A super-quarta das decisões de juros ainda não acabou — pelo menos, não no que depender de algumas autoridades monetárias da Europa. Mais cedo, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) elevou as taxas do país em 0,25 ponto, ao patamar de 1,25% ao ano — é a quinta reunião seguida e o maior nível para os juros no país em 13 anos.
O movimento do BoE não foi exatamente inesperado: com a inflação chegando perto de 11% na Inglaterra, a autoridade monetária local tem sido bastante explícita ao defender um aperto monetário mais intenso para conter o avanço dos preços.
A decisão, no entanto, não foi unânime: enquanto seis membros do BC inglês defenderam o aumento de 0,25 ponto, outros três votaram por uma elevação ainda mais intensa, de 0,50 ponto. "O Comitê ficará particularmente atento às indicações de pressões inflacionárias mais persistentes e, se necessário, vai agir de maneira mais intensa".
BC da Suíça: surpresa nos juros
Mas, se a elevação de juros na Inglaterra já era esperada, o mesmo não pode ser dito da decisão tomada pelo BC da Suíça (SNB, na sigla em inglês): a autoridade monetária local surpreendeu o mercado e elevou os juros do país em 0,50 pontos — é a primeira vez desde 2007 que os suíços veem um aumento nas taxas.
Isso, no entanto, não quer dizer que os juros estejam particularmente altos por lá: com o avanço de 0,50 ponto divulgado hoje, os juros da Suíça foram de... -0,75% para -0,25%.
As elevações promovidas pelas autoridades monetárias da Inglaterra e da Suíça ocorrem um dia depois de o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) subir os juros em 0,75 ponto, a maior alta desde 1994 — agora, as taxas dos Fed Funds estão entre 1,50% e 1,75% ao ano. No Brasil, o Copom continuou com o ciclo de aperto: a Selic aumentou em 0,50 ponto, para 13,25% ao ano.