Por que você precisa investir em ações hoje: quatro lições resumidas que aprendi com este livro
Hoje foi a vez de um convidado especial, Cássio Guerra, escrever o texto, a pedido dos fundadores do Market Makers

O ano de 2023 certamente não tem sido fácil para o investidor de ações.
Muitas teses, que geralmente têm uma forte correlação entre si - seja porque são empresas de um mesmo setor ou porque são sensíveis à taxa de juros -, estão andando em direções opostas.
Quem está ganhando dinheiro na bolsa neste ano teve que olhar muito o micro das empresas para se esquivar das cascas de banana e das narrativas de mercado.
Um bom exemplo disso ocorreu justamente no setor de varejo de moda.
C&A ou Lojas Renner? Uma reviravolta no varejo
As ações da Lojas Renner - historicamente a queridinha do setor - acumulam uma queda de 30% no ano.
Enquanto as ações da C&A - até pouco tempo atrás o patinho feio do setor - chamam a atenção com uma alta de 229%.
Quem tivesse ‘shorteado’ Lojas Renner e com o dinheiro comprado C&A após a divulgação de resultados do 4º trimestre de 2022, teria feito incríveis 298% de retorno até o fechamento do pregão de ontem:
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora

Para explicar o que aconteceu, vamos voltar para o início de 2023.
Após a crise envolvendo o balanço das Lojas Americanas em janeiro, cujos credores eram os grandes bancos brasileiros, a concessão de crédito secou e as varejistas sofreram bastante.
Já machucadas pelo elevado patamar de juros, as empresas sofriam para financiar seu capital de giro ou pagar suas dívidas.
O que, por sua vez, aumentava o risco dessas empresas virem a mercado captar dinheiro via ofertas de ações - diluindo a base de acionistas - ou mesmo entrarem com pedido de recuperação judicial.
Muitos investidores - inclusive nós - enxergávamos que num cenário como este, se tivesse que ter exposição a alguma empresa do setor, era necessário que ela tivesse um balanço saudável capaz de atravessar a crise.
E Lojas Renner se encontrava entre essas empresas: com bastante caixa e pouca dívida.
A Renner, inclusive, poderia ganhar participação de mercado da sua concorrente C&A, cujo balanço não era tão saudável.
Mas não foi isso o que aconteceu: a C&A entregou resultados surpreendentemente bons, enquanto a Renner decepcionou.
- LEIA TAMBÉM: Como a C&A (CEAB3) venceu a Lojas Renner (LREN3) na disputa das varejistas de moda mesmo dando prejuízo no 3T23
Como o 'patinho feio' do varejo de moda surpreendeu
O ponto de inflexão de C&A foi a divulgação dos resultados do 4T22, no dia 1 de março de 2023.
Naquela data, as ações estavam sendo negociadas a R$ 1,94, abaixo do preço do início do ano.
Quem comprou naquela data viu as ações subirem 280%, multiplicando o capital investido em quase 4x.

Aquele resultado realmente surpreendeu.
Em um trimestre afetado por Copa do Mundo, eleições - dois fatores que reduziram o fluxo nas lojas - e condições climáticas desfavoráveis, a C&A conseguiu expandir sua receita e lucratividade, com ganhos de margens.
Os destaques do balanço
Além disso, se preparando para um cenário macro mais desafiador em 2023, a companhia priorizou sua geração de caixa, diminuindo o ritmo de abertura de lojas e otimizando seu capital de giro.
Com margens em expansão e disciplina financeira, a C&A entregou um fluxo de caixa livre (caixa gerado nas operações - investimentos) de R$ 761 milhões, reduzindo sua alavancagem para 0,9x a relação dívida líquida/Ebitda.
Naquela mesma data a empresa tinha um valor de mercado de R$ 598 milhões.
Ou seja, em apenas um trimestre ela foi capaz de gerar o equivalente a 127% do seu valor de mercado em caixa, depois dos investimentos.
Vale notar que R$ 500 milhões deste caixa vieram da dinâmica de capital de giro, mas ainda assim a assimetria naquele momento chamava a atenção de quem acompanhava a empresa de perto.
Vale dizer que a C&A já foi a maior empresa de vestuário brasileira antes de perder a liderança para a Renner, em 2015.
O período que se estendeu entre 2014-2018 foi marcado por zero abertura de lojas.
Colunista convidado: Cássio Guerra, sócio administrador da Guerra & Guerra Soluções Agrícolas e investidor pessoa física
Nas últimas semanas eu consegui realizar um desejo pessoal de conhecer os quatro fundadores do Market Makers, do qual sou fã e acompanho praticamente todos os conteúdos.
Primeiro, conheci o Salomão e o Renato na noite de autógrafos do livro SEM MEDO DE INVESTIR EM AÇÕES (assunto do qual falaremos nesta newsletter) e já garanti um bela dedicatória de cada um deles.
Na semana seguinte foi a vez de visitar o escritório onde fica o Market Makers, na Faria Lima, e conhecer o Josué e o Matheus. Foi uma experiência única, e de quebra eu pude acompanhar a gravação do episódio 69, que foi ao ar na quinta-feira, dia 02/11.
Nessa visita contei ao Salomão que já estava bem adiantado na leitura do livro. E ele me pediu para compartilhar os meus aprendizados.
Montei então um texto com algumas das incontáveis lições tiradas do livro, e enviei para ele. O que mais me surpreendeu, foi a devolutiva dele, me pedindo permissão para publicar o texto nesta Newsletter, para que os outros dois leitores também tivessem acesso.
Para mim, tudo isso que aconteceu nas últimas semanas é inacreditável. E é com grande orgulho e felicidade que compartilho com vocês um pouco do que aprendi com “O MANUAL PARA MULTIPLICAR SEU DINHEIRO NA BOLSA DE VALORES”:
1. “Se você vive no planeta Terra, dentro de um sistema chamado capitalismo, precisa guardar dinheiro para o futuro”
Todo mundo que guarda dinheiro para se aposentar, leia-se manter seu padrão financeiro mesmo sem trabalhar, deveria fazer isso através do mercado de ações.
Porém, no Brasil, apenas 40% da população (aproximadamente 80 milhões de pessoas) conseguem guardar dinheiro e investir. Desses apenas 5 milhões de pessoas, têm um pouco de suas economias investidas em ações.
A título de comparação, nos EUA são 60% da população (aproximadamente 200 milhões de pessoas) que investe parte de suas economias em ações. Esse “gap” faz com que o trabalho do Salomão e do Renatão seja tão importante para a população brasileira, ainda mais da forma descontraída e descomplicada com a qual eles o fazem.
Como exemplo trago aqui um dos 10 mandamentos que o leitor poderá encontrar no livro: “Não tente acertar os dois lados da salsicha – só um grupo de pessoas consegue comprar uma ação exatamente na mínima e vender na máxima: os mentirosos.”
2. “Se você não é um gênio da tecnologia, não vai criar algo como o Google. Também é provável que...nunca compre máquinas e tecnologia para tirar petróleo da terra...não se torne dono de uma grande rede varejista... A boa notícia é que, mesmo assim, você pode participar do lucro de todos esses negócios”
No livro os autores defendem a ideia de que se você não tem vocação e disposição para investir suas economias em um negócio empreendedor, você não precisa se preocupar, pois eles vão te ensinar a dar os primeiros passos no mundo dos investimentos, e ainda, através disso, alcançar o sucesso no mundo dos negócios.
Eles abordam os vieses comportamentais que tanto afetam a performance dos investidores. E ensinam como você deve se comportar diante de cada situação do mercado.
E guiam seus primeiros passos com muitas analogias com o mundo dos esportes, o que torna tudo mais leve para te encorajar no início.
3. “Em 1969, o paulistano Antônio Luiz Seabra tinha apenas um Fusca branco como patrimônio. Naquele mesmo ano, vendeu o carro para se tornar sócio, com 30% de participação, do laboratório de cosméticos onde trabalhava...Aquele empreendimento foi o embrião da Natura...”
Ao longo do livro os autores trazem exemplos de ótimas empresas, gigantes com seus faturamentos bilionários, e líderes em seus segmentos.
Entretanto comprar essas empresas não é garantia de lucro nos investimentos. Eles abordam a questão do preço, colocando-o como uma janela de oportunidade.
Se você pagar caro por ações de uma excelente empresa, pode não sair satisfeito com seus resultados, ou ainda ver seus papéis derreterem trazendo prejuízos, que por sua vez, podem fazer você querer desistir do “jogo”.
Além disso, eles ensinam a diferença entre preço e valor, e que a diferença entre esses dois podem gerar grandes oportunidades na bolsa.
E falam da importância de investir em ações com visão no longo prazo, comprando ações desvalorizadas e segurando-as na carteira até que o preço suba e encontre seu verdadeiro valor.
4. “Delegar a decisão de investir em ações para gestores de fundos é, em certos contextos, uma opção acertada, em nossa opinião"
Se depois de tudo isso, você ainda não se sente preparado, ou disposto, a investir por conta própria, saiba que você não está sozinho.
Os autores afirmam que não há demérito algum em delegar para gestores extremamente competentes, e suas equipes engajadas, a gestão do seu portfólio.
Mas não se iluda. Tudo o que você deveria fazer para escolher suas próprias empresas, você terá que fazer para escolher as equipes (fundos) que farão a gestão do seu patrimônio.
E não se esqueça da diversificação e rebalanceamento da carteira, que são tão importantes numa carteira de fundos de investimentos quanto o são em uma carteira de ações. É claro que existem algumas diferenças e características especiais ao montar uma carteira de fundos.
Além disso, os leitores deste livro vão se deparar com um capítulo para aprender sobre investimentos no exterior, e coisas mais sofisticadas como mercado de opções, aluguel de ações, lançamento coberto e venda a descoberto (short). Mas vocês não querem que eu entregue tudo de mão beijada aqui, certo?!
Portanto deixo aqui o meu convite para que, assim como eu, vocês adquiram o livro e separem papel e caneta para encontrar essas lições e muitas outras que estão espalhadas em uma leitura gostosa, sem os jargões e a sopa de letrinhas do mercado. E não deixem de responder esse email com as suas lições extraídas do livro.
Abraços!
Cássio Guerra,
Fã e ouvinte do Market Makers e um dos três leitores da CompoundLetter
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Quase metade dos apostadores de bets também são investidores — eles querem fazer dinheiro rápido ou levar uma bolada de uma vez
8ª edição do Raio-X do Investidor, da Anbima, mostra que investidores que diversificam suas aplicações também gostam de apostar em bets
14% de juros é pouco: brasileiro considera retorno com investimentos baixo; a ironia é que a poupança segue como preferência
8ª edição do Raio-X do Investidor da Anbima mostra que brasileiros investem por segurança financeira, mas mesmo aqueles que diversificam suas aplicações veem o retorno como insatisfatório
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Mesmo investimentos isentos de Imposto de Renda não escapam da Receita: veja por que eles precisam estar na sua declaração
Mesmo isentos de imposto, aplicações como poupança, LCI e dividendos precisam ser informadas à Receita; veja como declarar corretamente e evite cair na malha fina com a ajuda de um guia prático
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Quanto e onde investir para receber uma renda extra de R$ 2.500 por mês? Veja simulação
Simulador gratuito disponibilizado pela EQI calcula o valor necessário para investir e sugere a alocação ideal para o seu perfil investidor; veja como usar
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Tem offshore? Veja como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa jurídica no IR 2025
Regras de tributação de empresas constituídas para investir no exterior mudaram no fim de 2023 e novidades entram totalmente em vigor no IR 2025
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
A coruja do Duolingo na B3: aplicativo de idiomas terá BDRs na bolsa brasileira
O programa permitirá que investidores brasileiros possam investir em ações do grupo sem precisar de conta no exterior
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados