Já não era sem tempo! O Copom vai começar finalmente o ciclo de corte de juros
Condições internas e externas contribuem para a estabilidade dos preços domésticos e permitem que a Selic comece a cair no Brasil, beneficiando investimentos em ações e juros de longo prazo
Os investidores estão atentos à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que tem início hoje e terá sua conclusão anunciada após o fechamento do mercado amanhã, quarta-feira (2). A grande expectativa está em torno da decisão sobre o corte na taxa de juros.
A curva de juros aponta para uma maior probabilidade de um corte de 50 pontos-base, enquanto as instituições financeiras esperam um corte de 25 pontos.
Como temos discutido, um corte de 25 pontos seria coerente com a postura mais cautelosa que o Copom tem adotado nos últimos meses, de acordo com o que foi destacado em seus comunicados.
Em contrapartida, se o corte for de 50 pontos, poderá sinalizar a possibilidade de uma continuidade no mesmo ritmo para o próximo encontro, em setembro, evitando que o mercado interprete de forma agressiva o ciclo (por exemplo, esperando um corte de 75 pontos).
Cautela e caldo de galinha no Banco Central
Ao mesmo tempo, vale lembrar que o comitê enfatizou em junho a necessidade de prudência e cautela na condução da política monetária diante da conjuntura econômica, em linha com o que foi indicado pelas agências de rating recentemente.
Nesse contexto, o processo de desinflação em curso, com seu impacto nas expectativas de inflação, poderia gerar a confiança necessária para iniciar um processo cauteloso de inflexão nesta semana.
Leia Também
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Em outras palavras, a comunicação desde a última reunião deixou a porta aberta para o início do ciclo de flexibilização, ainda que de forma gradual, já que os dados recentes de inflação têm mostrado uma dinâmica mais favorável.
A queda dos juros vai começar!
Independentemente se o corte será de 25 ou 50 pontos, espera-se que o ciclo de flexibilização monetária finalmente se inicie.
- [Guia gratuito] Veja onde investir no 2º semestre, segundo os especialistas consultados pelo Seu Dinheiro. Baixe o material completo aqui.
A estreia de Gabriel Galípolo no Copom
Além disso, a reunião marcará a estreia de Gabriel Galípolo no colegiado.
É desejável que ele e Roberto Campos Neto votem alinhados, para evitar ruídos e impactos negativos no mercado financeiro.
Esse alinhamento sinalizaria pragmatismo e solidez no trabalho técnico do Banco Central.
Em outras palavras, a forma como os dois votos se alinharão, considerando que Galípolo é visto como uma espécie de sucessor espiritual de Campos Neto, pode ser tão relevante quanto o próprio corte de juros para as expectativas de inflação, o mercado e a curva do DI.
VEJA TAMBÉM — “Sofri um golpe no Tinder e perdi R$ 15 mil”: como recuperar o dinheiro? Veja o novo episódio de A Dinheirista!
Outros países latino-americanos já estão derrubando os juros
Em relação aos nossos pares latino-americanos, alguns países já iniciaram a redução das taxas de juros.
O Chile, por exemplo, cortou a taxa em 100 pontos-base, para 10,25% ao ano, dando início a um ciclo de flexibilização monetária mais intenso do que o esperado.
Eles foram os primeiros a adotar esse movimento de relaxamento monetário na América Latina.
Queda dos juros é tendência internacional
Internacionalmente, observamos que estamos chegando ao fim dos ciclos de aperto monetário das autoridades monetárias.
Nos EUA, por exemplo, o Fed optou por elevar a taxa em 25 pontos-base, para a faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, em uma decisão unânime em sua reunião de julho, como amplamente previsto.
O comunicado após a decisão teve apenas pequenas alterações.
No entanto, a avaliação das próximas etapas da política monetária foi modificada, com a redação mencionando que o comitê continuaria avaliando informações adicionais, sugerindo um tom ligeiramente mais suave na margem.
A inflação vai ficar dentro da meta?
Essa evolução no cenário refletiu nas expectativas do mercado, conforme indicado pelo Focus.
O IPCA foi revisado para baixo em 2023 e 2024 e agora o mercado praticamente espera que a inflação deste ano fique dentro da meta, com a taxa final da Selic em 2024 e 2025 também sofrendo um corte de 25 pontos.
Assim, o cenário inflacionário continua evoluindo favoravelmente, e os resultados recentes confirmam a melhora na dinâmica da inflação.
Fonte: BCB.
O IPCA-15 de julho surpreendeu ao registrar uma deflação de 0,07% na comparação mensal, ficando abaixo das expectativas do mercado.
Esse resultado foi impulsionado principalmente pelo arrefecimento da inflação de serviços e pela deflação em bens industriais.
Essa quebra mais favorável do que a prevista reafirma um cenário de inflação benéfica para alimentos e bens industriais, além de indicar uma inflação relativamente disseminada e um resfriamento na margem na inflação de serviços.
Em particular, a média dos núcleos apresentou uma forte desaceleração para 0,09% no mês (em parte devido a fatores temporários), sendo essa a menor leitura desde 2020.
Esse resultado abaixo do esperado no IPCA-15, juntamente com a evolução das pesquisas de preços no atacado e no varejo de alimentos e combustíveis, levou a cortes em nossas projeções para os meses de julho e agosto.
Leia também
- O dragão virou lagartixa? Por que a frustração com o PIB da China preocupa o mercado
- Onde investir: Novo semestre começa com oportunidade sob medida para os ativos brasileiros
- Como sobreviver ao Banco Central: novas informações sobre juros e inflação desafiam investidores
Pressão inflacionária diminuiu consideravelmente
Olhando para o futuro, o alívio das restrições na cadeia de valor global, aliado a preços mais baixos de commodities e à valorização do real, tem mantido as condições externas favoráveis para os preços domésticos, apesar do recente aumento nos preços do petróleo.
Fonte: Institute of International Finance.
Observando os rastreadores do Institute of International Finance, fica claro que a pressão inflacionária no Brasil diminuiu significativamente nos últimos meses, o que abre caminho para o início do processo de flexibilização da política monetária.
Além disso, a decisão positiva em relação à meta de inflação, mantendo-a em 3% sem alterar a faixa de tolerância, trouxe mais clareza e alívio após meses de incerteza em torno do assunto.
Com base na comunicação de junho do Copom, na redução dos riscos domésticos e na evolução do cenário externo, juntamente com os indicadores favoráveis da inflação corrente, espero que o ciclo de flexibilização comece já nesta quarta-feira.
Sim, há possibilidade de um corte de 50 pontos na Selic, embora o meu cenário base ainda seja de um corte de 25 pontos. A decisão deve impulsionar mais os ativos brasileiros, com o Ibovespa se mantendo acima de 120 mil pontos após o IPCA-15.
O contexto é favorável para posições em juros de longo prazo e ações, que tendem a apresentar um bom desempenho ao longo do segundo semestre.
As perspectivas são positivas para a economia brasileira, com a flexibilização da política monetária contribuindo para estimular o crescimento e a recuperação econômica parcial.
- Tudo indica que estamos muito perto do bull market brasileiro – e você pode aproveitar para buscar lucros que há anos não eram possíveis. Confira a carteira de melhores ações para comprar agora e ter a chance de fazer o seu patrimônio crescer, segundo os analistas da Empiricus Research. Acesse gratuitamente aqui.
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.