RESUMO DO DIA: Apesar dos conflitos internos terem se desfeito ao longo do dia — com o dólar à vista e os juros futuros encerrando o dia em queda, o Ibovespa não conseguiu escapar de um dia de perdas.
Isso porque, em Wall Street, a cautela com a possibilidade de uma recessão econômica fez com que os investidores optassem por uma postura de aversão ao risco, contaminando os demais ativos globais.
Logo pela manhã, dados do mercado de trabalho se somaram aos outros números divulgados nos últimos dias, mostrando mais uma vez uma fraqueza da economia.
No Brasil, o dia foi de intensa volatilidade, com rumores sobre mudanças na política de preços da Petrobras (PETR4) pesando sobre o Ibovespa.
Confira os principais destaques do dia:
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
VIIA3 | Via ON | R$ 1,84 | 6,36% |
ECOR3 | Ecorodovias ON | R$ 5,36 | 5,51% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 19,54 | 3,55% |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 3,71 | 2,77% |
MRVE3 | MRV ON | R$ 6,42 | 2,39% |
Confira também as maiores quedas da sessão:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
ALPA4 | Alpargatas PN | R$ 7,14 | -9,73% |
NTCO3 | Natura ON | R$ 11,85 | -9,61% |
PETZ3 | Petz ON | R$ 5,64 | -5,69% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 19,72 | -5,24% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 2,36 | -4,84% |
O Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,88%, aos 100.977 pontos.
As bolsas em Nova York encerraram o dia em queda, mais uma vez repercutindo dados mistos da economia americana. O temor é de que a proximidade de uma recessão coincida com um novo pico de inflação, puxada pela alta do petróleo.
Confira o fechamento dos principais índices:
- Nasdaq: -1,07%
- S&P 500: -0,26%
- Dow Jones: +0,24%
O dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,64%, a R$ 5,0499
Depois de sofrer o calote no pagamento de títulos de crédito que fazem parte da carteira de seu principal fundo imobiliário, a gestora Hectare teve mais um baque nesta quarta-feira.
O fundo Hectare Real Estate precisou ser fechado depois que os pedidos de resgate ficaram incompatíveis com a liquidez existente na carteira.
O Hectare Real Estate é um fundo multimercado tradicional, que não possui cotas negociadas em bolsa como a maioria dos fundos imobiliários (FIIs).
Isso significa que os investidores precisam fazer uma aplicação ou pedir o resgate para fazer qualquer movimentação no fundo.
O Brent encerrou a sessão em leve alta de 0,06%, a US$ 84,99 por barril. Os investidores ainda repercutem o corte surpresa feito pela Opep+ no fim de semana.
Menos de um mês depois que o Credit Suisse foi salvo pelo principal concorrente, o UBS, uma investigação sobre a aquisição foi lançada pela Procuradoria Geral da Suíça. Agora, o órgão fiscalizador do país deu uma dura declaração ao mercado: a quebra de fato do banco alpino teria gerado uma crise muito pior.
A autoridade responsável pela vigilância do mercado financeiro chama-se FINMA e a compra do Credit Suisse por US$ 3,3 bilhões evitou o efeito dominó nas empresas abaixo do guarda-chuvas do banco.
“Não é difícil de imaginar o impacto desastroso que a falência de um banco e gestora grande como o Credit Suisse AG [um dos segmentos do Credit Suisse] teria no sistema financeiro da Suíça. Muitas outras instituições teriam quebrado junto com a corrida bancária, assim como aconteceu com o próprio CS no último trimestre de 2022”, escreveu Urban Angehrn, CEO da FINMA, em relatório.
Antes do Credit Suisse, o cenário já era ruim
Os abalos no sistema suíço não começaram com o Credit Suisse, mas vieram de terras mais distantes — mais precisamente, nos Estados Unidos.
As falas de Campos Neto, aliadas ao bom recebimento do arcabouço fiscal pelo mercado e a eprcepção de que o Federal Reserve será obrigado a interromper a alta dos juros, faz com que a curva brasileira opere em queda.
O movimento mais expressivo pode ser visto na ponta mais longa da curva. Confira:
CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
DI1F24 | DI Jan/24 | 13,23% | 13,25% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 11,96% | 12,01% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 11,81% | 11,89% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 11,90% | 12,01% |
DI1F28 | DI Jan/28 | 12,06% | 12,19% |
DI1F29 | DI Jan/29 | 12,28% | 12,42% |
A Petrobras (PETR4) reduziu o ritmo de queda nos últimos minutos. A companhia emitiu um comunicado informando que não foi informada pelo Ministério de Minas e Energia sobre eventuais mudanças em sua política de preços.
De acordo com o documento, os ajustos nos preços dos combustíveis seguirão o ritmo normal que vem sendo empregado pela companhia.
As ações da Petrobras reverberam a fala do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a mudança na política de preços da estatal — em uma reação inicial, PETR3 e PETR4 chegaram a cair mais de 4% nesta quarta-feira (5).
Em entrevista para a GloboNews, Silveira confirma que haverá mudança na política de preços dos combustíveis praticada pela Petrobras, com a adoção de diretrizes baseadas no mercado interno, e não no exterior.
O ministro classificou a atual política, que se baseia nas movimentações internacionais, de absurda e afirmou que a mudança deve resultar em uma redução entre R$ 0,22 e R$ 0,25 no preço do litro do diesel.
"O tal PPI [Preço por Paridade de Importação] é um verdadeiro absurdo. Nós temos que ter o que eu tenho chamado de PCI, Preço de Competitividade Interno", disse.
A primeira metade do pregão na B3 acompanha o mesmo sinal das bolsas americanas - o de cautela.
Enquanto no exterior a maior preocupação segue sendo os dados econômicos abaixo do esperado, no Brasil é o setor de commodities que pesa sobre o Ibovespa.
Além do recuo do petróleo, após um início de semana com um salto de quase 10% no preço do barril, existe uma grande preocupação com relação ao futuro da Petrobras (PETR4). Mais cedo, o ministro de Minas e Energia confirmou que a empresa passará por mudanças em sua política de preços.
- Frankfurt: -0,53%
- Londres: +0,34%
- Paris: -0,43%
- Stoxx-600: -0,04%
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
ECOR3 | Ecorodovias ON | R$ 5,19 | 2,17% |
HYPE3 | Hypera ON | R$ 38,47 | 1,56% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 19,13 | 1,38% |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 3,63 | 0,55% |
BPAC11 | BTG Pactual units | R$ 20,24 | 0,10% |
Confira os piores desempenhos do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
ASAI3 | Assaí ON | R$ 13,51 | -7,91% |
NTCO3 | Natura ON | R$ 12,19 | -7,02% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 2,33 | -6,05% |
ALPA4 | Alpargatas PN | R$ 7,47 | -5,56% |
RRRP3 | 3R Petroleum ON | R$ 27,27 | -5,54% |
No Giro do Mercado de hoje (5), vamos conversar com o analista Enzo Pacheco sobre quais são as perspectivas para os investimentos no exterior daqui para a frente. O risco de recessão pode ser uma ameaça para o investidor?
Quem também participa do bate-papo é o analista Matheus Spiess para explicar quais são as avaliações sobre o arcabouço fiscal até agora e como as novas regras fiscais podem interferir nos seus investimentos.
Aperte o play e acompanhe:
O dia negativo das commodities é um fator de pressão para a Petrobras (PETR4), mas ainda assim há espaço para que fatores políticos também pressionem a companhia.
Há pouco, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou ao programa Conexão GloboNews que a estatal terá mudanças na política de preços, adotando diretrizes baseados no mercado interno e não no exterior.
Os papéis da companhia operam em queda expressiva nesta manhã. Há pouco, o recuo era de 2,76%, a R$ 23,60.
As bolsas em Nova York aprofundaram as perdas na última hora. Isso porque, pelo segundo dia consecutivo, dados da economia americana mostram que a atividade está mais desacelerada do que o esperado.
Mais cedo, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços caiu a 51,2, mais do que o esperado.
Assim, o dólar mostra sinais de enfraquecimento e os investidores temem por uma recessão.
Apesar da cautela que impera no Ibovespa, o alívio na curva de juros e no dólar à vista seguem, impulsionados por novas declarações do presidente do BC e a entrada de fluxo estrangeiro no país.
Há pouco, a moeda americana renovou mínimas.
O Ibovespa opera em queda de 0,60%, próximo a mínima do dia, aos 101.263 pontos. Com a agenda doméstica esvaziada, o índice da bolsa acompanha o exterior, mais cauteloso.
Pesa também o recuo das commodities, em movimento de realização dos ganhos recentes.
Confira as maiores altas:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
TIMS3 | Tim ON | R$ 12,99 | 1,80% |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 3,66 | 1,39% |
HYPE3 | Hypera ON | R$ 38,34 | 1,21% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 19,08 | 1,11% |
ABEV3 | Ambev ON | R$ 14,52 | 0,62% |
E as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
NTCO3 | Natura ON | R$ 12,14 | -7,40% |
RRRP3 | 3R Petroleum ON | R$ 27,83 | -3,60% |
SBSP3 | Sabesp ON | R$ 49,57 | -2,40% |
AZUL4 | Azul PN | R$ 10,95 | -2,32% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 11,41 | -2,23% |
As bolsas americanas abriram em queda, com cautela sobre uma recessão econômica. As perdas, porém, são limitadas com a divulgação do relatório ADP mais fraco, o que indica um efeito positivo do aperto monetário promovido pelo Fed.
- Dow Jones: -0,01%;
- S&P 500: -0,17%;
- Nasdaq: -0,41%.
As ações da Natura (NTCO3) entrou em segundo leilão há pouco após queda de 7,40%, a R$ 12,14.
Os investidores operam com maior cautela sobre o papel, com incertezas sobre o futuro da Natura depois da compra da Aesop pela L'Oréal por US$ 2,52 bilhões.
O Ibovespa opera em queda de 0,37%, aos 101.548 pontos, acompanhando a cautela do exterior em dia de agenda doméstica esvaziada.
O Ibovespa abriu em leve alta de 0,01%, aos 101.882 pontos. O índice da bolsa brasileira repercute o discurso de Campos Neto em evento bancário sobre a nova regra fiscal. Para ele, o "arcabouço elimina o risco da cauda [de juros]", o que aliviou os DIs há pouco.
Soma-se a isso, a breve melhora da cautela no exterior após dados de emprego no setor privado mais fracos.
Os DIs aliviaram nas cauda mais longa com falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a nova regra fiscal. Essa foi a primeira vez que o dirigente falou sobre a proposta apresentada pela equipe econômica do governo, na semana passada.
Para Campos Neto, o "arcabouço elimina o risco da cauda".
Confira o desempenho dos DIs:
CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
DI1F24 | DI Jan/24 | 13,26% | 13,25% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 12,02% | 12,01% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 11,86% | 11,89% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 11,97% | 12,01% |
DI1F28 | DI Jan/28 | 12,14% | 12,19% |
O Tesouro Nacional anunciou, há pouco, a emissão externa, com título de 10 anos com vencimento em 2033. Segundo o órgão, a emissão visa promover liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo e será liderada por Bank of America, BNP Baripas e Morgan Stanley.
Ainda de acordo com o Tesouro, a operação antecipa o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.
Por fim, o resultado de emissão externa será divulgado ainda hoje, no final do dia.
O MEDO DE UMA RECESSÃO ESTÁ DE VOLTA
Lá fora, os mercados asiáticos fecharam mistos nesta quarta-feira (5), acompanhando os sinais predominantemente negativos de Wall Street durante o pregão de ontem (4), com os investidores aproveitando a alta recente dos mercados para realizar lucros por conta das preocupações sobre as perspectivas econômicas globais.
O receio com qualquer aperto agressivo do Fed dos EUA desapareceu depois que os dados mostraram uma queda nas vagas de emprego e uma queda na atividade manufatureira. Agora, os investidores aguardam pelo relatório mensal de empregos na sexta-feira, que pode impactar as perspectivas para as taxas de juros e a economia.
Os mercados europeus estão apresentando fragilidade nesta manhã, sem uma única direção, enquanto os futuros americanos caem. Há alguma expectativa pelos dados de atividade da Zona do Euro e de outros países (China), sem falar nos EUA. Os números medem a chance de uma recessão global, que poderá afetar o humor no Brasil.
A ver…
00:36 — O espaço para otimismo
Por falar no Brasil, em mais um dia de agenda esvaziada, os investidores acompanham a fala da manhã de Roberto Campos Neto, presidente do BC, em evento do Bradesco BBI. É primeira vez que Campos Neto poderá explorar um pouco mais as próprias percepções sobre o arcabouço fiscal apresentado, uma peça importante para a queda da Selic nos próximos meses.
Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou no mesmo evento e deu algumas percepções mais positivas.
Segundo ele, há espaço para crescimento no Brasil caso o reequilíbrio das contas públicas com o novo arcabouço fiscal seja combinado por uma boa política de crédito e queda dos juros. Precisa combinar com as expectativas e com o Congresso, uma vez que tudo depende de mais arrecadação.
De onde virá o dinheiro? Ainda não sabemos, mas Haddad precisa de uns R$ 150 bilhões para zerar o déficit público. A Reforma Tributária ainda neste ano será fundamental para o processo.
O grande ponto é que o texto não tem tempo a perder. Se deixarmos para o ano que vem, eleitoral, podemos perder a melhor janela em 30 anos para aprovar uma Reforma Tributária que consiga combater distorções no imposto de renda, na matriz de subsídios e nas perversões sobre consumo — para o último ponto, a criação de um IVA será o mais importante, mas sabemos que o ponto é polêmico.
De fato, há um encadeamento positivo, mas será difícil o mercado comprar a ideia cegamente.
01:34 — A preocupação com a atividade
Nos EUA, as preocupações com a desaceleração da economia americana interromperam ontem a sequência de alta de quatro dias para o S&P 500. Os culpados foram os últimos dados de manufatura e abertura de empregos.
Começando pelo primeiro, o PMI industrial caiu para 46,3 - o menor desde maio de 2020 e a quarta leitura consecutiva abaixo de 50, indicando contração no setor manufatureiro.
Para piorar, a Pesquisa de Vagas de Emprego e Rotatividade de Mão de Obra de fevereiro (ou Jolts), mostrou um declínio acentuado nas vagas de emprego.
O mercado antecipava 10,45 milhões de vagas de emprego no último dia útil de fevereiro, o que seria quase 400 mil a menos do que em janeiro. Em vez disso, os dados mostraram uma queda muito maior para 9,9 milhões, com quedas em todos os setores.
Isso se compara a cerca de 12 milhões de vagas de emprego no pico de março de 2022, tendo sido a leitura mais baixa desde maio de 2021 — para contextualizar, o recorde pré-pandêmico de vagas de emprego foi de cerca de 7,5 milhões.
O Federal Reserve espera um mercado de trabalho mais fraco, que exerça menos pressão sobre a inflação e permita flexibilização da política monetária, ou ao menos do discurso.
O modelo GDPNow do Fed de Atlanta agora prevê que o produto interno bruto real dos EUA expandiu a uma taxa anual de 1,7% no primeiro trimestre.
Não é um crescimento ruim, mas está abaixo da estimativa de cerca de 3,5% de algumas semanas atrás. Para complementar a percepção, temos que acompanhar os relatórios de empregos desta semana, culminando nos dados de payroll de sexta-feira.
02:30 — O futuro de Trump
A terça-feira foi um dia histórico para os EUA. Pela primeira vez na história, um ex-presidente compareceu como réu criminal em um tribunal. Donald Trump foi acusado de 34 crimes de falsificação de registros comerciais em sua acusação no Tribunal Criminal de Manhattan, das quais ele se declarou inocente de cada um deles.
Já sabíamos que Trump havia sido indiciado, mas não as acusações específicas contra ele, que foram mantidas sob sigilo até ontem. O caso é extremamente complexo, mas o ex-presidente é essencialmente acusado de classificar falsamente registros comerciais para contornar as leis de financiamento de campanha.
Para que as acusações passem de contravenção para crime, os promotores devem mostrar que o réu falsificou registros comerciais com a intenção de cometer ou ocultar um crime separado — um pagamento de US$ 130 mil que o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, enviou à uma atriz de filmes adultos em troca de silêncio sobre seu suposto caso com Trump. Não tão bom para um representante "conservador".
É importante porque Trump é pré-candidato à presidência dos EUA nas eleições do ano que vem. O ex-presidente se diz vítima de uma “caça às bruxas” dos democratas, que gostaria de o ver fora da corrida eleitoral.
A equipe jurídica de Trump usará várias táticas para tentar descartar este caso antes mesmo de ir a julgamento. Se for à julgamento, serão necessários meses. Nada trivial para os republicanos.
03:35 — Os dados europeus
O velho continente está oferecendo hoje ao mercado algumas informações sobre o setor manufatureiro. Entre outros indicadores, destaque para as encomendas de fábricas alemãs e produção industrial francesa — o primeiro veio acima do esperado, enquanto o segundo veio mais fraco do que as projeções.
Não sabemos se a manufatura seria representativa da economia como um todo (hoje, a demanda por bens está moderada), mas uma sinalização econômica definitivamente ela é.
Uma razão para desacelerar a demanda de bens manufaturados é a retomada da demanda por serviços. Vale lembrar que, com a reabertura, as pessoas passaram a se valer novamente de viagens de férias, bares e restaurantes.
Por isso é importante ouvir também as autoridades monetárias sobre os dados, como o economista-chefe do BCE, Philip Lane, que fala hoje. Se acompanhar o economista-chefe do Banco da Inglaterra, Huw Pill, haverá espaço para que a expectativa por mais juros seja mantida viva.
04:11 — Dentro da OTAN
Como conversamos ontem, a Finlândia se juntou oficialmente à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), tornando-se a 31ª nação a se juntar à maior aliança militar do mundo, dobrando a fronteira da OTAN com a Rússia, exatamente o contrário do que Putin queria com sua invasão ao território Ucraniano.
Fundada em 1949, a OTAN foi formada para servir de contrapeso contra a influência da União Soviética. Agora, a chegada da Finlândia, que se manteve neutra em relação aos russos desde a Segunda Guerra Mundial, destaca o quanto o Kremlin se isolou da Europa.
Quem é o próximo? A Suécia. O problema é que a candidatura do outro país nórdico vem sendo barrada pela Turquia, membro da OTAN, que diz que Estocolmo ainda não fez o suficiente para reprimir os grupos terroristas curdos que estão em guerra com o governo turco.
A Turquia abandonou objeções semelhantes sobre a Finlândia recentemente, mas ainda pressiona a Suécia. Entende que o presidente turno, Recep Erdoğan, esteja usando a questão para conquistar popularidade para as eleições neste ano (a situação econômica e a resposta aos terremotos o deixaram em maus lençóis).
Questões geopolíticas fazem cada vez mais parte do dia a dia dos investidores, algo que deverá se aprofundar nos próximos anos, inclusive.
Os índices futuros de Nova York aliviaram as perdas após o relatório APD apontar a criação de empregos no setor privado menor que o esperado.
- Dow Jones futuro: -0,02%;
- S&P 500 futuro: -0,08%;
- Nasdaq futuro: +0,06%
Os EUA criaram 145 mil empregos no setor privado em março, de acordo com o relatório ADP divulgado há pouco. O dado veio abaixo da expectativa do mercado, que projetavam abertura de 210 mil postos de trabalho no mês.
O ADP é considerado uma prévia do payroll, relatório de empregos nos setores público e privado, que será divulgado na próxima sexta-feira (7).
Os juros futuros (DIs) abriram em leve alta, acompanhando a ampliação da curva dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries.
Os investidores acompanham, agora, a participação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento do Bradesco BBI.
Confira a abertura dos DIs:
CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
DI1F24 | DI Jan/24 | 13,27% | 13,25% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 12,04% | 12,01% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 11,92% | 11,89% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 12,04% | 12,01% |
DI1F28 | DI Jan/28 | 12,21% | 12,19% |
O dólar à vista abre a R$ 5,0723, em baixa de 0,20%
O Ibovespa futuro abre em leve queda de 0,10%, aos 102.205 pontos.
A cotação do barril de petróleo opera em leve baixa de 0,07%, com o barril cotado a US$ 84,89. Os investidores realizam os ganhos recentes da commodity.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 52 em fevereiro para 53,7 em março, atingindo o maior nível em dez meses, segundo pesquisa final divulgada hoje pela S&P Global. O número definitivo de março, porém, ficou abaixo da leitura preliminar, de 54,1.
O PMI de serviços da zona do euro, por sua vez, avançou de 52,7 para 55 no mesmo período, tocando igualmente o maior patamar em dez meses mas também abaixo da estimativa inicial, de 55,6.
Os PMIs acima da barreira de 50 indicam que a atividade econômica no bloco continuou se expandindo no mês passado.
[Estadão Conteúdo]
Enquanto a agenda segue cheia do exterior, no Brasil não tem grandes destaques no cenário econômico. Por aqui, as atenções concentram-se na participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em dois eventos do setor bancário.
O mercado espera que Campos Neto comente sobre o arcabouço fiscal, apresentado pelo governo na semana passada, já que, até o momento, o presidente do BC não se manifestou sobre a proposta.
Apesar disso, a bolsa de valores brasileira deve operar hoje ancorada no exterior.
Confira a agenda do dia:
Horário | País / Região | Evento |
05h | Zona do Euro | PMI Composto S&P Global (Mar) |
05h | Zona do Euro | PMI do Setor de Serviços (Mar) |
05h30 | Reino Unido | PMI Composto (Mar) |
05h30 | Reino Unido | PMI do Setor de Serviços (Mar) |
09h15 | Estados Unidos | Relatório ADP do mercado de trabalho (Mar) |
09h30 | Estados Unidos | Balança Comercial (Fev) |
10h45 | Estados Unidos | PMI do Setor de Serviços (Mar) |
11h | Estados Unidos | Índice ISM do setor de serviços (Mar) |
11h30 | Estados Unidos | Estoques de petróleo bruto na semana |
22h45 | China | PMI industrial Caixin (Mar) |
Dia todo | China | Feriado (mercados fechados) |
Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant - compra dos papéis da M.Dias Branco (MDIA3).
MDIA3: [Entrada] R$ 26.02; [Alvo parcial] R$ 26.76; [Alvo] R$ 27.88; [Stop] R$ 24.78
Recomendo a entrada na operação em R$ 26.02, um alvo parcial em R$ 26.76 e o alvo principal em R$ 27.88, objetivando ganhos de 7.1%.
O stop deve ser colocado em R$ 24.78 evitando perdas maiores caso o modelo não se confirme.
O Ibovespa encerrou a sessão em alta de 0,36%, aos 101.869 pontos. O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,22%, a R$ 5,0823.
Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em leve queda nesta quarta-feira.
O movimento sugere a continuidade das perdas registrada na véspera em Wall Street.
Ainda pela manhã, investidores aguardam uma série de dados econômicos dos EUA, incluindo o relatório da ADP sobre criação de empregos pelo setor privados e PMIs de serviços.
Confira:
- Dow Jones futuro: -0,15%
- S&P-500 futuro: -0,20%
- Nasdaq futuro: -0,21%
As principais bolsas de valores da Europa abriram sem direção única nesta quarta-feira.
Os números de encomendas à indústria da Alemanha surpreenderam positivamente.
Entretanto, dados de atividade (PMIs) da zona do euro vieram aquém da expectativa em um momento no qual investidores avaliam os efeitos do aperto monetário no bloco.
Confira:
Veja:
- Londres: +0,41%
- Frankfurt: -0,36%
- Paris: -0,22%
As principais bolsas de valores da Ásia fecharam sem uma direção única nesta quarta-feira.
Os investidores da região reagiram a dados econômicos fracos dos EUA em meio a feriados em diferentes partes da Ásia.
O índice acionário japonês Nikkei caiu 1,68% em Tóquio, pressionado por ações de entrepostos comerciais e de fabricantes de máquinas.
Já o sul-coreano Kospi avançou 0,59% em Seul, com a ajuda de papéis ligados a baterias e eletrônicos.
Na China continental, assim como em Hong Kong e em Taiwan, os mercados não operaram hoje devidos a feriados.