🔴 ONDE INVESTIR 2º SEMESTRE – QUAIS AS RECOMENDAÇÕES PARA CRIPTOMOEDAS E FUNDOS IMOBILIÁRIOS? ASSISTA AQUI

Hora do “risk-on” no Brasil: nosso processo de alocação e por que aumentamos o risco nas carteiras dos fundos

Conheça os bastidores da série Melhores Fundos e o processo de investimento que levou ao aumento tático de risco nas carteiras multiestratégia de fundos sugeridas

17 de julho de 2023
8:37 - atualizado às 17:21
lucro carteira de ação ações oportunidades de uma vida risco e retorno ações btg bbas3 banco do brasil vale vale3
Imagem: Adobe Stock

Desde o mês passado, o mercado tem acompanhado movimentos importantes dos investidores no sentido de uma maior exposição ao risco (“risk-on”, no financês). Nós, da equipe Os Melhores Fundos de Investimento da Empiricus, compartilhamos desse movimento no processo de alocação tática de nossas carteiras de fundos tradicionais e de previdência, o Melhores Fundos e a SuperPrevidência.

Para entrar nos detalhes dessa visão mais construtiva com os ativos locais, permita-me uma breve introdução sobre o funcionamento do nosso processo de investimento para os portfólios de fundos sugeridos.

A “gestão ativa” por trás da gestão ativa

Se você já nos acompanha há mais tempo, seja aqui no Linha D’Água ou na série Melhores Fundos, provavelmente já está familiarizado com o processo de investimento de nossa equipe.

Desde abril de 2020, bem perto do auge de incertezas nos mercados naquele início de pandemia da Covid-19, inauguramos a atual política de investimentos de todas as carteiras multiestratégia da série, aquelas que inspiram os FoFs Melhores Fundos (local), SuperPrevidência (previdência) e Melhores Fundos Global (global).

Nosso processo, emprestado dos maiores private banks e gestores de patrimônio do mundo, separa uma carteira bem diversificada em três decisões completamente independentes entre si.

A primeira delas é a decisão da alocação estratégica das carteiras. Trata-se definição de pesos neutros de longo prazo para cada classe de ativos. Neste primeiro momento, não importam a direção do mercado nos próximos meses ou em que fundos investir, apenas qual deve ser o mais provável prêmio de risco de cada classe acima do CDI nos próximos três a cinco anos.

Leia Também

A segunda está relacionada à alocação tática, ou seja, a definição dos pesos táticos de curto e médio prazo para cada classe acima. Aqui, o cenário importa e a decisão é de aumentar ou reduzir a exposição a alguma classe, em uma escala que vai de -2 a +2 (mais pessimista até mais otimista) em relação ao seu ponto neutro (justamente o peso definido para a alocação estratégica). 

Por fim, para preencher a composição de cada uma das classes entra a seleção de fundos, etapa em que incluímos os melhores gestores, estratégias e estilos de gestão em cada uma delas, com o objetivo principal de entregar um retorno acima do benchmark de cada classe de maneira diversificada.

“Virada de mão”: o que levou ao recente aumento de risco nas carteiras

Em 20 de junho do mês passado, os assinantes da série Melhores Fundos receberam o relatório acima, em que fizemos mudanças na alocação tática das carteiras Melhores Fundos e SuperPrevidência, aumentando a exposição em crédito privado de “under” -1 (subalocada) para o neutro e a exposição em ações do neutro para “over” +1 (sobrealocada).

Veja como ficou a alocação tática da carteira Melhores Fundos após as alterações (a SuperPrevidência, apesar de ter algumas diferenças em classes e fundos investidos, possui essencialmente a mesma alocação tática abaixo, de acordo nossas convicções de curto prazo):

Gráfico

Descrição gerada automaticamente

Basicamente, três fatores principais fundamentaram nossa decisão:

1) Proximidade do início do ciclo de corte de juros

A queda da inflação com consistência e a aprovação de pautas importantes para a economia e para o cenário fiscal levaram a uma sinalização pelo Copom (Comitê de Política Monetária) de um provável corte de 0,25 ponto percentual (ou 25 pontos-base, como falam os financistas) nos juros para a reunião de agosto. 

Tanto a queda dos juros quanto o próprio início do ciclo podem melhorar a situação financeira das empresas, reduzindo o custo de capital, aumentando sua capacidade de tomar crédito e melhorando a análise do valor de mercado (valuation) das empresas e, claro, de sua ação.

2) Valuation atrativo para os ativos de crédito e Bolsa

Na indústria de crédito, desde o evento Americanas, o spread médio dos ativos de crédito privado subiu mais de 100 bps (pontos-base), saindo de aproximadamente CDI + 1,7% ao ano para o nível máximo de CDI + 2,9% ao ano em março deste ano. 

Atualmente, esse nível permanece em 2,7%, como demonstrado no gráfico do Idex-CDI da JGP a seguir, o que representa um ótimo carrego em ativos de qualidade e cria espaço para ganhos com o fechamento dos spreads à frente.

Gráfico, Gráfico de linhas

Descrição gerada automaticamente

Fonte: Idex-CDI Geral, JGP

Na Bolsa, o gráfico de P/E (do inglês, preço sobre lucro) do Ibovespa, após retirar a influência de Petrobras e Vale do indicador – dada a exposição de quase 30% somente a essas duas empresas de setores voláteis, distorcendo a representatividade do índice em relação ao mercado brasileiro –, mostra um dos menores patamares históricos dos últimos 18 anos:

Gráfico, Gráfico de linhas

Descrição gerada automaticamente

Fonte: BTG Pactual

O mesmo se aplica para o índice de small caps:

Gráfico, Gráfico de linhas

Descrição gerada automaticamente

Fonte: BTG Pactual

Com oportunidades atrativas nas empresas e considerando um cenário econômico e fiscal favorável, além do próprio re-rating do Brasil pelo S&P – a agência aprimorou recentemente a classificação do risco-país do Brasil para BB- –, as perspectivas se tornam cada vez mais positivas para uma retomada do mercado.

3) Redução no fluxo de resgates em fundos

No gráfico a seguir, monitoramos o fluxo de aplicações menos resgates de 330 fundos de crédito da indústria que somam R$ 688 bilhões, desde o início do ano (que sucederam a fraude contábil nas Americanas e a situação financeira delicada da Light):

Gráfico, Gráfico de linhas

Descrição gerada automaticamente

A mensagem é clara: os resgates foram concentrados nos fundos com liquidez em D+0 ou D+1 e a recuperação acontece continuamente desde abril, com investidores ficando mais sensíveis ao retorno de curto prazo, observando vários fundos de crédito voltarem a entregar retornos acima do CDI.

Acreditamos que esse fluxo está bem próximo de se tornar novamente positivo para a indústria, com mais aplicações do que resgates e isso deve normalizar as taxas de mercado.

Para a renda variável, com a Selic a 13,75% ao ano, a pessoa física ainda deve levar um tempo para voltar a aportar mais dinheiro em ações e, talvez, só volte a fazê-lo quando o mercado andar ainda mais e o “fomo” (medo de ficar de fora, do inglês “fear of missing out”) bater à porta do investidor.

Por enquanto, apesar de os resgates em fundos multimercados e de ações persistirem, acreditamos que o investidor local continuará a aumentar sua abandonada alocação em bolsa à medida que nos aproximamos do início do ciclo de corte de juros e, se os ventos internacionais forem positivos, uma pequena parcela do portfólio gringo pode mexer significativamente nos preços dos das ações brasileiras.

“Follow the money”: o sentimento dos maiores gestores de multimercados

No Linha D’Água de março comentamos sobre nossa pesquisa mensal com mais de 40 gestoras de multimercados da indústria que, juntas, somam mais de R$ 160 bilhões em patrimônio. Ela tem sido um importante termômetro de sentimento para diferentes indicadores, no Brasil e lá fora, em nosso acompanhamento.

Na semana passada divulgamos os resultados da pesquisa de julho, que indicaram a manutenção do viés construtivo para o Brasil pelos principais tomadores de decisão, diante dos fatores mencionados nesta coluna.

Para o cenário americano, entretanto, permaneceu o viés pessimista, considerando a economia americana ainda resiliente e as incertezas quanto aos próximos passos da política monetária.

Confira a seguir o heatmap (mapa de calor) consolidado de todas as informações mais importantes da pesquisa. No gráfico, a cor verde representa um maior otimismo (tratando-se de cenário) e um viés comprado (tratando-se de posicionamento). Já a cor vermelha, representa o inverso. Para as posições em juros e inflação, o verde indica um viés aplicado, enquanto o vermelho, tomado.

Linha do tempo

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Todo mês, aproveitamos ainda para trazer questões às casas sobre o tema mais relevante para o momento. Neste mês questionamos sobre as perspectivas para o início do próximo ciclo de corte de juros, assim como a taxa terminal ao final do ciclo:

Gráfico, Gráfico de barras, Gráfico de cascata

Descrição gerada automaticamente
Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

No primeiro gráfico, fica evidente a expectativa de queda para a próxima reunião do Copom de agosto, provavelmente de 25 bps.

É interessante notar, entretanto, como as respostas divergiram para a taxa terminal – ou seja, o patamar mais baixo que os juros devem atingir durante esse ciclo –, variando principalmente entre 9% e 10,25%, sendo que alguns ainda acreditam em níveis abaixo de 9%.

De todo modo, o Brasil parece caminhar para um ambiente de céus mais claros e as perspectivas econômicas trazem otimismo (ou, como preferem alguns, “reduzem o pessimismo”) para o curto e médio prazo.

Entretanto, apesar de flertarmos com os extremos (tanto para cima quanto para baixo), sempre há uma persistência da economia brasileira em seu retorno à mediocridade (no sentido de voltar à “média”).

Resta acompanharmos de perto para aproveitarmos as oportunidades nos momentos certos.

Um abraço,

Alê Alvarenga

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
Insights Assimétricos

Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado

1 de julho de 2025 - 6:03

Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano

30 de junho de 2025 - 19:50

O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si

30 de junho de 2025 - 8:03

Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco

TRILHAS DE CARREIRA

Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada

29 de junho de 2025 - 7:59

De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE

27 de junho de 2025 - 8:09

Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF

SEXTOU COM O RUY

Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações

27 de junho de 2025 - 6:01

A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA

26 de junho de 2025 - 8:20

Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança

25 de junho de 2025 - 19:58

Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA

25 de junho de 2025 - 8:11

Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell

24 de junho de 2025 - 7:58

Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar

24 de junho de 2025 - 6:15

Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Precisamos (re)conversar sobre Méliuz (CASH3)

23 de junho de 2025 - 14:30

Depois de ter queimado a largada quase literalmente, Méliuz pode vir a ser uma opção, sobretudo àqueles interessados em uma alternativa para se expor a criptomoedas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Nem todo mundo em pânico: Ibovespa busca recuperação em meio a reação morna dos investidores a ataque dos EUA ao Irã

23 de junho de 2025 - 8:18

Por ordem de Trump, EUA bombardearam instalações nucleares do Irã na passagem do sábado para o domingo

DÉCIMO ANDAR

É tempo de festa junina para os FIIs

22 de junho de 2025 - 8:00

Alguns elementos clássicos das festas juninas se encaixam perfeitamente na dinâmica dos FIIs, com paralelos divertidos (e úteis) entre as brincadeiras e a realidade do mercado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tambores da guerra: Ibovespa volta do feriado repercutindo alta dos juros e temores de que Trump ordene ataques ao Irã

20 de junho de 2025 - 8:23

Enquanto Trump avalia a possibilidade de envolver diretamente os EUA na guerra, investidores reagem à alta da taxa de juros a 15% ao ano no Brasil

SEXTOU COM O RUY

Conflito entre Israel e Irã abre oportunidade para mais dividendos da Petrobras (PETR4) — e ainda dá tempo de pegar carona nos ganhos

20 de junho de 2025 - 6:03

É claro que a alta do petróleo é positiva para a Petrobras, afinal isso implica em aumento das receitas. Mas há um outro detalhe ainda mais importante nesse movimento recente. 

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não foi por falta de aviso: Copom encontra um sótão para subir os juros, mas repercussão no Ibovespa fica para amanhã

19 de junho de 2025 - 9:29

Investidores terão um dia inteiro para digerir as decisões de juros da Super Quarta devido a feriados que mantêm as bolsas fechadas no Brasil e nos Estados Unidos

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: São tudo pequenas coisas de 25 bps, e tudo deve passar

18 de junho de 2025 - 14:40

Vimos um build up da Selic terminal para 15,00%, de modo que a aposta em manutenção na reunião de hoje virou zebra (!). E aí, qual é a Selic de equilíbrio para o contexto atual? E qual deveria ser?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Olhando para cima: Ibovespa busca recuperação, mas Trump e Super Quarta limitam o fôlego

18 de junho de 2025 - 8:22

Enquanto Copom e Fed preparam nova decisão de juros, Trump cogita envolver os EUA diretamente na guerra

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do alçapão ao sótão: Ibovespa repercute andamento da guerra aérea entre Israel e Irã e disputa sobre o IOF

17 de junho de 2025 - 8:24

Um dia depois de subir 1,49%, Ibovespa se prepara para queimar a gordura depois de Trump abandonar antecipadamente o G-7

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar