🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – ACOMPANHE AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES CLICANDO AQUI

Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

CORRE, PARA, ANDA

Sinal amarelo para Wall Street: Fed sobe juros em 0,25 pp e coloca a taxa no nível mais elevado em 22 anos

A decisão desta quarta-feira (26) era amplamente esperada pelo mercado e colocou a taxa referencial dos EUA na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano

Carolina Gama
26 de julho de 2023
15:06 - atualizado às 18:38
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), fala num púlpito com a bandeira americana ao fundo diário de bordo
Jerome Powell - Imagem: Federal Reserve

Acelera. Diminui a velocidade. Pisa no freio e para. Anda de novo, devagar. Essa poderia ser a descrição de alguém no trânsito de uma cidade movimentada, mas é a trajetória do aumento dos juros nos EUA. Nesta quarta-feira (26), depois de uma estacionada, o Federal Reserve (Fed) decidiu por unanimidade elevar a taxa referencial em 0,25 ponto percentual (pp), para a faixa de 5,25% a 5,50% ao ano — o maior nível em 22 anos.

Assim como no trânsito, onde dá mais ou menos para prever o que vai acontecer, o mercado já esperava por essa decisão. Por isso, a reação inicial de Wall Street foi morna. O Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq mantiveram as trajetórias mistas anteriores à decisão.

A questão agora é saber o que vem depois que o banco central norte-americano virou a esquina da retomada do aperto monetário. O comunicado com a decisão de hoje trouxe poucas pistas. 

O documento diz que o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) continuará avaliando informações adicionais e suas implicações para a política monetária, mantendo o mesmo tom dos comunicados anteriores.

"Ao determinar a extensão do endurecimento adicional da política que pode ser apropriado para retornar a inflação a 2% ao longo do tempo, o Comitê levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, os atrasos com os quais a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os fatores econômicos e financeiros", diz o comunicado, que reforça o empenho do Fomc em fazer a inflação retornar para a meta de 2%.

  • 5 ações gringas para comprar agora: conheça as melhores apostas nos mercados internacionais para buscar lucros nos próximos meses, segundo analistas da Empiricus Research. [ACESSE A LISTA GRATUITA AQUI]

As rotas que o Fed pode seguir

O Fed tem algumas rotas para seguir daqui até o final do ano, quando tem mais três encontros: setembro, novembro e dezembro. 

Leia Também

Existem três possibilidades para o banco central norte-americano, de acordo com os economistas: um segundo aumento consecutivo de juros em setembro, um em novembro ou nenhum aumento de juros depois de julho. 

A grande questão é que, mesmo com apertos monetários sucessivos e agressivos, a economia norte-americana vem superando as expectativas. Por isso, muito depende do que os indicadores mostrarem nas próximas oito semanas. 

E é por isso que o Fed está tentando manter a opção de outro aumento de juros caso a inflação se mostre mais resiliente do que o esperado. 

Em junho, o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2%, após uma alta de 0,1% em maio, segundo dados do Departamento do Trabalho dos EUA. Com isso, a inflação desacelerou de 4,0% para 3,0% no acumulado em 12 meses.

O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de alimentos e energia, subiu 0,2% no mês e 4,8% nos últimos 12 meses. Em abril, a taxa acumulada estava em 5,3%.

Já o índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — o indicador preferido do Fed para medir a inflação — desacelerou de 4,3% em abril para 3,8% em maio em base anual. Enquanto o núcleo saiu de 4,7% para 4,6% na mesma base de comparação. 

Embora estejam esfriando, tanto o CPI como o PCE seguem bem acima da meta de inflação do BC norte-americano, de 2% no longo prazo. 

A economia e os bancos

A avaliação do Fed sobre a economia norte-americana é que os indicadores recentes sugerem um crescimento em ritmo moderado — e não mais modesto como dizia o comunicado da decisão de junho.

O banco central diz ainda que a criação de postos de trabalho seguiu robusta nos últimos meses, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. Já a inflação continua alta.

O sistema bancário dos EUA, que tirou o sono de muito investidor em março deste ano com a quebra de bancos regionais, é sólido e resiliente, segundo o comunicado de hoje do Fed.

A constatação vem um dia depois de o Pacwest, banco que ficou na berlinda durante a crise dos bancos regionais do início do ano, anunciar uma fusão com o Banc of California.

"Condições de crédito mais apertadas para famílias e empresas devem pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos permanece incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação", diz o comunicado.

O sinal amarelo de Powell

O principal guardião das sinalizações do Fed é seu presidente, Jerome Powell. Falando em coletiva após a decisão de hoje, o chefão do BC norte-americano deixou todas as possibilidades sobre a mesa.

Ao ser questionado se o Fed elevará os juros mais uma vez, em setembro ou novembro, ele não quis dar uma direção para os investidores.

"Vamos avaliar as condições econômicas reunião por reunião. Daqui até o próximo encontro, em setembro, ainda temos alguns relatórios importantes como o de inflação. Olharemos esse conjunto de dados para decidir o que fazer", afirmou.

Os repórteres presentes na coletiva tentaram obter algum sinal, pressionando Powell, quando ele voltou a dizer que as decisões serão baseadas nos dados que ainda serão divulgados.

"Se chegarmos em setembro e acharmos que é o caso de elevar os juros, faremos. Mas se chegar em setembro e entendermos que o atual patamar dos juros é adequado, eles permanecerão onde estão".

Mas em um ponto Powell foi claro: o trabalho do Fed é trazer a inflação para a meta e, neste sentindo, "ainda há um longo caminho pela frente".

Neste sentido, ele disse que o banco central norte-americano ainda não está totalmente confiante de que a inflação foi derrotada, embora dados recentes mostrem que o aumento de preços esfriou significativamente.

“Precisamos ver se a inflação desacelerou de forma duradoura. Acreditamos que precisaremos manter a política monetária em um nível restritivo por algum tempo e precisamos estar preparados para aumentar os juros ainda mais se acharmos apropriado", afirmou Powell, apontando que o núcleo da inflação ainda está acima de 3% contra a meta de 2% do Fed para a inflação.

Powell também foi questionado sobre um possível corte de juros e sugeriu que é improvável que cortes na taxa ocorram este ano.

"Estou dizendo que estaríamos confortáveis ​​em cortar os juros quando estivermos confortáveis ​​em cortar os juros, e isso não acontecerá este ano", disse.

VEJA TAMBÉM — Vale, Itaú, Petrobras e outras: o que esperar da temporada de resultados das gigantes da bolsa

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DE OLHO NA VIRADA

Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado

25 de abril de 2025 - 10:27

Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

DIA 95

E agora, Trump? A cutucada da China que pode reacender a guerra comercial

24 de abril de 2025 - 19:42

Em meio à sinalização do presidente norte-americano de que uma trégua está próxima, é Pequim que estica as cordas do conflito tarifário dessa vez

A TECH É BIG

Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre

24 de abril de 2025 - 17:59

A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)

COMPRAR OU VENDER

Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo

24 de abril de 2025 - 16:06

Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles

QUILOS DE PROBLEMA

Vigilantes do Peso sucumbe à concorrência do Ozempic e pede recuperação judicial nos Estados Unidos

24 de abril de 2025 - 14:40

Ícone das dietas fundado na década de 1960 é vítima do espírito do tempo e se viu obrigada a reestruturar dívida com credores, em meio a um passivo de US$ 1,5 bilhão

FUNDOS DE HEDGE

O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis

24 de abril de 2025 - 12:06

Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA

NÚMEROS DECEPCIONANTES

A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca

24 de abril de 2025 - 11:26

Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

Insights Assimétricos

A tarifa como arma, a recessão como colateral: o preço da guerra comercial de Trump

24 de abril de 2025 - 6:08

Em meio a sinais de que a Casa Branca pode aliviar o tom na guerra comercial com a China, os mercados dos EUA fecharam em alta. O alívio, no entanto, contrasta com o alerta do FMI, que cortou a projeção de crescimento americano e elevou o risco de recessão — efeito colateral da política tarifária errática de Trump.

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso

23 de abril de 2025 - 20:01

Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo

DIA 94

Trump, tarifas e um funeral

23 de abril de 2025 - 19:54

O presidente norte-americano confirmou presença no funeral do papa Francisco e vai usar a ocasião para realizar encontros com outros líderes estrangeiros

ILUMINADA

Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?

23 de abril de 2025 - 16:22

Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel

CRIPTO HOJE

Trump recua e bitcoin avança: BTC flerta com US$ 94 mil e supera a dona do Google em valor de mercado

23 de abril de 2025 - 15:21

Após a Casa Branca adotar um tom menos confrontativo, o mercado de criptomoedas entrou em uma onda de otimismo, levando o bitcoin a superar o valor de mercado da prata e da Alphabet, controladora do Google

COPO MEIO CHEIO

Boeing tem prejuízo menor do que o esperado no primeiro trimestre e ações sobem forte em NY

23 de abril de 2025 - 13:06

A fabricante de aeronaves vem enfrentando problemas desde 2018, quando entregou o último lucro anual. Em 2025, Trump é a nova pedra no sapato da companhia.

MERCADOS HOJE

Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia

23 de abril de 2025 - 12:44

A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)

DE MALAS PRONTAS

JBS (JBSS3) aprova assembleia para votar dupla listagem na bolsa de Nova York e prevê negociações em junho; confira os próximos passos

23 de abril de 2025 - 9:45

A listagem na bolsa de valores de Nova York daria à JBS acesso a uma base mais ampla de investidores. O processo ocorre há alguns anos, mas ainda restam algumas etapas pela frente

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

DIA 93

A festa do estica e puxa de Donald Trump

22 de abril de 2025 - 20:09

Primeiro foram as tarifas recíprocas e agora a polêmica envolvendo uma possível demissão do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell

MERCADOS

Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284

22 de abril de 2025 - 17:20

Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar