Eleições 2022: São Paulo fica com Tarcísio de Freitas; candidato de Bolsonaro vence Fernando Haddad com 55,32% dos votos
São Paulo não decidia uma eleição em segundo turno desde 2002, quando Geraldo Alckmin (PSDB) venceu José Genoino (PT)
O Palácio dos Bandeirantes já tem um novo ocupante: Tarcísio de Freitas. O candidato do Republicanos venceu neste domingo (30) a disputa contra Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo.
Com 100% das urnas apuradas, Tarcísio recebeu 13.480.643 votos, ou 52,27%, contra 10.909.371 votos, ou 44,73%, do ex-prefeito de São Paulo — repetindo a tendência do primeiro turno, quando obteve 9.881.995 dos votos, ou 42,32%, e Haddad, 8.337.139 dos votos, ou 35,70%.
O estado de São Paulo não decidia uma eleição em segundo turno desde 2002, quando Geraldo Alckmin (PSDB), atualmente no PSB e vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, venceu José Genoino (PT).
A disputa em São Paulo foi um retrato da corrida presidencial, reforçando a polarização entre os dois candidatos.
- SEU SALÁRIO LÍQUIDO PODE MUDAR: Lula e Bolsonaro querem mexer no salário de brasileiros com mudança nos impostos – e isso pode impactar sua renda nos próximos meses. Entenda neste link o que eles querem fazer.
A campanha de Tarcísio e Haddad
A disputa ao Palácio dos Bandeirantes foi um retrato da disputa presidencial, reforçando a polarização entre os dois candidatos.
Enquanto Haddad fez campanha ao lado de Lula e usou os feitos como ministro da Educação do governo petista como argumento, Tarcísio de Freitas se apoiou em seu padrinho político e defendeu o governo de Bolsonaro, do qual fez parte, durante o período.
No primeiro turno, o que se viu foi Haddad e Tarcísio tentando atrair a atenção do eleitor e escantear Rodrigo Garcia (PSDB), que tentava a reeleição.
Após deslizes em debates no segundo turno, Tarcísio mudou de estratégia, minimizando sua exposição e focando sua agenda na capital paulista, onde Haddad teve melhor desempenho no primeiro turno — o petista conquistou 44,38% dos votos na cidade de São Paulo, contra 32,56% de Tarcísio.
Tarcísio de Freitas: de ministro a governador
Tarcísio nasceu no Rio de Janeiro e tem 47 anos. Para concorrer ao comando do estado de São Paulo, ele transferiu o domicílio eleitoral para a capital — o processo chegou a ser investigado pela Procuradoria Regional Eleitoral após contestação do PSOL. A solicitação, entretanto, foi arquivada.
Durante a campanha, Tarcísio foi alvo de ataques de adversários pelo fato de nunca ter morado no estado de São Paulo. Em entrevista à TV Vanguarda, ele foi questionado sobre seu local de votação e não soube responder.
Essa é a primeira eleição de Tarcísio. Ele saiu vitorioso com a coligação São Paulo Pode Mais, formada pelos partidos Republicanos, PL, PSD, PTB, PSC e PMN. Seu vice é o ex-prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth (PSD).
Tarcísio, que declarou possuir bens no valor de R$ 2,3 milhões, formou-se em 1996 em ciências militares pela Academia Militar de Agulhas Negras (Aman) e passou a atuar como oficial do Exército.
Em 2002, concluiu a graduação em engenharia civil e tornou-se engenheiro do Exército. Deixou a carreira militar em 2008, com a patente de capitão, e entrou para o funcionalismo público federal.
Entre 2005 e 2006, ele foi chefe da Seção Técnica da Companhia de Engenharia do Brasil na missão de paz das Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti.
Em dezembro de 2018, foi nomeado ministro da Infraestrutura por Bolsonaro (PL), onde ficou até este ano. Em março de 2022, se filiou ao Republicanos, partido do Centrão que integra a base do governo do presidente no Congresso.
A passagem pelo governo petista
Atualmente um dos mais fiéis aliados de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas começou sua trajetória na administração pública federal no auge da era petista.
Em agosto de 2011, no primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), foi indicado pelo general Jorge Fraxe para o cargo de diretor-executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Entre setembro de 2014 e janeiro de 2015, Tarcísio atuou como diretor-geral substituto do órgão, quando deixou o Executivo e se tornou consultor legislativo na Câmara dos Deputados. Como consultor no Legislativo, atuou na área de Desenvolvimento Urbano, Trânsito e Transportes.
Mas seu nome despontou no governo de Michel Temer (2016-2018), graças ao avanço de uma agenda mais liberal na economia e prioridade para reformas e privatizações.
Em julho de 2016, ele foi nomeado secretário de coordenação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), responsável por conduzir o processo de privatizações, concessões e desestatizações de ativos do governo. Ficou no cargo até o fim do governo, em dezembro de 2018.
Com a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018, o nome de Tarcísio ganhou força — o novo presidente havia se comprometido, durante a campanha, a montar uma equipe de ministros técnicos, com conhecimento e experiências nas respectivas áreas em que fossem atuar.
Foi assim que ele virou preferência para o cobiçado Ministério da Infraestrutura, cobiçado por diversas legendas — também ajudou o fato de alguns militares convidados terem recusado o posto.
Aliviou para Bolsonaro? Alexandre de Moraes não vê elementos concretos de tentativa de asilo em embaixada
Bolsonaro chegou ao local no dia 12 de fevereiro, após postar um vídeo convocando apoiadores para o ato na Avenida Paulista, que ocorreu no dia 25
O que é a ‘pauta-bomba’ no Congresso que preocupa Tebet e pode dificultar ainda mais a situação fiscal brasileira
A expressão é usada para denominar projetos que geram gastos públicos e que estão na contramão do ajuste fiscal
A bronca de Lula surtiu efeito? Haddad diz que texto da reforma tributária pode ser entregue ao Congresso nesta semana
De acordo com o ministro da Fazenda, falta apenas discutir “dois pontos” com o presidente para fechar o projeto e levá-lo aos parlamentares
‘Minuta do golpe’, Musk e Moraes: o que esperar dos discursos no ato pró-Bolsonaro no Rio
Com avanço da investigações da Política Federal, o ex-presidente convoca uma nova manifestação neste feriado de Tiradentes
Nem o FMI acredita mais que Lula vai entregar meta fiscal e diz que dívida brasileira pode chegar a nível de países em guerra
Pelos cálculos da instituição, o País atingiria déficit zero apenas em 2026, último ano da gestão de Lula
Haddad nos Estados Unidos: ministro da Fazenda tem agenda com FMI e instituição chefiada por brasileiro Ilan Goldfajn; veja
De segunda (15) a sexta-feira (19), o ministro participa, em Washington, da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial
Entrou na briga: após críticas de Elon Musk a Alexandre de Moraes, governo Lula corta verba de publicidade do X, antigo Twitter
Contudo, a decisão só vale para novos contratos, porque há impedimento de suspensão com os que já estão em andamento
Na velocidade da luz: Enel terá um minuto para responder os consumidores, decide Justiça de São Paulo
Desde novembro do ano passado, quando milhões de consumidores ficaram sem energia após um temporal com fortes rajadas de vento
Em meio a embate de Elon Musk com Alexandre de Moraes, representante do X (ex-Twitter) no Brasil renuncia ao cargo
Em sua conta no LinkedIn, o advogado Diego de Lima Gualda data o fim de sua atuação na empresa em abril de 2024
Mal saiu, e já deve mudar: projeto da meta fiscal já tem data, mas governo lista as incertezas sobre arrecadação
A expectativa é para a mudança da meta fiscal a ser seguida no próximo ano devido a incertezas sobre a evolução na arrecadação
Leia Também
-
Seguro do carro: você pode ser obrigado a pagar o DPVAT de novo — e dar uma “ajudinha” para o governo Lula
-
A bronca de Lula surtiu efeito? Haddad diz que texto da reforma tributária pode ser entregue ao Congresso nesta semana
-
Lula liberou os dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4) e pode vir mais por aí — chegou a hora de comprar as ações para aproveitar a oportunidade?
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
3
Como a “invasão” dos carros chineses impacta as locadoras como a Localiza (RENT3) e a Movida (MOVI3)