O ChatGPT pode acabar com a indústria do cinema? Por que uma parte de Hollywood decidiu declarar guerra à inteligência artificial
Eu mesmo pensava que a criatividade era uma característica humana irreplicável, mas os algoritmos de inteligência artificial provaram que essa hipótese era falsa
Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Um dos temas mais recorrentes neste espaço tem sido os avanços da inteligência artificial.
Do fascínio ao medo, nas últimas semanas tivemos, nos EUA, o primeiro protesto organizado de uma classe de trabalhadores reivindicando, entre outras coisas, um arcabouço de regras robusto para que seus postos não sejam eliminados pela inteligência artificial.
Diferente do que você possa imaginar, os trabalhadores em questão são altamente qualificados e bem remunerados: são diretores, produtores e escritores que trabalham com cinema, televisão e streaming.
Parte de Hollywood está em guerra com a inteligência artificial.
Por que Hollywood tema a inteligência artificial?
A resposta para essa pergunta começa pelas mudanças que a indústria tem passado nos últimos anos.
Em geral, mesmo com vários grandes hits, as séries roteirizadas e os filmes tem perdido cada vez espaço nas telas dos consumidores do mundo inteiro.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Por exemplo, de acordo com algumas pesquisas, hoje os americanos gastam cerca de 45% do seu tempo de televisão assistindo ao Youtube, contra 30% há apenas 2 anos.
Se uma mudança como essa já não fosse grande o suficiente para chacoalhar a indústria, ela agora se preocupa com a inteligência artificial.
Como?
Recentemente, eu li uma entrevista com Joe Russo (um dos diretores de "Vingadores") e Donald Mustard, Diretor Criativo da Epic Games, a empresa que desenvolve a engine Unreal, uma das principais ferramentas de criação de ambientes virtuais utilizada em jogos e filmes.
Na conversa, eles veicularam algumas possibilidades.
Por exemplo, à medida que os modelos de linguagem (como o ChatGPT) se tornam mais poderosos e personalizados (mais adequados às suas demandas, da mesma maneira que sua página inicial do Netflix) e a capacidade de renderizar ambientes digitais em tempo real se tornar abundante, podemos pensar em coisas do tipo:
Você poderia chegar em casa e pedir para o seu assistente virtual (a Alexa, por exemplo), para criar um filme para você.
"Alexa, crie um filme pós-apocalíptico em que eu estou perdido no mundo de "The Last of Us" e me torno um dos principais antagonistas da história".
Em tempo real, um algoritmo como o ChatGPT é capaz de criar a história, enquanto outros fazem a "produção" e você assiste a um show inteiramente desenvolvido por AI.
Essa possibilidade foi discutida por eles nessa entrevista, e claro, ela deveria assustar todos os que trabalham com a produção de conteúdo.
VEJA TAMBÉM - Bancos americanos quebrando... e o bitcoin subindo. O ouro digital vai voltar a brilhar?
O mesmo pode acontecer com a indústria de games
Da mesma forma que um filme pode ser criado em tempo real, por que games com ambientações complexas e várias histórias simultâneas não podem ter seu enredo alterado conforme as decisões dos jogadores?
Apesar de jogos como esse já existirem, todo o processo pelo qual as escolhas impactam a história é previamente roteirizado.
Ou seja, você até escolhe um caminho, mas opções disponíveis são tão somente aquelas criadas pelos desenvolvedores do game.
Com o desenvolvimento de aplicações de inteligência artificial, essa dinâmica pode mudar, da mesma maneira que eu descrevi acima com a indústria cinematográfica.
Elementos "aleatórios" podem ser adicionados às decisões de personagens chaves do game, de modo que eles se comportem diferente a depender do estilo de cada jogador.
É possível pensar num futuro em que eu e você joguemos o mesmo game, e tenhamos experiências absolutamente diferentes, praticamente irreconhecíveis.
- LEIA TAMBÉM: A inteligência é artificial, mas a estupidez é humana. As ações-meme que dispararam com a onda do ChatGPT
Mas esse futuro da inteligência artificial ainda é distópico, certo?
Sim, um futuro como esse não é algo para amanhã.
Mas, se o protesto em massa da indústria do cinema sugere algo, é que esse futuro está cada vez mais próximo.
Eu mesmo pensava que criatividade era uma característica humana irreplicável, mas já os primeiros algoritmos de AI que chegaram ao mercado provaram que essa hipótese era falsa.
Algoritmos como o ChatGPT são criativos, pois ele decodifica a criatividade tão somente como um processo matemático.
Um algoritmo como o ChatGPT trabalha como uma espécie de "auto complete". A próxima palavra é sempre uma dentre algumas possíveis que maximizam o sentido da frase que o algoritmo está compondo.
Agora, se entre as opções disponíveis, o algoritmo for treinado para escolher a menos provável das respostas possíveis?
Neste caso, você tem uma resposta improvável. E o improvável, muitas vezes, é algo criativo, não esperado.
Por enquanto, essa criatividade trabalha a nosso favor: o ChatGPT é uma assistente e potencializa o seu trabalho criativo.
A indústria do cinema americano acredita que essa relação simbiótica se transformará numa relação predatória.
Se isso vai acontecer, não é possível saber neste momento. Para os leitores que não têm dificuldade com o inglês, há uma excelente leitura disponível neste link, detalhando a greve, os motivos e suas implicações.
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi