Gigantes da internet já estão demitindo por causa da inteligência artificial? Veja o que quase passou despercebido na melhor temporada de balanços das Big Techs em 2023
Apesar dos números positivos, nenhuma das Big Techs viu suas ações subirem de maneira espetacular após os resultados do 3T23
Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. É temporada de resultados e dessa vez eu decidi fazer diferente: ao invés de passar pelas minúcias dos resultados das Big Techs, hoje eu vou escrever sobre alguns pontos curiosos que passaram despercebidos pela maior parte dos investidores.
Esta coluna é muito mais um compilado de curiosidades para o seu almoço de domingo do que uma análise mais detalhada da performance das Big Techs no 3T23.
Começando por um assunto geral: será que as Big Techs já estão demitindo pessoas por conta da inteligência artificial?
Haja eficiência
Uma métrica simples que eu gosto de acompanhar é a receita total por funcionário das companhias que analiso.
Nos últimos dois anos, com as demissões em massa nas empresas de tecnologia que você acompanha nos jornais, não é de surpreender que essa métrica esteja em alta no setor (a receita tem crescido e o número de funcionários ou tem diminuído, ou crescido muito pouco).
O que me leva aos resultados do Google…
Se voltarmos desde 2009, o número de funcionários do Google cresce em torno de 10% ao ano. No ano passado, o Google fez alguns layoffs, mas seguiu contratando.
Leia Também
No 2T23, por exemplo, o número de funcionários encolheu 9 mil assentos se comparado ao 1T23, mas ainda crescia 4,5% na comparação com 2022.
Agora, neste último resultado, é a primeira vez que eu, como analista, pude acompanhar uma redução no quadro de funcionários do Google: o número total encolheu mais ou menos 2%, totalizando 182 mil funcionários.
Esse dado me chamou atenção pois o trimestre do Google foi de aceleração de receitas! Tanto o mecanismo de buscas quanto o Youtube voltaram a crescer mais de dois dígitos…
Ou seja, o Google está conseguindo fazer mais com menos…
Essa é uma curiosidade. Sabe qual é a outra?
Bom, o Google não está sozinho…
Na Amazon é a mesma coisa
Na AWS, a divisão de infraestrutura em nuvem da Amazon, apesar de as receitas terem crescido 12% na comparação anual (um patamar baixo se comparado aos últimos anos), a margem operacional se recuperou 6 pontos percentuais, totalizando 30%.
Na teleconferência de resultados, ao ser questionado pelos analistas de onde veio tanta melhora de margem, num trimestre onde o crescimento não foi tão inspirador, o CFO da Amazon respondeu:
"Sobretudo ganhamos alavancagem em nossos custos com pessoas".
Em outras palavras: menos funcionários foram necessários na AWS para se obter o mesmo resultado.
A Microsoft só reporta esse dado uma vez por ano (no fechamento), mas em 2023 a receita cresceu 7% e o número de funcionários quase não cresceu.
Eu garanto que você não verá nenhum executivo de grande empresa comemorando abertamente esse fato, mas não deixa de ser curioso que as empresas que estão liderando a revolução da inteligência artificial estejam, ao mesmo tempo, realizando este feito com cada vez menos funcionários.
ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIs, BDRs, CRIPTOMOEDAS - VEJA INDICAÇÕES GRATUITAS
Meta está fazendo muito dinheiro com o WhatsApp
Desde o início, a aquisição do WhatsApp foi muito contestada por investidores do Meta, que não viam uma maneira óbvia de monetizar o produto sem ferir sua principal proposta de valor: oferecer uma plataforma segura (criptografada) e gratuita.
Entre as várias tentativas do Meta em criar produtos via WhatsApp está o "click to message", que são anúncios tanto no Facebook quanto no Instagram que convidam o usuário a se engajar com a marca ou empresa via WhatsApp.
No 3T23, o Meta reportou que mais de 600 milhões de conversas aconteceram em média, diariamente, entre pessoas e empresas via WhatsApp pelo mundo.
Esse produto é ainda mais interessante em países em desenvolvimento, onde a mão de obra tende a ser mais barata (justificando grandes equipes de vendas via WhatsApp).
Na Índia (que é o maior mercado do WhatsApp no mundo), por exemplo, +60% das pessoas que usam o aplicativo já interagiram com contas corporativas.
O resultado do WhatsApp é reportado dentro de uma linha de outros negócios, que é também a que mais cresce no Meta (+53%) na comparação anual, com o crescimento vindo sobretudo do sucesso do WhatsApp.
Outras duas curiosidades dos resultados do Meta:
- O Threads encerrou o 3T23 com 100 milhões de usuários ativos mensalmente. O número é bem razoável, especialmente se considerarmos que o hype inicial em torno do produto já ficou para trás.
- O óculos do Meta em parceria com a Ray Ban (mais detalhes neste link), é um sucesso comercial tão grande que as filas de espera chegam a mais de 2 meses no site oficial.
Sentimento geral: compra no boato, realiza no fato
Nenhuma das Big Techs viu suas ações subirem de maneira espetacular após os resultados.
Isso deixa uma sensação estranha no ar, mas que parece ser muito mais um produto da excelente performance das ações no ano, que uma resposta específica aos números.
Se você me perguntar, direi sem hesitar que este foi o melhor trimestre das Big Techs em 2023.
Microsoft mostrou que, ao menos nesses primeiros dias, está colhendo mais frutos que os concorrentes na revolução da inteligência artificial, com Azure crescendo muito mais em termos relativos que a AWS e o Google Cloud.
Já o Google deu uma amostra nítida ao mercado que os efeitos da política de privacidade da Apple foram enfim superados, especialmente com o Youtube crescendo 12% na comparação anual. Esse excelente dado foi obscurecido pelo trimestre fraco no Google Cloud.
Na minha visão, o resultado líquido é muito mais positivo que negativo.
Já o Meta teve um trimestre espetacular, com crescimento acima de 20%, geração de caixa dobrando na comparação anual e as perdas no reality labs estáveis.
A Amazon também trouxe números excelentes, especialmente em termos de custos, com muita alavancagem operacional nos custos do e-commerce, o que, na minha opinião, será o fator mais importante para essa história de investimentos nos próximos anos.
- Uma das big techs entrou na carteira de BDRs de novembro da Empiricus Research. Quer descobrir qual e ainda acessar outras 4 recomendações internacionais para investir agora? Baixe o relatório GRATUITO aqui.
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos