O sucesso de Barbie e Oppenheimer abre oportunidade no mercado de ações. Veja como se posicionar na B3
Com uma promoção bem feita, os cinemas lotaram nas últimas semanas, e isso é uma boa notícia para as ações e fundos imobiliários de shoppings

Além de todo o contexto envolvendo a taxa de juros, um dos assuntos mais comentados do mês de junho foi a estreia dos filmes Barbie e Oppenheimer nas telonas. Com uma promoção bem feita pelos americanos, as salas dos cinemas lotaram nas últimas semanas, lembrando a época pré-pandemia.
Pensando em como capitalizar em cima do movimento, nossas atenções se voltaram novamente para os shopping centers.
Não tem como reclamar da performance do setor no ano. Em média, os principais fundos imobiliários (FIIs) de shoppings acumulam retorno de mais de 20% no ano, considerando a variação das cotas e os rendimentos distribuídos.
Especialmente no primeiro trimestre, indicadores como vendas dos lojistas, aluguel nas mesmas lojas e resultado operacional líquido (NOI) saltaram de forma significativa.
Todo esse desempenho foi sustentado por um aumento de demanda e uma estabilização dos níveis de ocupação.
- LEIA MAIS: O bull market da bolsa brasileira pode ser destravado com a queda da Selic? Veja 11 recomendações que podem multiplicar o seu patrimônio em até 5x nos próximos 36 meses
Shoppings ainda abaixo da pandemia
Vale citar que, apesar da normalização, o fluxo de pessoas ainda está 20% inferior ao mesmo período de 2019 — a atratividade do cinema com o sucesso de Barbie e Oppenheimer certamente reduziu esse gap em julho.
Leia Também
17 X 0 na bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje, com disputa entre Israel e Irã no radar
Sexta-feira, 13: Israel ataca Irã e, no Brasil, mercado digere o pacote do governo federal
De acordo com os resultados trimestrais das empresas listadas, as vendas totais de julho superaram as estimativas.
Na Iguatemi (IGTI11), o fluxo de veículos encerrou o mês 7,4% acima do mesmo período do ano anterior, a maior variação mensal sobre 2022 até agora. É o fenômeno "Barbenheimer" fazendo efeito.
O setor tem me chamado atenção nas últimas semanas, tendo vista a sólida performance operacional, aliada à histórica sensibilidade dos ativos em relação à curva de juros. Isto é, os FIIs e ações de shoppings são inversamente correlacionados ao juro longo.
Além do valuation via fluxo de caixa descontado (DCF), nossa decisão também se baseia nos principais indicadores do setor e na análise relativa entre os pares.
Conforme ilustrado acima, incluímos as empresas listadas em nosso acompanhamento, tendo em vista a relevância no setor.
Importante citar que há uma diferença significativa na análise das categorias, em função das diferentes estruturas e regras tributárias. Portanto, métricas como FFO Yield e valor do portfólio por metro quadrado (R$/m2) devem ser ajustadas.
Entre os destaques do panorama acima, encontramos níveis de FFO Yield e Cap rate atrativos, acima das respectivas médias históricas em alguns casos.
Um FII que tem chamado a atenção é o XP Malls (XPML11), recentemente citado nesta coluna. Além do valuation atrativo, a cota do fundo estava "estacionada" nos últimos intervalos e nos últimos dias trouxe bons resultados.
No caso das empresas, as ações de shoppings tiveram performance inferior à média nas janelas mais recentes. Na minha visão, esse movimento é justificado pelo perfil imediatista do mercado de ações, com investidores preocupados com as vendas no varejo e com a deflação de curto prazo.
Os resultados de Multiplan (MULT3) e Iguatemi (IGTI11) na última semana demonstram que essa preocupação pode representar uma oportunidade.
Em resumo, os principais pontos de atratividade para os shopping centers são:
- Pela sensibilidade histórica da indústria, shoppings são veículos interessantes para capturar valor em momentos de ciclo de queda de juros;
- Os indicadores de retorno (FFO Yield, Cap rates e entre outros) ainda apresentam "gorduras" interessantes;
- Com o provável ciclo de queda de juros e o apreciamento das cotas, os fundos e empresas terão a oportunidade de aprimorar sua estrutura de capital no médio prazo, o que reduz o risco de endividamento das teses;
- Com a normalização das operações (ocupação e inadimplência, por exemplo), há maior previsibilidade no fluxo de receitas dos ativos a partir deste ano;
- Provável retomada das operações de M&A no setor.
A preferência entre as ações: Iguatemi (IGTI11)
Sigo com uma perspectiva favorável para shopping centers no que diz respeito ao ganho de capital, com recomendação de compra para as ações de Iguatemi (IGTI11).
Os leitores mais antigos devem se lembrar que as ações já foram citadas nesta coluna. O papel segue descontado em níveis históricos e no âmbito relativo com seu principal par (MULT3).
- ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE: o Seu Dinheiro consultou uma série de especialistas do mercado financeiro e preparou um guia completo para te ajudar a montar uma carteira de investimentos estratégica para a segunda “pernada” de 2023. Baixe aqui gratuitamente.
Na última terça-feira (1), a companhia divulgou sólidos resultados operacionais do segundo trimestre, evidenciando uma performance acima da média para o setor.
O indicador vendas nas mesmas lojas (SSS) dos shoppings da Iguatemi registrou alta de 6,5% na comparação anual, com destaque para os segmentos de serviços, entretenimento (+12%) e alimentação (+9%). Diante do portfólio premium, o aluguel nas mesmas lojas (SSR) foi de 10,5%, cerca de 7,1 p.p. acima do IGP-M.
Ao final, o FFO (Fluxo de caixas operacional) foi de R$ 128,9 milhões, aumento de 52,3% na comparação anual e ganho de 9,9 p.p. de margem (41,9%).
Com a boa performance operacional, a Iguatemi encerrou o trimestre com um múltiplo Dívida líquida/Ebitda de 2,36x, nível ligeiramente abaixo dos últimos períodos. Vale citar a economia no custo da dívida, tendo em vista a liquidação da debênture mais cara da companhia em maio.
Em geral, aprovamos os números da companhia, que estão alinhados ao guidance divulgado no início do ano. Para o segundo semestre, no qual há uma base comparativa mais exigente, possivelmente veremos um aprimoramento das margens da empresa.
Negociando 12 vezes FFO para 2024, entendo que a ação de IGTI11 se encontra em um patamar interessante para compra.
Um abraço,
Caio
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”
Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil
Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas
Rodolfo Amstalden: A parábola dos talentos financeiros é uma anomalia de volatilidade
As anomalias de volatilidade não são necessariamente comuns e nem eternas, pois o mercado é (quase) eficiente; mas existem em janelas temporais relevantes, e podem fazer você ganhar uma boa grana