🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 2T25 VAI COMEÇAR: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA

O mercado voltou a acreditar em Mark Zuckerberg e na Netflix. Mas a recuperação das ações de tecnologia é sustentável?

Neste momento, existe um enorme contraste entre os resultados de empresas como a Meta e Netflix e a performance das ações

23 de fevereiro de 2023
6:08 - atualizado às 16:23
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, dona do Facebook
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, dona do Facebook - Imagem: Envato e Shutterstock

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Enquanto escrevo essas linhas, os principais índices de ações americanos ensaiam uma correção, depois de terem começado 2023 eufóricos.

O índice Nasdaq — associado às grandes empresas de tecnologia — chegou a subir 15% em seu ponto mais alto em 2023. 

Dentro do índice, nomes específicos (muitos dos quais já retratados nesta coluna), tiveram performances ainda mais notáveis.

De seu ponto mais baixo, alcançado em junho de 2022, as ações da Netflix mais do que dobraram; outros nomes como Meta, Nvidia e AMD também saltaram entre 50% e 70% dos seus pontos mais baixos.

Neste momento, existe um enorme contraste entre os resultados dessas empresas e a performance das suas ações.

Na coluna de hoje, vamos discutir esses dois vetores e o que esperar deles nos próximos meses.

Leia Também

Meta: os resultados estão piorando, e daí?

No geral, tenho encontrado um mix de resultados fracos e guidances (projeções) abaixo do esperado pelo mercado em praticamente todas as empresas de tecnologia.

A Meta — dona do Facebook, Instagram e Whatsapp — é um bom exemplo.

A receita da empresa de Mark Zuckerberg encolheu 4% em relação ao 4T21. 

A divisão "reality labs", que compila as iniciativas da companhia relacionadas ao metaverso, somou US$ 727 milhões em receitas, uma queda de 17% na comparação anual e um prejuízo operacional de US$ 4,2 bilhões.

Por fim, a margem líquida da Meta foi de 14,5%, metade da apresentada no final de 2021.

Para o futuro, os executivos da Meta seguiram com um guidance conservador e alertaram o mercado que os próximos trimestres ainda terão margens pressionadas e crescimento baixo.

Mesmo assim, as ações subiram 23% em resposta aos números.

O mercado se apegou à promessa de Mark Zuckerberg de que a Meta irá desacelerar o ritmo de investimentos e ser mais racional com os custos. 

Em resumo, Mark prometeu ouvir os investidores.

Netflix: reprise que agradou

Dinâmica parecida aconteceu nos resultados da Netflix; apesar da reaceleração no números de novos usuários, a Netflix segue crescendo muito pouco (um dígito baixo) e com um perfil de rentabilidade incompatível com seu valuation atual. 

Neste momento, o NFLX vale 50x o fluxo de caixa esperado para 2023.

Além de um valuation caro, há muitas dúvidas sobre a capacidade da empresa em crescer essa geração de caixa de maneira sustentável.

Novamente, os investidores abraçaram a promessa dos executivos que tornaria esse sonho possível: eles prometeram que o nível de gastos com conteúdo seguirá estável nos próximos anos em termos nominais.

Ou seja, todo o crescimento de receita que a empresa conseguir, mesmo que seja baixo, será muito acretivo para a geração de caixa.

Nas demais empresas de tecnologia, promessas similares a estas se acumulam.

Depois de anos de crescimento a qualquer custo, os executivos e fundadores têm prometido focar em rentabilidade e utilizado os layoffs como uma forma de mostrar aos investidores que estão falando sério em seus compromissos.

O rali que vimos neste começo de 2023 está totalmente ancorado nessas promessas

Nas conversas com pessoas do setor, noto que o clima ainda é muito diferente do visto em tempos de bull market.

Se os layoffs são importantes para garantir a saúde financeira da empresa, dá para notar o quanto eles impactam a moral da organização, pelo menos no curto prazo.

No segmento "enterprise", de vendas de softwares para grandes empresas, todos os fornecedores de tecnologia têm sido abordados por seus clientes com e-mails do tipo "precisamos reduzir a fatura, ou cancelar". 

Mesmo entre as empresas mais respeitadas do mercado pela qualidade de seus produtos e sua velocidade de inovação, a mesma dinâmica impera.

Apesar de ser menos conhecida do público geral, a Datadog (Nasdaq: DDOG) é uma das empresas mais queridas de desenvolvedores do mundo todo.

Na semana passada, ao divulgar seus resultados, a empresa disse que espera crescer 20% neste ano, o que é mais de 40 pontos percentuais a menos que em 2022. 

Na série Investidor Internacional — que é o carro-chefe da Empiricus para investimentos no exterior —, estamos "shorts" (ou seja, com uma posição vendida a descoberto) nas ações desta empresa.

Em geral, os mercados de softwares e infraestrutura em nuvem, historicamente marcados por crescimento rápido, estão em clara desaceleração. Esse ritmo, imagino, irá perdurar ao longo de 2023.

Neste momento, vejo duas exceções no segmento de tecnologia: semicondutores e serviços.

As exceções que confirmam a regra

Na semana passada, após a divulgação dos números de inflação nos EUA, comecei a receber uma série de gráficos como esse, abaixo:

Os preços de bens duráveis, alimentos e energia estão todos em queda, mas o segmento de serviços está segurando a inflação. 

Essa dinâmica tem aparecido nos resultados de empresas de tecnologia com exposição ao setor de serviços.

O Airbnb, por exemplo, apresentou um resultado espetacular na semana passada, seguido de uma valorização de 13% da sua ação. Dinâmica parecida aconteceu com as ações da TripAdvisor.

O setor de OTAs, ou "agências de viagem online" em português, um dos que me parece ainda ter uma boa avenida de crescimento a surfar em 2023, com possível impacto positivo nas ações do setor.

Outro setor onde a recuperação das ações deve muito em breve ser ancorada por resultados melhores é o de semicondutores.

Escrevendo sobre Intel na semana passada, comentei o quanto o segmento de PCs sofreu, com vendas caindo mais de 40% nos últimos trimestres.

Na metade de 2023, a base de comparação dessas empresas será de resultados horrorosos vistos em 2022.

As manchetes serão de crescimento, graças a essa base de comparação fraca. E, se você acompanha o mercado há algum tempo, sabe que os investidores adoram bases de comparação deprimidas.

Na carteira do Investidor Internacional, selecionei duas boas oportunidades neste setor. Vale a pena conhecer.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Do coice à diplomacia: Trump esmurra com 50% e manda negociar

15 de julho de 2025 - 7:23

Para além do impacto econômico direto, a nova investida protecionista de Trump impulsiona um intrincado jogo político com desdobramentos domésticos e eleitorais decisivos para o Brasil

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Carta pela moderação (e cinco ações para comprar agora)

14 de julho de 2025 - 20:00

Com todos cansados de um antagonismo que tem como vitoriosos apenas os populistas de plantão, a moderação não poderia emergir como resposta?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Para quem perdeu a hora, a 2ª chamada das debêntures da Petrobras, e o que mexe com os mercados hoje

14 de julho de 2025 - 8:24

Futuros de Wall Street operam em queda com guerra tarifária e à espera de dados da inflação ao consumidor (CPI) e balanços trimestrais de gigantes como JPMorgan e Citigroup

VISÃO 360°

A corrida da IA levará à compra (ou quebra) de jornais e editoras?

13 de julho de 2025 - 8:00

A chegada da IA coloca em xeque o modelo de buscas na internet, dominado pelo Google, e, por tabela, a dinâmica de distribuição de conteúdo online

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anatomia de um tiro no pé: Ibovespa busca reação após tarifas de Trump

11 de julho de 2025 - 8:14

Em dia de agenda fraca, investidores monitoram reação do Brasil e de outros países ao tarifaço norte-americano

SEXTOU COM O RUY

O tarifaço contra o Brasil não impediu essas duas ações de subir, e deixa claro a importância da diversificação

11 de julho de 2025 - 6:03

Enquanto muitas ações do Ibovespa derretiam com as ameaças de Donald Trump, um setor andou na direção oposta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trump na sala de aula: Ibovespa reage a tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil

10 de julho de 2025 - 8:29

Tarifas de Trump como o Brasil vieram muito mais altas do que se esperava, pressionando ações, dólar e juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Nem cinco minutos guardados

9 de julho de 2025 - 19:55

Se um corte justificado da Selic alimentar as chances de Lula ser reeleito, qual será o rumo da Bolsa brasileira?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando a esmola é demais: Ibovespa busca recuperação em meio a feriado e ameaças de Trump

9 de julho de 2025 - 8:37

Investidores também monitoram negociações sobre IOF e audiência com Galípolo na Câmara

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sem avalanche: Ibovespa repercute varejo e Galípolo depois de ceder à verborragia de Trump

8 de julho de 2025 - 8:11

Investidores seguem atentos a Donald Trump em meio às incertezas relacionadas à guerra comercial

Insights Assimétricos

Comércio global no escuro: o novo capítulo da novela tarifária de Trump

8 de julho de 2025 - 6:07

Estamos novamente às portas de mais um capítulo imprevisível da diplomacia de Trump, marcada por ameaças de última hora e recuos

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap

7 de julho de 2025 - 20:00

Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa

7 de julho de 2025 - 8:14

Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados

4 de julho de 2025 - 8:26

O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano

SEXTOU COM O RUY

A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo

4 de julho de 2025 - 7:08

Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Ditados, superstições e preceitos da Rua

3 de julho de 2025 - 19:55

Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas

3 de julho de 2025 - 8:28

Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea

2 de julho de 2025 - 20:00

Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

2 de julho de 2025 - 8:29

Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano

1 de julho de 2025 - 8:13

Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar