consequências são muitas, mas a principal mensagem aqui é: o caminho importa.

VEJA TAMBÉM — Pensão alimentícia: valor estabelecido é injusto! O que preciso para provar isso na justiça? Veja em A Dinheirista

Ulcer Index: corrigindo os problemas da volatilidade

Consideramos o Ulcer Index como uma medida mais apropriada para a análise de fundos justamente por endereçar os dois problemas ilustrados para a volatilidade.

Sua função matemática é a seguinte:

Repare que a medida leva em consideração apenas os períodos em que o fundo esteve com um desempenho negativo, retirando o uso da “volatilidade boa” – em que o fundo teve retornos positivos – do cálculo de risco.

Além disso, é feito ainda um ajuste para considerar apenas as perdas abaixo do benchmark (índice de referência) do fundo. Afinal, um fundo que caiu menos que seu benchmark em um determinado período deveria receber algum reconhecimento, não é mesmo?

Outro fator interessante é que as perdas são elevadas ao quadrado. Com isso, o cálculo penaliza os fundos que possuem períodos de queda mais intensos – importante ressaltar que, quanto maior o Ulcer Index, mais arriscado é o fundo.

No exemplo anterior das versões do índice Ibovespa, o Ulcer Index capturou com precisão o risco de cada linha, como visto abaixo:

A volatilidade é muito utilizada principalmente por fazer parte da composição do Índice Sharpe, o indicador de eficiência (relação entre retorno e risco) mais utilizado pelo mercado.

Nossas críticas à volatilidade, consequentemente, afetam o Sharpe, que também possui um substituto melhor dentro de nossas análises. Talvez eu o traga aqui em uma próxima ocasião.

Um grande abraço,

Pedro Claudino

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
COM A PALAVRA, O CEO

‘Pé no chão’: Bradesco (BBDC4) está conservador para 2025 — mas CEO revela o que poderia levar à revisão positiva do guidance

7 de fevereiro de 2025 - 15:02

Segundo Marcelo Noronha, uma das estratégias do banco foi focar no crescimento maior em linhas de menor risco — que geram menos margens, mas são garantidas para o banco

REAÇÃO AO RESULTADO

O balanço do Bradesco (BBDC4) não agradou? Por que as ações caem mesmo após o lucro de R$ 19,6 bilhões do bancão em 2024

7 de fevereiro de 2025 - 14:52

Para analistas, o resultado do 4T24 foi neutro, em uma combinação de lucratividade e rentabilidade dentro do esperado e de um aumento nas despesas

MERCADOS HOJE

Dólar nas mínimas do dia: o dado de emprego dos EUA que derrubou a moeda norte-americana aqui e lá fora

7 de fevereiro de 2025 - 12:13

As bolsas tanto aqui como lá fora reagiram pouco ao payroll, que trouxe dados mistos sobre a saúde do mercado de trabalho norte-americano em janeiro; saibam como ficam os juros na maior economia do mundo após esses relatórios

EM BUSCA DE GRANA

Renda fixa da Embraer (EMBR3): empresa emite US$ 650 milhões em títulos de dívida no exterior; veja os detalhes e o objetivo

7 de fevereiro de 2025 - 11:10

Oferta será liquidada no dia 11 de fevereiro; entenda os detalhes e o motivo da operação

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tabuada na bolsa: Ibovespa reage ao balanço do Bradesco enquanto investidores aguardam payroll nos EUA

7 de fevereiro de 2025 - 8:17

Participantes do mercado olham para o payroll em busca de sinais em relação aos próximos passos do Fed

SEXTOU COM O RUY

A queda da Nvidia: por que empresas fantásticas nem sempre são os melhores investimentos

7 de fevereiro de 2025 - 6:08

Por mais maravilhosa que seja uma empresa — é o caso da Nvidia —, e por mais que você acredite no potencial de longo prazo dela, pagar caro demais reduz drasticamente as chances de você ter um bom retorno

O CÉU ABRIU

Ação da Azul (AZUL4) arremete e surge entre as maiores altas do Ibovespa; governo dá prazo para fusão com a Gol (GOLL4)

6 de fevereiro de 2025 - 18:51

Mais cedo, o ministro de Porto e Aeroporto, Silvio Costa Filho, falou sobre os próximos passos do acordo entre as companhias aéreas

INVESTINDO NO SETOR IMOBILIÁRIO

Uma notícia boa e uma ruim na construção civil: Santander traça panorama para 2025 e elege mais uma queridinha do setor

6 de fevereiro de 2025 - 18:01

Apesar de estar menos otimista com o segmento este ano, o banco ainda enxerga algumas oportunidades em determinadas companhias

MINERADORAS EM ALTA

Ação da Vale (VALE3) volta a ser cotada acima de R$ 55. O que ajuda a mineradora a subir hoje — e não é só o minério de ferro

6 de fevereiro de 2025 - 17:13

O movimento positivo embala todo o setor de metais e também ajuda a dar tração ao Ibovespa na reta final do pregão desta quinta-feira (6)

DO INFERNO AO CÉU

Ação da Raízen (RAIZ4) salta 10% após protagonizar maiores quedas do Ibovespa hoje; o que está por trás da reviravolta?

6 de fevereiro de 2025 - 16:24

Os investidores reagem às expectativas de que a produtora de etanol dê novos passos em busca da redução do endividamento em meio à pressão incessante dos juros elevados

INVESTIMENTO COM CAUTELA

É hora de investir em educação? BTG escolhe 2 ações para se expor ao setor, mas faz alerta sobre 2025

6 de fevereiro de 2025 - 15:37

Os analistas do banco dizem o que esperar dos balanços do quarto trimestre de 2024 e dizem como será este ano para as principais empresas do segmento

DESTAQUES (NEGATIVOS) DA BOLSA

Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) lideram quedas do Ibovespa. O que está por trás das perdas das ações?

6 de fevereiro de 2025 - 13:19

Na ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira aparece a Azul; entenda o que faz os papéis da companhia aérea decolarem nesta quinta-feira (6), depois das perdas da véspera

O CÉU ABRIU

Ação da Azul (AZUL4) arremete e surge entre as maiores altas do Ibovespa; governo dá prazo para fusão com a Gol (GOLL4)

6 de fevereiro de 2025 - 12:52

Mais cedo, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, falou sobre os próximos passos do acordo entre as companhias aéreas

RECORDE ATRÁS DE RECORDE

Subiu demais? Ações da Embraer (EMBR3) caem mesmo após novo recorde histórico na carteira de pedidos do 4T24 

6 de fevereiro de 2025 - 11:37

A fabricante brasileira de aeronaves atingiu uma carteira de pedidos total de US$ 26,3 bilhões no 4T24. Trata-se do maior volume registrado na história da companhia.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma renda nem tão fixa assim: Ibovespa reage a balanços enquanto investidores monitoram Trump e decisão de juros na Inglaterra

6 de fevereiro de 2025 - 8:16

Itaú reporta lucro líquido maior do que se esperava e anuncia dividendos extraordinários e recompra de ações multibilionária

SILVIO SANTOS AVISOU…

Vale mais do que dinheiro: demanda por ouro bate recorde em um ano e investimentos explodem

5 de fevereiro de 2025 - 14:35

Os preços mais elevados do metal precioso, no entanto, têm afetado em cheio do mercado de joias, que deve continuar em baixa em 2025

REAÇÃO AO BALANÇO

Santander (SANB11) tem fome de rentabilidade, mas ROE de 20% não virá em 2025, diz CEO; ações saltam na B3 

5 de fevereiro de 2025 - 13:36

Para Mário Leão, 2024 foi o “ano da consolidação da transformação” do banco — mas os próximos meses pedirão cautela, especialmente em meio à volatilidade do cenário macroeconômico

NEGÓCIO HISTÓRICO

Embraer fecha maior acordo da história, no valor de até US$ 7 bilhões, com empresa dos EUA; EMBR3 lidera altas do Ibovespa

5 de fevereiro de 2025 - 8:58

A Embraer Executive Jets anunciou um contrato de compra com a empresa de aviação privada americana Flexjet para uma frota de jatos executivos e um pacote de serviços

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um (dilema) Tostines na bolsa: Ibovespa reage a balanços e produção industrial em dia de aversão ao risco lá fora

5 de fevereiro de 2025 - 8:08

Santander Brasil é o primeiro bancão a divulgar balanço do quarto trimestre de 2024; Itaú publica resultado depois do fechamento

RESULTADO DO BANCÃO

Santander Brasil (SANB11) tem lucro de R$ 13,8 bilhões em 2024; resultado do 4T24 fica acima das projeções

5 de fevereiro de 2025 - 6:50

Um dos destaques do resultado foi a rentabilidade. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) encerrou o trimestre na marca de 17,6%

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar