Mudança de humor no mercado de FIIs: com fundos de tijolo entre os favoritos, um deles se destaca
Recente descompressão de risco no mercado interno desencadeou valorização dos ativos de risco locais e mexeu com os FIIs

Uma das notícias mais relevantes de junho foi o processo de sucessão da administração do Soros Fund Management, fundo que comanda o império da família Soros.
Com 92 anos, o megainvestidor George Soros finalmente vai pendurar as chuteiras e passar o bastão para um de seus filhos. Trata-se de uma fortuna avaliada em US$ 25 bilhões.
Retirando as questões políticas da mesa, uma das maiores virtudes de Soros quando se trata de investimentos é a sua capacidade de tomar decisões rapidamente, especialmente em situações de risco.
Isto é, em momentos em que o cenário econômico mudou drasticamente, Soros nunca teve pudor em alterar sua composição de ativos. Isso lhe promoveu uma geração de alpha considerável e menores perdas ao longo dos anos.
Por que estou falando de George Soros
De certa forma, a mudança de humor dos investidores locais me lembrou um pouco de George Soros.
Conforme apresentado na mais recente Pesquisa com Gestores de FIIs (2S23) da Empiricus Research, o otimismo tomou conta das casas nos últimos seis meses.
Leia Também
Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell
Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar
Tendo em vista as mudanças na conjuntura doméstica, muitos gestores que assumiram posturas neutras ou pessimistas no início do ano passaram a operar com mais confiança nos ativos brasileiros.
Mudanças no cenário local
Olhando para os ativos de risco locais, uma boa parcela já apresentou valorização significativa no ano, influenciada por beta drivers, isto é, uma descompressão de risco no mercado interno. Em seis meses, o Ibovespa e o Ifix subiram quase 10%.
Antes de dar sequência à agenda positiva, é importante citar que ainda temos um longo caminho nessa frente no que diz respeito a avanços estruturais no âmbito político-econômico.
As discussões envolvendo a Reforma Tributária devem se intensificar neste segundo semestre, com possíveis reflexos negativos em alguns setores – inclusive no mercado imobiliário.
Necessitando de recursos para cumprir com os objetivos fiscais, algumas disfuncionalidades tributárias devem acabar. Resta saber se haverá respaldo do Legislativo para esse tipo de mudança.
Além disso, a inflação será um ponto de atenção nas próximas semanas, pois irá orientar as próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Já é esperada uma redução de 25 pontos-base para o encontro de agosto, porém, a postura hawkish do Banco Central indica que a luta contra o aumento dos preços ainda não está encerrada.
Em nossa avaliação, a recente decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) e a trajetória de curtíssimo prazo da inflação (talvez, deflação) abrem espaço para quedas maiores nos juros, o que deve proporcionar vantagens para ativos de risco.
Como isso afeta os FIIs
Não à toa, os segmentos de shopping e logística (tijolos) assumiram a ponta do ranking de grau de confiança dos gestores na última pesquisa.
Somado a isso, caso tenhamos a concretização de um cenário otimista, as perspectivas envolvendo a performance operacional dos fundos tende a melhorar também.
Acompanhado de um incremento de liquidez, os FIIs poderão ampliar seus portfólios com novos ativos e aprimorar sua estrutura de capital.
Um princípio deste contexto já foi iniciado com as recentes emissões no mercado de tijolos. Recentemente, o XP Malls (XPML11), alcançou a capacidade máxima de subscrição (R$ 375 milhões).
Aliado a outros movimentos da gestão, esta conjuntura tende a ser favorável para a tese de investimento. Diante dessa oportunidade, entendo que seja apropriado para a recomendação do mês.
XP Malls (XPML11) volta ao radar de quem investe em FIIs
O XP Malls (XPML11) é um fundo de shopping centers com um portfólio bastante diversificado entre 16 ativos em 7 diferentes estados, totalizando uma área bruta locável (ABL) de 151 mil metros quadrados.
O fundo possui shoppings destinados a diferentes classes sociais, com maior representatividade de empreendimentos voltados para os públicos de alta renda, como é o caso do Shopping Cidade Jardim e do Catarina Outlet, ambos administrados pela JHSF.
Esse tipo de consumidor consegue manter o seu poder de compra ao longo do tempo e atravessa crises de forma menos sensível, o que se traduz em resiliência para tais imóveis.
Acompanhando o movimento de consolidação do setor, o fundo tem realizado movimentações interessantes em seu portfólio, incluindo aquisições e expansões de área.
Para cumprir com a sua agenda de M&As, o fundo concluiu no último mês a sua 8ª emissão de cotas, no qual captou R$ 375 milhões (montante alvo mais lote adicional).
VEJA A DINHEIRISTA - Taxada na Shein: “Meu reembolso está mais de um mês atrasado. E agora? Irmão golpista coloca pais no Serasa
O bom resultado da oferta traz uma sinalização positiva quanto ao apetite do mercado por FIIs de tijolo diante das perspectivas de fechamento da curva de juros.
Em meio as suas movimentações, destacamos a ampliação da sua participação nos shoppings Cidade Jardim e Shopping da Bahia, dois dos melhores ativos da carteira, com cap rates interessantes de 9% e 7,8%, respectivamente.
Em termos operacionais, seu portfólio se encontra com uma taxa de ocupação próxima de 95%, em linha com a média do mercado.
Cabe citar que o indicador se manteve estável mesmo ao longo da crise sanitária, refletindo a sua alta qualidade e a boa gestão comercial da equipe do fundo.
A ampliação da sua participação em ativos de qualidade, juntamente com a expansão de ABL de tais empreendimentos, contribuem para um aprimoramento geral no perfil do portfólio, o que deve resultar em um incremento nas receitas do fundo.
Riscos potenciais
No passivo, o XPML11 conta com R$ 679 milhões em dívidas, que resulta em um loan to value (LTV) de 23,4%, patamar que julgamos confortável para o segmento.
Vale citar que parte dos recursos levantados na oferta serão direcionados à liquidação de uma parcela dos CRIs como forma de melhorar a estrutura de capital do fundo.
No modelo de fluxo de caixa estimamos um upside de aproximadamente 11% para o último preço de fechamento, aliado à distribuição de rendimentos em torno de 8,6% nos próximos 12 meses. Caso a curva de juros continue em trajetória de queda, prevejo uma captura de valor ainda maior para o ativo.
Além disso, esse FII possui um resultado acumulado robusto de R$ 1,29 por cota atualmente, sustentável para a manutenção dos rendimentos em patamares elevados.
Nesse contexto, especialmente por conta da valorização dos pares nas últimas janelas, enxergo um potencial de entrada interessante nas cotas do XPML11.
Tambores da guerra: Ibovespa volta do feriado repercutindo alta dos juros e temores de que Trump ordene ataques ao Irã
Enquanto Trump avalia a possibilidade de envolver diretamente os EUA na guerra, investidores reagem à alta da taxa de juros a 15% ao ano no Brasil
Conflito entre Israel e Irã abre oportunidade para mais dividendos da Petrobras (PETR4) — e ainda dá tempo de pegar carona nos ganhos
É claro que a alta do petróleo é positiva para a Petrobras, afinal isso implica em aumento das receitas. Mas há um outro detalhe ainda mais importante nesse movimento recente.
Não foi por falta de aviso: Copom encontra um sótão para subir os juros, mas repercussão no Ibovespa fica para amanhã
Investidores terão um dia inteiro para digerir as decisões de juros da Super Quarta devido a feriados que mantêm as bolsas fechadas no Brasil e nos Estados Unidos
Rodolfo Amstalden: São tudo pequenas coisas de 25 bps, e tudo deve passar
Vimos um build up da Selic terminal para 15,00%, de modo que a aposta em manutenção na reunião de hoje virou zebra (!). E aí, qual é a Selic de equilíbrio para o contexto atual? E qual deveria ser?
Olhando para cima: Ibovespa busca recuperação, mas Trump e Super Quarta limitam o fôlego
Enquanto Copom e Fed preparam nova decisão de juros, Trump cogita envolver os EUA diretamente na guerra
Do alçapão ao sótão: Ibovespa repercute andamento da guerra aérea entre Israel e Irã e disputa sobre o IOF
Um dia depois de subir 1,49%, Ibovespa se prepara para queimar a gordura depois de Trump abandonar antecipadamente o G-7
Acima do teto tem um sótão? Copom chega para mais uma Super Quarta mirando fim do ciclo de alta dos juros
Maioria dos participantes do mercado financeiro espera uma alta residual da taxa de juros pelo Copom na quarta-feira, mas início de cortes pode vir antes do que se imagina
Felipe Miranda: O fim do Dollar Smile?
Agora o ouro, e não mais o dólar ou os Treasuries, representa o ativo livre de risco no imaginário das pessoas
17 X 0 na bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje, com disputa entre Israel e Irã no radar
Desdobramentos do conflito que começou na sexta-feira (13) segue ditando o humor dos mercados, em semana de Super Quarta
Sexta-feira, 13: Israel ataca Irã e, no Brasil, mercado digere o pacote do governo federal
Mercados globais operam em queda, com ouro e petróleo em alta com aumento da aversão ao risco
Labubu x Vale (VALE3): quem sai de moda primeiro?
Se fosse para colocar o meu suado dinheirinho na fabricante do Labubu ou na mineradora, escolho aquela cujas ações, no longo prazo, acompanham o fundamento da empresa
Novo pacote, velhos vícios: arrecadar, arrecadar, arrecadar
O episódio do IOF não é a raiz do problema, mas apenas mais uma manifestação dos sintomas de uma doença crônica
Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje
Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria