Com queda de quase 70% no valor de mercado e a interrupção de produção de carros em Xangai, na China, a Tesla vê uma pequena luz no túnel.
A fabricante de carros elétricos de Elon Musk iniciou o ano com a divulgação dos números de produção e entrega de seus veículos em 2022.
Segundo o relatório, a montadora produziu 1,37 milhões de carros e entregou 1,31 milhões — um crescimento de 40% nas entregas na comparação com o ano anterior.
Os números, porém, não foram suficientes para estancar a “sangria” recente das ações da Tesla. Ao fim da sessão desta terça-feira (3), os papéis TSLA tiveram perda de 12,24% no Nasdaq, negociados a US$ 108,10.
Na visão de analistas de Wall Street e de políticos norte-americanos, a queda das ações da Tesla na bolsa tem relação direta com a gestão de Elon Musk no Twitter.
Isso porque, além de ter vendido bilhões em ações da fabricante de veículos elétricos para pagar a conta da compra bilionária do Twitter, Musk chegou a convocar talentos de seus outros empreendimentos para trabalhar na rede social.
Soma-se a isso, a preocupação dos investidores com o enfraquecimento da demanda por veículos elétricos da Tesla — que são produtos mais caros em comparação com a crescente oferta de similares dos demais concorrentes.
Tesla: quarto trimestre ‘frustrante’
Os números isolados por trimestre não agradaram. No quarto trimestre, a Tesla reportou a entrega de 405.278 veículos, abaixo do esperado pelo mercado.
De acordo com um consenso das estimativas dos analistas compiladas pela FactSet, em 31 de dezembro de 2022, Wall Street esperava que a Tesla relatasse entregas em torno de 427.000 no último trimestre do ano.
A produção de veículos entre outubro e dezembro foi de 439.701 carros elétricos.
Vale ressaltar que o último trimestre foi marcado, entre outros fatores corporativos, pela suspensão temporária e a redução da produção na fábrica em Xangai — a maior unidade mundial da empresa — em razão dos surtos de Covid-19.
E, na tentativa de contornar a situação, a Tesla oferece descontos e corte dos preços dos veículos nos EUA e na China para estimular a demanda enfraquecida nos últimos meses.
Em um e-mail recente para a equipe da Tesla, Musk pediu aos funcionários que “se voluntariassem” para entregar o maior número possível de carros aos clientes antes do final de 2022.
Na época, o bilionário afirmou que a queda livre dos papéis da companhia na Nasdaq tratava-se de uma “loucura do mercado de ações”.